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Feliz Aniversário: os 40 anos e seis gerações do Corsa

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O Corsa é um daqueles modelos que fazem parte de muitas das histórias que todos nós temos para contar. Tanto na Europa como no Brasil, para boa parte de uma ou mais gerações foi mesmo o primeiro carro que dirigiu, tirou carta de motorista ou também foi o primeiro automóvel que possuiu. Pois o Corsa está -acredite- comemorando 40 anos de mercado.

por Ricardo Caruso

Opel Corsa: Uma história de 40 anos de sucesso em seis atos

NO BRASIL

Aqui no Brasil, o Chevrolet Corsa foi lançado em 10 de janeiro de 1994 (para a imprensa especializada, a apresentação aconteceu no autódromo de Barcelona, na Espanha), já na segunda geração do Opel Corsa alemão. O modelo veio para cá com a dura missão de substituir o Chevrolet Chevette, o que fez com muito mais sucesso do que o esperado, pois no segundo ano de sua produção já era líder de mercado em seu segmento. Na época, foi uma grande inovação no segmento dos carros pequenos, pois trouxe para o Brasil um projeto moderno, com linhas arredondadas e aerodinâmicas, e ganhos em termos de segurança, tecnologia e mecânica: na versão Wind 1.0, foi o primeiro carro popular com injeção eletrônica de combustível.

No início, o Corsa contava com as versões Corsa Wind 1.0, Corsa Wind Super 1.0, Corsa GL 1.4 e Corsa GSi 1.6 (16 válvulas).

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Com o tempo, a versão GL ganhou o acréscimo do motor 1.6 de 8 válvulas, aposentando o 1.4, e ganhou mais uma opção de carroceria, com quatro portas. A versão esportiva GSi foi deixou de ser oferecida em 1997, após ter vendido cerca de 3.000 carros entre fevereiro de 1995 a agosto de 1996. Além do baixo volume de vendas, a fabricação desde modelo retardava a linha de produção dos outros modelos da linha Corsa, pois o GSi recebia muitos componentes exclusivos e importados (o motor 1.6 16V por exemplo, era importado da Hungria), o que exigia cuidados extras na hora da montagem. A versão Wind Super passou a se chamar Corsa Super.

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Em seguida, a 1ª geração do Corsa nacional originou o Corsa Pick-up, com motor 1.6. Posteriormente, o Corsa ganhou a linha Corsa Sedan, para a linha 1996, e a Corsa Wagon em 1997, que ofereciam os motores 1.0 (a partir de 1998) e 1.6.

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Enquanto em 2000 para 2001 a 3ª geração do Opel Corsa alemão entrava em produção na Europa, o Corsa brasileiro seguia em produção no Brasil, com uma leve renovação no estilo. Em 2002, o carro recebeu sua primeira grande remodelação, que no mercado brasileiro ficou conhecido como “Novo Corsa”, acompanhando o estilo ditado pelo modelo alemão, porém, com diferenças no capô, feitas pelos engenheiros da Chevrolet brasileira, com carroceria única de quatro portas e carroceria hatch. Uma das novidades era o teto solar e os três cintos de segurança traseiros de três pontos. Outra novidade logo aposentada e bastante rara foi o sistema Autoclutch, com câmbio manual que dispensava o pedal da embreagem, disponível somente para as versões 2002 com motor 1.0.

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Como antes, o carro contava com motor 1.0, tendo sido acrescentada a opção do 1.8 , originado e substituindo o antigo 1.6, que continuaria aplicado na linha Classic até 2005. Novamente, o Corsa deu origem a uma “família” de modelos, que inclui a minivan Meriva, o sedã de 4 portas e a picape com Montana. Desses modelos, somente o hatch oferecia todas as motorizações; a Meriva e a Montana eram oferecidas com motor 1.8. A geração anterior do Corsa sedã foi rebatizada de Chevrolet Classic, com motor 1.0.

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O esquecido conceito Corsa Toga

A linha Corsa 2008 trouxe motores 1.4 e 1.8 bicombustível Flexpower. Essa novidade estava na linha Corsa, Corsa Sedan e picape Montana. Em 2009, o 1.0 (79 cv) saiu de linha, com o objetivo de deixar o Corsa na categoria “Compacto Premium”, abrindo caminho para o Celta (Projeto “Arara Azul” ou “Blue Macaw”) dominar o segmento de compactos até 1000 cm3. Três meses depois, o motor 1.8 (114 cv) também deixou de ser fabricado, indicando o fim próximo do Corsa, já que manteria apenas o motor 1.4 até a chegada de um novo modelo do “Projeto Viva”, o Chevrolet Agile.

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Em 2010, o Chevrolet Classic foi renovado, fazendo com que o Corsa de 1ª geração deixasse de existir, apesar do novo modelo (que era o antigo Sail chinês) utilizar a mesma plataforma do sedã fabricado em 1996. O modelo deixou de ser fabricado na Argentina e o sedã se despediu do Brasil no final de 2011.

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Em 26 de julho de 2012, a versão hatch foi descontinuada, encerrando a era dos excelentes carros da Opel (Corsa, Astra, Vectra, Omega, Meriva e Zafira) no Brasil.

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NA EUROPA

Na Europa, a história do Corsa segue até hoje. A marca não é mais da GM e hoje pertence à Stellantis. Com mais de 14 milhões de unidades vendidas, por lá também são muitas histórias por contar, sendo que esta é uma trajetória que dura ainda hoje, com a sexta geração deste modelo e que já inclui uma versão totalmente elétrica.

O surgimento do Corsa aconteceu porque o antigo Kadett foi aumentando de tamanho e acabou por ficar mais próximo do segmento dos carros médios, deixando uma lacuna para os pequenos. E, assim, a solução para esta questão chegou em 1982, com um modelo compacto e de preço bastante acessível, que trazia novas soluções de mobilidade a um público mais abrangente, graças à sua simplicidade e preço.

A Opel divide a história deste modelo pelas suas seis distintas gerações, sendo que neste pequeno resumo de AUTO&TÉCNICA, conseguimos listar os principais destaques de cada uma das gerações do Opel Corsa.

Opel Corsa A

Primeira Geração: Opel Corsa A – 1982 a 1993

O Corsa A apresentava proporções compactas, distribuídas num curto comprimento de apenas 3,62 metros. Tinha para-lamas vincados e salientes e um Cx (coeficiente de penetração aerodinâmica) excepcionalmente baixo, de 0,36, o que era, possivelmente, um recorde no seu segmento. O desenhista-chefe, Erhard Schnell, tinha criado um pequeno veículo esportivo, com linhas bem definidas, destinado a atender, em especial, ao chamado “homem da casa”.

O ponto alto foi o Corsa GSi de 100 cv, e foi também introduzido motor a diesel. A linha de duas portas, em formatos hatchback e notchback (sedã), foi ampliada em 1985, com a adição do popular modelo de quatro portas.

O Corsa A tornou-se um líder de vendas altamente celebrado, com 3,1 milhões de unidades construídas Antes do lançamento oficial do Corsa no Brasil, algumas unidades desta geração rodaram em testes por aqui.

Opel Corsa B

Segunda Geração: Opel Corsa B – 1993 a 2000

Apesar do sucesso do primeiro Corsa, foi tomada em Rüsselsheim a decisão de posicionar o seu sucessor como um verdadeiro “queridinho” para o sexo feminino. A lenda dos desenhos da Opel, Hideo Kodama, lançou-se ao trabalho e criou um Corsa muito mais arredondado e suave, com faróis circulares que encaixaram perfeitamente no seu visual atraente e mais jovem. O Corsa B era 10 centímetros mais longo e muito mais espaçoso por dentro do que o seu antecessor, ao mesmo tempo que também introduzia padrões de segurança mais elevados no seu segmento, incluindo freios ABS, barras de proteção contra impactos laterais e airbags frontais.

Para mercados diferenciados (leia-se Brasil e América Latina), em conjunto com a versão hatchback, a Opel (no caso a Chevrolet) voltou a oferecer um quatro portas, bem como as variantes station wagon e pickup. Os motores a gasolina já contavam com tecnologia como a injeção eletrônica de combustível e catalisadores, enquanto o GSi usava cabeçote de 16 válvulas e a potência do diesel era agora reforçada com turbocompressor.

O segundo Corsa teve sucesso em todo o mundo e as suas vendas ultrapassaram a marca dos quatro milhões. Foi o primeiro modelo do Corsa lançado no Brasil.

Opel Corsa C

Terceira Geração: Opel Corsa C – 2000 a 2006

Com a ideia de que “não se mexe em time que está ganhando”, Hideo Kodama foi convidado a desenhar o Corsa C. O estilo foi todo orientado pelo do seu antecessor de sucesso. O Corsa cresceu mais 10 centímetros em comprimento e assumiu um porte mais amplo, com uma distância entre eixos-mais longa, o que aumentou consideravelmente o espaço interno. Pela primeira vez, a carroceria foi totalmente galvanizada.

Os sofisticados motores a gasolina ECOTEC, com quatro válvulas por cilindro, e os novos motores turbo diesel de injeção direta asseguravam potência, baixo consumo de combustível e valores de emissões mais reduzidos, uma vez que todas as versões já cumpriam as normas de emissão Euro 4.

O Corsa C também se tornou uma estrela em nível do seu desempenho comercial, pois vendeu 2,5 milhões de unidades.

Opel Corsa D

Quarta Geração: Opel Corsa D – 2006 a 2014

A partir daqui as carrocerias de duas e quatro portas seguiram caminhos separados: o Corsa de duas portas assumiu um estilo único, parecido ao de um cupê e destinava-se a clientes mais esportivos, tal como o Corsa A original. Já a carroceria de quatro portas tornava-se um completo e espaçoso automóvel familiar. O Corsa D ainda tinha menos de quatro metros de comprimento, mesmo tendo crescido para exatamente 3,999 metros.

Com a tecnologia ecoFLEX da Opel, o Corsa passou a contar com sistemas Start/Stop economizadores de combustível e com motores altamente eficientes. A versão 1.3 CDTI ecoFLEX fazia 33 km/litro em ciclo cidade/estrada e emitia apenas 88 g/km de CO2 de acordo com o ciclo NEDC. Uma curiosidade fora do assunto: por que estes dados de emissão de poluentes são praticamente esquecidos e desprezados no Brasil?

A quarta geração do Corsa vendeu mais de 2,9 milhões de unidades.

Opel Corsa E

Quinta Geração: Opel Corsa E – 2014 a 2019

Dinâmico, prático e elegante, o Corsa E também foi um bestseller da Opel, com cerca de 1,3 milhões de unidades vendidas; esta quinta geração foi também produzida nas fábricas Opel de Saragoça (Espanha) e Eisenach (Alemanha). Pela primeira vez, o carrinho ultrapassou a marca dos quatro metros, oferecendo elevado conforto e tecnologias de ponta num comprimento de apenas 4,02 metros.

O volante aquecido, aquecimento dos bancos e o controle automático da climatização estavam, naturalmente, disponíveis, assim como a câmara frontal com indicador de distância, o reconhecimento de sinais de trânsito e assistência à manutenção na faixa de rodagem. Os motoristas do Corsa passaram a estar conectados por meio de sistemas de “Infotainment IntelliLink”, compatíveis com Apple CarPlay e Android Auto, incluindo uma tela touchscreen ecrã de sete polegadas.

O modelo esportivo topo de linha foi, inicialmente, o Corsa OPC ,com motor de 207 cv e, mais tarde, também o Corsa GSi com 150 cv.

Opel Corsa-e F

Sexta Geração: Versão elétrica do Opel Corsa F introduzida em 2019

A Opel está preparada para futuros desafios com o sexto Corsa da história. A mais recente geração do seu modelo, que fez a sua estreia mundial no Salão de Frankfurt de 2019, está também disponível numa versão puramente elétrica, sem emissões, para todos interessados pela primeira vez.

Um destaque é, também, o sistema de iluminação adaptativa e anti ofuscamento, o Intelli-Lux LED Matrix que a Opel também oferece pela primeira vez no segmento de automóveis pequenos com o Corsa atual. Além disso, estão disponíveis inúmeros sistemas de assistência de última geração, tais como o alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência e detecção de pedestre, bem como o controle adaptativo de velocidade baseado em radar, que tornam a direção mais segura e descontraída.

Com comprimento de 4,06 metros, o comportamento do Corsa de cinco lugares, sua configuração e a sua praticidade continuam a ser exemplares. A linha de teto em estilo cupê é 48 milímetros mais baixa do que a do seu antecessor, sem qualquer prejuízo para o espaço interno disponível na altura. O motorista senta 28 mm mais baixo; o baixo centro de gravidade beneficia o comportamento em ruas e estradas.

O elétrico, bem recebido pelo mercado, está provando o seu efeito eletrizante junto do público de várias formas: na Alemanha, o Corsa-e venceu alguns prêmios, e na sua versão de competição, um Corsa-e Rally modificado está demonstrando nos esportes motorizados como o alto desempenho e a compatibilidade ambiental podem ser combinados. Com o seu automóvel pequeno de emissão zero, a Opel é o primeiro fabricante a desenvolver um veículo de rali elétrico, alimentado a bateria e que tem competido, desde 2021, na “ADAC Opel e-Rally Cup”, a primeira taça de ralis monomarca para veículos elétricos do mundo, apontando, assim, ao futuro desta disciplina.

Opel Corsa-e & Opel Corsa-e Rally

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