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TESTE: Jeep Commander Limited T270

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Lançado em 27 de agosto de 2021 no Brasil, o Jeep Commander é produzido na plataforma global da Stellantis chamada de “Small Wide”, que é compartilhada com outro Jeep, o Compass. O modelo não tem relação com o Grand Commander vendido na China e é o único SUV do segmento médio grande produzido no Brasil. Comparado com o Compass, o Commander é 365 mm mais longo e tem 158 mm a mais na distância entre-eixos. O volume do porta-malas do Commander é generoso, de 661 a 1.760 litros, e conta com sete lugares, entre outros atrativos.

por Ricardo Caruso

O Jeep Commander que AUTO&TÉCNICA avaliou, na versão Limited T270 com motor turbo flex, é um SUV luxuoso e imponente, que se destaca por onde passa. É volumoso, bem desenhado, tem 4.769 metros de comprimento e pesa 1.715 kg. Sem maiores mudanças visuais para 2025, o SUV continua sendo a principal referência no segmento, bastante completo e com impressionante conteúdo como itens de série. O bom espaço interno é outro destaque do Commander, com seus sete lugares, nível de conforto e amplo porta-malas, um dos maiores da categoria.

O modelo é referência da marca no mercado brasileiro. Para 2025, o Jeep Commander ganhou a oferta do motor de 272 cv da Ram Rampage, mais versões, ficou mais barato e recebeu mais itens de segurança em todas a linha. A versão Longitude T270 1.3 turbo flex passa a ser oferecida com cinco lugares, sendo a terceira fileira de bancos opcional. O motor 2.0 turbo a gasolina da Ram Rampage equipa as novas versões Overland Hurricane e a inédita Blackhawk Hurricane.

Além disso, o Jeep Commander 2025 ficou de R$ 18 mil a R$ 40 mil mais barato, dependendo da versão: Longitude 1.3T flex cinco lugares (R$ 217.290), Longitude 1.3T flex com a opção de sete lugares (R$ 225.990, R$ 15.600 mais barata), Limited 1.3T flex (R$ 240.990, R$ 20.800 mais barata), Overland 1.3T flex (R$ 262.990, R$ 27.000 mais barata), Overland 2.0 turbodiesel 4×4 (R$ 298.290, R$ 40.700 mais barata), Overland 2.0 turbo a gasolina 4×4 (R$ 308.290) e Blackhawk 2.0 turbo a gasolina 4×4 (R$ 321.290).

Em termos de conteúdo, a versão Limited é bem recheada: faróis de LED, painel de instrumentos digital com tela de 10,25 polegadas, multimídia com tela de 10,1 polegadas, bancos e painel revestidos com material sintético que imita couro e camurça, seis airbags, abertura elétrica do porta-malas, rodas de liga-leve aro 18, espelhamento sem fio do smartphone, Traction Control+, “pacote” ADAS nível 2, sistema de som Harman Kardon, terceira fileira de bancos, monitoramento de ponto-cego e carregador sem fio para smartphone, entre outros Tudo isso por R$ 240.990.

Seu visual “quadradão” se destaca no trânsito, com as tradicionais e marcantes sete fendas da grade (marca registrada e patenteada da Jeep) que, junto com o grupo óptico integrado e estreito, reforça a sensação de imponência do Commander. O grupo óptico dianteiro é mais um dos destaques do modelo. Os faróis Full LED oferecem mais segurança e tem a luz de direção (piscas) dinâmica, algo só encontrado em carros luxuosos.

A traseira limpa, com suas lanternas estreitas altas e horizontais, é bem discreta e elegante. As lanternas do Commander, também com LEDs, contam com desenho diferenciado e trazem acabamento em forma de barra horizontal, em cromo fosco, com quatro refletores de cada lado, tendo um a função de luz de direção e os outros três com luzes de posição, freio e de ré. O conjunto óptico é sofisticado, e os faróis de neblina e DRL também são com LEDs.

Além disso, características típicas dos Jeep podem ser notadas em vários detalhes, como nas molduras dos para-lamas trapezoidais, ângulos de entrada e saída e boa altura em relação ao solo.

No interior, temos três fileiras de assentos, sete lugares e porta-malas para lá de generoso, com 1.760 litros com todos os bancos rebaixados, 661 litros na configuração com cinco ocupantes e 233 litros com os sete assentos erguidos, o maior volume entre os SUVs com sete lugares no segmento. Além disso, o modelo também conta com vários espaços na cabine para objetos menores, somando 31 litros de volume.

O Commander nesse quesito é bastante versátil, pois permite o arranjo dos assentos de oito formas, oferecendo a ampliação do espaço para carga/bagagem de maneira fácil, se bem que dificilmente alguém usará um Commander para transportar algo além de malas e sacolas. Não é só na frente que os ocupantes tem conforto. A segunda fileira de bancos tem deslocamento longitudinal possível de até 14 cm, o que permite liberar espaço para os passageiros da fila do meio ou traseira, ou aumentar ainda mais o porta-malas. Os encostos dos bancos da segunda e terceira fileiras de assentos são reclináveis, permitindo ajustar a melhor posição para cada ocupante. O Jeep Commander oferece boa acessibilidade ao interior, com ângulo de abertura de portas de 80°, o melhor entre os concorrentes.

O acabamento da parte interna segue o que o SUV sugere por fora. É muito bem cuidado e usa materiais de alta qualidade. Prova disso são os bancos, revestidos de material sintético que imita couro e com detalhes em camurça, também sintética (a tal Alcântara). Os assentos possuem ainda costura pespontada com tom acobreado. O logo da Jeep está gravado em baixo relevo na versão Limited no encosto e no apoio de braço, que ainda traz o “1941” bem visível, o ano de fundação da marca. Referências que só cabem a marcas muito tradicionais, seleto grupo do qual a Jeep faz parte.

Em conjunto com os bancos, o revestimento em camurça e couro (sempre sintéticos) se repete no painel com costura na cor cobre quando o acabamento for marrom e preto, ou em cinza no acabamento em cinza; no caso da unidade avaliada, o acabamento era na primeira opção. A sensação de qualidade é notada até mesmo nos emblemas externos do modelo, com o nome do carro e versão, e os logos Jeep, que trazem acabamento acetinado e na cor cobre.

O SUV traz também acesso ao porta-malas com abertura e fechamentos elétricos. Conta ainda com pára-brisas e vidros laterais térmicos, rebatimento automático dos retrovisores, Keyless Enter ‘N Go e ar-condicionado Dual Zone com canal direcionado aos bancos traseiros; o banco do motorista tem ajustes elétricos em todas as versões. Os ocupantes contam com três tomadas USB, uma em cada fileira de assentos. Conta ainda com o Park Assist.

Em termos de segurança, nada a reclamar. O Commander é bem equipado de série em todas as versões com tecnologias de direção semi-autônoma, cruise control adaptativo, alerta de colisão com frenagem automática, detecção de ponto cego e de tráfego cruzado, alerta de mudança de faixa, frenagem de emergência para pedestres (e ciclistas ou motociclistas…), detector de fadiga do motorista, reconhecimento de placas de velocidade e a sempre interessante comutação automática de faróis.

E não é só. Gosta de som de qualidade? O Commander traz o sistema de áudio Harman Kardon, marca premium, com nove alto-falantes, subwoofer e 450 Watts de potência. Conta com a tecnologia “Fresh Air”, que utiliza dutos de ar da cabine como “caixa acústica”. Isso elimina a necessidade de caixas de som adicionais, reduzindo o peso do sistema em 40% e o volume em 70%, além de garantir qualidade de som mais elevada e bom destaque para os graves. Gosta de conectividade? O Commander é equipado com a “Adventure Intelligence”, plataforma de conectividade exclusiva da Jeep, em todas as versões. A plataforma oferece conveniência, assistência e entretenimento, com mapas inteligentes, chamadas de emergência e wifi hotspot, que conecta até oito aparelhos no wifi nativo do Jeep Commander.

Outros cuidados da marca com o modelo são notados nos vidros, que contam com isolamento termoacústico. O para-brisas e os vidros laterais trazem uma tecnologia única. Desenvolvidos em várias camadas, garantem melhor isolamento, reduzindo até 10 db o som externo e cerca de 10°C na temperatura do interior do veículo. Para completar, os vidros traseiro e laterais são mais escuros, proporcionando mais privacidade e proteção contra o sol e, porque não, contra olhares indiscretos. Outro diferencial do Commander é seu nível NVH (Ruído, Vibração e Aspereza), com o melhor índice de articulação e conforto entre os concorrentes; isso pode ser resumido de forma simplificada no fato de que ninguém precisa ficar falando alto para ser entendido. O modelo foi desenvolvido para permitir baixo nível de ruído em diversas condições, e isso fica claro logo nos primeiros quilômetros rodados com ele.

O Commander Limited é equipado com o excelente motor 1.3 turbo de quatro cilindros em linha T270, presente em vários modelos da Stellantis, que oferece menor nível de emissões de CO2 e bom desempenho. Seu projeto é focalizado na eficiência e apresenta baixo consumo de combustível, desde que você não abuse do acelerador, claro. O T270 tem 1.332 cm3 de cilindrada exata, 180/185 cv de potência máxima a 5.750 rpm (gasolina/etanol) e 27,5 mkgf de torque máximo a 1.750 rpm (com qualquer dos dois combustíveis), e é o motor flex turbo de maior potência do país. Eficiente, dá conta de todas as exigências, com ultrapassagens rápidas e seguras, respondendo como se você estivesse ao volante de um sedã dos grandes, e ainda mantém boas marcas de retomadas. A velocidade máxima é de 202 km/h e a aceleração de zero a 100 km/h é feita em 9,5 s.

Tem quatro válvulas por cilindro, taxa de compressão de 10,5:1, diâmetro x curso de 70 x 86,5mm (característica que beneficia o torque a baixas rotações), relação peso potência de 9,57 kg/cv, potência específica de 132,1 cv/l e comando de válvulas no cabeçote acionado por corrente com variação na fase de admissão. O consumo urbano fica na faixa dos 7,2 km/litro (etanol) e 10,3 km/l (gasolina), e o rodoviário em 8,4 km/l (e) e 11,4 km/l (g).

As versões Turbo Flex do Commander, o que inclui o Limited avaliado, tem tração dianteira e câmbio automático de seis velocidades -caixa Aisin AWF6F25- de funcionamento suave, silencioso e preciso. Como diria o saudoso amigo e jornalista José Luis Vieira, “não é uma caixa de câmbio automática Dynaflow do Buick 1949, mas é muito boa…”. Traz ainda o modo de condução Sport, que coloca em ação ao simples toque de um botão, uma calibragem diferenciada, com trocas de marchas mais rápidas e em rotações mais altas, o que deixa ainda as respostas do acelerador mais ágeis e a direção fica mais pesada, para uma experiência de condução obviamente mais esportiva.

O modelo traz suspensão independente na dianteira e traseira, tipo McPherson, com molas helicoidais, barra estabilizadora e amortecedores hidráulicos, basicamente o mesmo conjunto do Compass, mas com geometria e calibração adaptadas para as dimensões e o peso do Commander. Os freios são a disco nas quatro rodas, ventilados na frente e sólidos atrás.

Apesar de ser volumoso e alto, o Jeep Commander mescla bem estabilidade em qualquer tipo de curva sem perder o conforto. O modelo conta ainda com o “Traction Control +”, sistema de controle de tração que atua em condições de baixa aderência com o solo em uma das rodas. Ele está disponível para todas as versões de tração dianteira, e o recurso aplica torque de frenagem na roda que está escorregando, transferindo o torque para outra roda que esteja em contato com o piso. Para habilitar a função, basta que o motorista pressione a tecla “ASR OFF”. Dessa forma, mesmo com tração dianteira, o motorista pode se aventurar em trilhas e piso ruim, como todo Jeep sugere.

O Jeep Commander tem as seguintes medidas: 4.769 mm de comprimento, 1.859 mm de largura, 1.682 mm de altura, 2.794 mm de entre-eixos, 1.577 mm de bitola dianteira e 1.589 mm de bitola traseira, 20,5 graus de ângulo de entrada e 22,8 graus de ângulo de saída e 1715 kg de peso.

CONCLUSÃO

O Jeep Commander Limited, com motor 1.3 turbo flex é, sem discussão dúvida, um SUV que oferece ao seu motorista e ocupantes uma experiência diferenciada, luxuosa, tecnológica e premium. É um modelo sofisticado, que atende quem busca espaço, desempenho, conforto e eficiência em qualquer situação. Seja no dia a dia, seja em viagens longas.

Se você busca um SUV para atender a família numerosa e usufruir de requinte, sofisticação e prazer ao dirigir, sem precisar apelar a modelos importados, o Commander é a escolha a ser observada. Mesmo com a queda de preço (custa agora R$ 240.990), continua fora do alcance da maioria, mas se tornou mais competitivo e interessante na sua faixa de mercado. Traz um conjunto interessante, que vale cada centavo, e vai agradar quem busca um modelo diferenciado. A sensação é sempre a de que você está ao volante de um modelo importado. E dos bons. Para quem pode, é um excelente investimento.


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