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Mais de 20 anos depois, Toyota volta ao Mundial de Rali

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A Toyota anunciou o regresso ao WRC, o Campeonato Mundial de Rali,  mais de 20 anos depois de ter abandonando a categoria com quatro títulos de pilotos e três de construtores.

Foi, provavelmente, o segredo mais mal guardado dos últimos tempos. Chegou agora a confirmação oficial: a Toyota está de volta ao Mundial de Rali com o Yaris, mas só em 2017. Até lá irá cumprir um longo programa de testes e desenvolvimento, a mesma receita que a VW aplicou no Polo R WRC.

O rali está na alma da Toyota e de Akyo Toyoda, o chefão da marca, e as provas de rali estavam sentindo falta da marca japonesa. Os fãs dessa categoria há décadas pedem o regresso dos italianos da Fiat e da Lancia em particular. O Toyota Team Europe (TTE) desapareceu e ficou definitivamente enterrado com a morte de Ove Andersson. A mega estrutura que serviu à frustrante equipe de Fórmula 1 manteve-se ocupada fazendo peças especiais e alugando seu impecável túnel de vento a várioss clientes, acabando por gerar a TMG (Toyota Motorsport GmbH) que, mantendo a sede em Colónia, na Alemanha, tem se ocupado com o projeto WEC (Mundial de Endurance). Chegou agora o momento que todos esperavam: a volta da Toyota ao Mundial de Rali.

O modelo escolhido foi o Yaris que já cumpriu um programa de testes preliminares em asfalto e terra em algumas das mais emblemáticas provas do WRC. A base nascida desses testes será aplicada no modelo que entre este ano e 2017, vai se preparar para enfrentar os grandes do WRC.

O Yaris WRC está equipado com motor 1.6 turbo com injeção direta de 300 CV, tendo caixa de câmbio sequencial e tração integral. Para desenvolver o carro, a Toyota chamou o piloto Eric Camilli, de 27 anos, que foi escolhido do programa de jovens pilotos da Toyota. Ao lado do francês estará Stephane Sarrazin, piloto da Toyota no WEC e Sebastien Lindholm, sendo que este confere mais qualidade ao trabalho, pois tem sido solicitado por várias marcas para este tipo de trabalho.

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A TMG já tinha regressado aos ralis com o GT86 CS-R3, modelo de tração traseira destinado a pilotos privados que querem se divertir ao volante inscritos na categoria R3.

Recuando ao passado, a Toyota conquistou 43 vitórias no Mundial de Rali, por meio de pilotos como Carlos Sainz, Juha Kankkunen ou Didier Auriol, e carros como o Celica TwinCam Turbo, o Celic GT-Four ou o impressionante Corolla WRC.

Sobre este regresso, Yoshiaki Kinoshita, presidente da TMG comentou: “É uma grande honra ser responsável pelo regresso da Toyota ao Campeonato Mundial de Rali, apesar de nossa forte aposta no Campeonato Mundial de Endurance. Manter dois exigentes programas esportivos, em simultâneo, é um desafio enorme, mas acreditamos que temos experiência, empenho e determinação para ter sucesso. Sabemos que temos muito trabalho pela frente para regressar novamente ao WRC, mas só o fato de termos recebido o apoio da Toyota Motor Corporation e, também, do nosso presidente Akio Toyoda, é um fator muito encorajador. Estamos ansiosos pelos próximos desenvolvimentos do Yaris WRC e para isso vamos contar também com o programa de pilotos jovens. É um momento emocionante para todos que gostam do automobillismo, em especial dos ralis, e por essa razão estamos orgulhosos e confiantes para o novo desafio”.

 Ficha Técnica do Toyota Yaris WRC

Chassis

Tipo: aço com “santoantônio”

Freios: discos de 300 mm para terra e 355 mm para asfalto

Rodas: 7 x 15 para terra, 8 x 18 para asfalto

Pneus:  Michelin

Comprimento: 3910 mm

Largura: 1820 mm

Motor

Cilindrada: 1.6 litros

Tipo: 4 cilindros em linha

Injeção Direta: até 200 bar de pressão

Combustível: gasolina

Pressão do Turbo: até 2.5 bar (máximo)

Restritor de admissão: 33 mm

Potência: cerca de 300 cv a 6.000 rpm

Torque: máximo de 42 mkgf

Rotação máxima: 8.500 rpm

Transmissão: sequencial de seis marchas

Embreagem: ZF Sachs

A Toyota no WRC 

1973 – Campeonato de Construtores: 10º lugar (1 vitória); 1º vitória da Toyota com Walter Boyce/Doug Woods conduzindo um Corolla TE20 no “Rali Press On Regardless” (Estados Unidos)

1974 – Campeonato de Construtores: 4º kugar. O campeão do mundo Björn Waldegaard faz a sua estréia num Toyota

1975 – Campeonato de Construtores: 7º (1 vitória); primeira vitória da TTE com Hannu Mikkola/Atso Aho conduzindo o Corolla Levin no “Rali dos 1000 Lagos” (Finlândia)

1976 – Campeonato de Construtores: 6º

1977 – Campeonato de Construtores: 3º

1978 – Campeonato de Construtores: 6º

1979 – Campeonato de Construtores: 5º

1980 – Campeonato de Construtores: 7º

1981 – Campeonato de Construtores: 8º

1982 – Campeonato de Construtores: 5º (1 vitória). O fundador da TMG, Ove Andersson faz o último rali da sua carreira, pilotando um Celica 2000GT

1983 – Campeonato de Construtores: 6º (1 vitória)

1984 – Campeonato de Construtores: 4º (1 vitória). Primeira vitória no “Rali Safari” (Quênia) com Björn Waldegaard/Hans Thorzelius conduzindo o Celica Twincam Turbo (TA64)

1985 – Campeonato de Construtores: 5º (2 vitórias)

1986 – Campeonato de Construtores: 6º (2 vitórias); 3ª vitória consecutiva da Toyoya no “Rali Safari”, com Björn Waldegaard/Fred Gallagher, conduzindo o Celica Twincam Turbo (TA64)

1987 – Campeonato de Construtores: 7º

1988 – Campeonato de Construtores: 5º; estréia do Celica GT Four, e seguiu-se mais 29 vitórias em Ralis do WRC ralis e seis Campeonatos Mundiais (dois de construtores e  quatro de pilotos) com as séries ST165, ST185 e ST205

1989 – Campeonato de Construtores: 2º (1 vitória); Carlos Sainz estreou na Toyota, correndo em sete ralis e terminando no pódio trêszes

1990 – Campeonato de Construtores: 2º (5 vitórias); Carlos Sainz foi o primeiro piloto da Toyota a conquistar o Campeonato Mundial de Pilotos, conduzindo um Celica GT-Four (ST165)

1991 – Campeonato de Construtores: 2º (6 vitórias); vitória da Toyota no legendário “Rali de Monte Carlo”

1992 – Campeonato de Construtores: 2º (5 vitórias)

1993 – Campeonato de Construtores: 1º (7 vitórias); a Toyota é a primeiro marca japonesa a vencer o Mundial de Rali

1994 – Campeonato de Construtores: 1º (5 vitórias)

1995 – Campeonato de Construtores: 3º, desqualificado (1 vitória)

1998 – Campeonato de Construtores: 2º (3 vitórias); após dois anos fora, a Toyota vence no regresso, no “Rali de Monte Carlo”, graças a Carlos Sainz/Luis Moya num Corolla WRC

1999 – Campeonato de Construtores: 1º (1 vitória); 3º título de Campeão Mundial de Construtores; apenas duas marcas têm mais na história do WRC.


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