TESTE: Peugeot 208 GT Turbo 200
Pequeno e atrevido seria uma boa definição para o Peugeot 208 GT Turbo 2025, o topo desta linha da marca francesa. Para quem está saturado de SUVs, o 208 é uma boa opção, já que estão cada vez mais raros modelos como station wagons, sedãs, minivans e hatches, condenados pelo modismo do mercado. Afinal, nem todos gostam de SUVs e seguem em busca de bias novidades no mercado. Recentemente reestilizado, o 208 vai na contramão e surpreende quem busca um carro bem projetado, de desenho interessante, rápido e econômico.
por Ricardo Caruso

A Peugeot apresentou, no final do ano passado, a linha 2025 do seu 208. A maior novidade foi o retorno da versão GT, que havia estreado na geração anterior e estava fora do catálogo. A GT era oferecida na geração passada, depois no elétrico e agora volta com visual que entusiasma e o excelente motor Turbo 200 de 130 cv. Além dessa nova versão, que AUTO&TÉCNICA avaliou, o hatch argentino (fabricado em Palomar) ganhou uma leve atualização, com nova grade (que ostenta o logo redesenhado da marca, inspirado num modelo antigo), nova “assinatura” em LED com as três “garras” luminosas e para-choque dianteiro redesenhado; na traseira, a linha 208 ganhou novas lanternas em LED em todas as versões. Todas os 208 também passaram a contar com as coberturas dos retrovisores pintados em preto brilhante e, na versão GT, molduras nas bordas dos paralamas herdadas do 208 europeu, antes presentes só no E-208 elétrico.

Como as demais 208, a posição de dirigir é excelente, o interior acomoda bem quatro adultos e o carro traz o bem sacado painel I-Cockpit de segunda geração, projeções em 3D, e excelente visibilidade. Não é um esportivo autêntico, mas se comporta bem e não decepciona, pelo contrário.

Na mecânica, o 208 só é disponível com motores 1.0 de três cilindros. A potência máxima, abastecido 100% com etanol, é de 130 cv a 5750 rpm e o torque máximo de 20,4 mkgf (etanol ou gasolina) a 1750 rpm. Com isso a relação peso/potência é de 8,9 kg/cv e a potência específica é de 130,1 cv/litro. O câmbio é o CVT Aisin K313 de sete marchas, de funcionamento suave e silencioso. Na suspensão, sistema McPherson na frente e eixo de torção atrás; freios a disco ventilado na dianteira e tambor na traseira; direção elétrica e rodas aro 17 com pneus 205/45. O sobrenome GT traz os mesmos ajustes de suspensão, direção e calibragem de motor/transmissão das demais versões do 208.

O 1.0 turbo encerrou a carreira do antigo 1.6 EC5, que era usado desde os tempos do 206; em seu lugar temos agora o T200, mais moderno e utilizado em outros modelos da Stellantis (2008, Fiat Pulse, Strada e Fastback, e C3, Aircross e Basalt). No nosso período de testes, marcamos consumo na casa dos 8,6 km/litro de etanol no trânsito urbano e 11,1 km/litro na estrada. Tudo OK com o consumo, melhor ainda com o desempenho. A aceleração de zero a 100 km/h teve sua melhor marca em 9,1 segundos -o que torna o 208 GT o modelo mais rápido entre os hatches 1.0 turbo- e velocidade máxima de 206 km/h. Números realmente bons.



Por fora, o visual é esportivo, com as belíssimas rodas aro 17 -as mesmas usadas no 2008 GT- calçadas com pneus de perfil baixo, que obviamente exigem mais atenção no dia a dia, para evitar as armadilhas travestidas de buracos que encontramos pela vida. No interior, o preto está por todos os lados, desde os bancos até o forro do teto. O GT é equipado com um interessante teto panorâmico de vidro (é fixo, não solar). O volante baixo e o painel de instrumentos alto formam um belo conjunto. Você estranha no início, mas logo acha os ajustes corretos do banco e volante, e aí tudo fica bem interessante.





Apesar do plastico presente em abundância no interior, tudo é de muito bom gosto, com texturas diferentes, inclusive imitação de fibra de carbono, e o resultado final é uma sensação de certo luxo e bom acabamento A tela de 10 polegadas do multimídia, tem boa visibilidade e as funções são fáceis de acionar. Desagradam os botões que acionam o modo “Sport” e o assistente de ]troca de faixa, escondidos na extremidade esquerda do painel, quando deveriam -ou pelo menos o Sport- estar junto ao volante. Os comandos do sistema de som deixaram o módulo tipo “satélite” por trás do volante, mas os do cruise control continuam no mesmo sistema, à esquerda do volante, intuitivos de acionar. Há carregamento sem fio para smartphone, em compartimento próprio e refrigerado. Destaque é o espaço no banco traseiro, mesmo com o carro tendo apenas 4,05 m de comprimento e 2,53 m de distância entre-eixos; o porta-malas tem capacidade de 265 litros.
CONCLUSÃO
Qualquer carro no Brasil se tornou objeto de luxo, e não existe nada que se possa considerar barato. Com o 208 GT, acontece o mesmo. O preço é de R$ 123.990 (a cor Cinza Selenium da unidade avaliada acrescenta R$ 2.000 ao preço). É uma boa soma de dinheiro, mas dentro da média dos concorrentes, nem todos com o teto panorâmico, seis airbags e o bom conjunto de assistentes de condução.

A Peugeot tem no 208 GT um interessante produto para brigar no segmento. O hot hatch 208 GT é muito bem acertado, equilibrado em todos os sentidos e uma boa alternativa para quem realmente não se interessa por SUVs e quer ter um carro atual, rápido e econômico na garagem. Surpreende no 208 GT o seu talento para conciliar agilidade e esportividade com baixo consumo de combustível. O visual também é marcante, e tudo isso transforma o carrinho num excelente produto e ótima opção, com invejável relação custo/benefício.