VW Polo: o Harlequin está de volta?
Criado pela divisão da Volkswagen que atua nos Países Baixos (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), esta reinterpretação do famoso Volkswagen Polo Harlequin (grafado como Harlekin agora), por enquanto para testar a receptividade do mercado.
por Ricardo Caruso
Tradicionalmente sóbrio, o Volkswagen Polo tem no Harlequin a versão mais chamativa e menos conservadora de toda a sua história. Isso no mercado europeu.
Uma espécie de marco dos anos 1990 (tal como o seu “primo”, Skoda Felicia Fun), o Polo Harlequin é daqueles que carros que não era considerado sequer para ter sido produzido.
No entanto, a verdade é que não só este colorido Polo foi produzido, como foi vendido, tendo acumulado cerca de 3800 unidades comercializadas e conquistado uma espécie de “legião de admiradores” que dura até aos dias de hoje.
Lançada em 1994 na Europa, a terceira geração do Volkswagen Polo foi um marco na história do modelo, rompendo por completo com as origens da primeira geração, que remontava aos anos 1970 e ao Audi 50.
Montado em uma nova plataforma, era produzido com recurso a unidades modulares —mecânica, equipamento, cor e opções— tudo para facilitar a vida ao comprador na hora de escolher o seu Polo.
Para tornar essa especificação ainda mais simples, a Volkswagen desenvolveu um código de cores para cada uma dessas “unidades modulares”. Desta forma, o azul correspondia ao motor e chassis (mecânica); o vermelho aos opcionais; o verde às opções de cor e o amarelo ao equipamento.
Para explicar este código, a Volkswagen produziu 20 unidades do Polo pintados numa mistura destas cores, para serem usados em eventos nos concessionários.
O que a marca alemã não esperava era que existissem clientes interessados em comprar um Polo colorido. Quando percebeu esse interesse por parte do consumidor, a decisão foi rapidamente tomada: seriam produzidas 1000 unidades do Volkswagen Polo com aquele esquema de cores em 1995.
Batizado de Polo Harlequin —numa referência às personagens do ‘Commedia dell’arte’, o arlequim tinha como função divertir o público durante os intervalos dos espetáculos —, este não era especialmente fácil de produzir.
Para se ter uma ideia, para produzir o Polo Harlequin, a Volkswagen tinha de construir quatro exemplares do Polo, cada um pintado de vermelho, azul, amarelo e verde. Em seguida, diversas partes da carroceria eram trocadas entre eles, criando desta forma os coloridos Volkswagen Polo.
No interior, o Volkswagen Polo Harlequin contava com bancos com padrão de revestimento específico, volante e manopla do câmbio forrados a couro azul e, como era típico na época, um rádio Blaupunkt no painel.
Sem poderem especificar a cor dominante do seu Polo Harlequin, os clientes tinham de esperar pela entrega para descobrir com qual mistura tinha sido agraciado. Somando a isto, os primeiros 1000 exemplares contavam com um certificado e chaveiro numerado.
Em 1996, a “febre” do Harlequin também chegou ao Golf. Destinadas ao mercado norte-americano, no total foram produzidas 246 unidades do Golf Harlequin, modelo que estava pintado nas cores “Pistachio Green”, “Ginster Yellow”, “Tornado Red” e “Chagall Blue”.
Criado pelo importador da Volkswagen nos Países Baixos, o novo Volkswagen Polo Harlequin é, até agora, um exemplar “one-off”. O objetivo? Homenagear o modelo que, curiosamente, nunca chegou a ser oficialmente comercializado por lá, e também avaliar a receptividade do mercado.
Com um esquema de cores idêntico ao do modelo original, não se sabe se o método de produção foi similar. Por fim, resta apenas saber uma coisa: teremos a decoração Harlekin de volta?