Classic Cars

As picapes da Mercedes-Benz

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Quando foi apresentada em novembro de 2017, a picape Mercedes-Benz Classe X (W470) foi descrita pela maioria como “a primeira picape” da marca alemã, o que não é exatamente verdade. Desde o final da Segunda Guerra Mundial que a Mercedes-Benz vinha sonhando e namorando a ideia de desenvolver um utilitário aberto de produção em massa. Tudo parecia ir bem, mas a marca não conseguiu esconder der seus clientes que a Classe X era apenas um Nissan Frontier que ganhou o necessário “banho de loja” para honrar a estrela de três pontas na grade. E assim ela desapareceu pouco tempo depois, em maio de 2020.

por Marcos Cesar Silva

O flerte da Mercedes com as picapes começou em 1946. Em pleno período pós-guerra e numa época em que a destruída Alemanha enfrentava todo tipo de crises, a Mercedes-Benz voltou a produzir o 170 V (W136), modelo fabricado entre 1936 e 1942 que chegou a ter até uma versão cabriolet. Dada a situação em que se encontrava aquele país, mais do que modelos de luxo era preciso veículos de carga, ambulâncias, carros de serviço etc. Por isso, a Mercedes-Benz lançou uma versão picape do seu 170 V (abaixo), equipada com motor 1.7 de quatro cilindros em linha e pouco mais de 30 cv de potência.

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O modelo continuou sendo produzido até 1955 mas, dois anos antes, a Mercedes-Benz apresentou o Ponton (W120), um sedã que veio a ser picape meio por acaso. Devido a problemas com as exportações e regras alfandegárias, muitas unidades chegavam ao destino com a carroceria incompleta, como se pode ver na imagem abaixo, e por isso grande parte delas eram facilmente transformadas em picapes.

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Com a nova geração de veículos W114 e W115 (1968-1976) veio também uma outra picape da marca alemã. Durante aquele período, a Mercedes-Benz tinha por hábito entregar vários componentes para o processo de montagem final na América Latina, em especial na Argentina. Acontece que um executivo da marca achou interessante usar estes componentes, dar a eles uma guinada de 180 graus e fazer uma picape, que chegou a ser vendida no mercado argentino com o nome nada original de “La Pickup“. 

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Em 1979 chegou ao mercado a primeira geração do Mercedes-Benz Classe G. Bastante versátil e fácil de personalizar, o “G-Wagen” serviu de carro de passeio a veículo militar, de imbatível fora de estrada a “papamóvel”. E foi também uma amostra moderna de uma picape premium da marca, apesar de sua origem ser na Puch austríaca.

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Como vimos, na história das picapes Mercedes-Benz, uma foi a reencarnação de um modelo antigo, outra foi montada a partir de carrocerias incompletas, a terceira era uma adaptação e a quarta um veículo de outra marca. Com o lançamento da nova Classe X, a Mercedes-Benz esperava inaugurar um novo capítulo na sua história, mas tal como as tentativas anteriores, o objetivo de misturar uma carroceria de utilitário, funcional, com componentes premium, não deu em nada. Quem compra Mercedes sente aversão ao olhar para um Nissan.

Foi um esforço inglório, e a Classe X durou menos de três anos…

Ver a imagem de origem
A Classe X era apenas um Nissan Frontier e não conseguiu seduzir os clientes da Mercedes-Benz.

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