VW é a nona marca a desistir do Salão de Paris. Mas isso tem explicação…
Está acontecendo um fenômeno nas montadoras, com raras exceções. A área de imprensa e relações públicas, que é importante para consolidar e/ou manter a imagem da marca, está sendo relegada a um plano inferior e passando a ser comandada pela área de marketing, que visa apenas vender e lucrar. Com isso, o trabalho institucional vai perdendo importância, da mesma forma que o atendimento aos jornalistas e a atenção com o publico, que deixam de ter importância na escala de prioridades.
E quando o marketing assume o comando, acaba acontecendo, entre outros, a debandada das marcas dos Salões. As notícias dos lançamentos e apresentações de produtos perde sua razão, da mesma forma que a proximidade e fidelização do público. Salão de automóvel não serve para vender carros, e por isso o marketing acha desnecessário participar, desviando a verba para atividades de vendas.
Exemplo disso é o Salão de Paris deste ano, que acontecerá entre os dias 4 e 14 de outubro, com mais um desistente: a Volkswagen, que se junta a outras oito marcas que confirmaram a que não vão participar do tradicional evento: Opel, Ford, Nissan, Volvo, Mazda, Infiniti, Mitsubishi e Subaru.
Em comunicado, a Volkswagen justificou a decisão pela ausência de novos modelos para apresentar, ao mesmo tempo em que afirmava que estava a planejando realizar alguns eventos em Paris durante o Salão. “A marca Volkswagen está continuamente reavaliando a relevância da sua participação em Salões internacionais, que se baseia, principalmente, nas campanhas de lançamento de novos produtos”, tenta explicar no comunicado. Então, dane-se o trabalho de proximidade com o público, outrora importante. O terreno assim fica livre para as marcas chinesas, por exemplo.
Por enquanto já estão confirmadas as ausências -além da Volkswagen- da Opel, Ford, Nissan, Volvo, Mazda, Infiniti, Mitsubishi e Subaru. Já a participação da FCA (Fiat, Abarth, Maserati, Ferrari, Jeep e Alfa Romeo) ainda não foi confirmada.
Para Jean-Claude Girot, executivo do Salão de Paris, a ausência da Nissan foi a que mais o chocou: “A Renault é parceira do evento que comemora os 120 anos nesta edição. A ausência da Nissan, parceira na Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, chocou”, afirmou Girot.