Charles F. Taylor e o carro de uma roda só
Charles F. Taylor foi um inventor norte-americano. Nasceu em 1916 e faleceu em 1997. Ele criou uma série de automóveis fascinantes e inovadores, mas que infelizmente não tiveram o desenvolvimento devido, nem os investimentos necessários para a sua produção em série. Um deles foi o carro de uma roda só…
por Marcos Cesar Silva
Acreditando que os veículos de quatro ou duas rodas eram naturalmente inadequados para trilhas de montanha, Charles F. Taylor decidiu que um veículo de uma só roda poderia enfrentar terrenos acidentados muito melhor do que qualquer veículo convencional. Ao contrário de muitos sonhadores e teóricos, Taylor tinha as capacidades de engenharia necessárias para projetar tal veículo, as habilidades de fabricação para realmente construir protótipos funcionais e o foco para seguir suas ideias.
Taylor já era um inventor conceituado, antes de desenvolver estes automóveis. Durante a Segunda Guerra Mundial, Taylor trabalhou em gravadores na Hathaway Instrument Company, em Denver. Anteriormente, ele havia trabalhado na International Harvester no início da década de 1940. Nas décadas de 1950 e 1960 trabalhou na Coors Porcelain em Golden Colorado.
Para a Coors, ele desenvolveu uma prensa de esferas de cerâmica. Como este era um dispositivo que seus concorrentes, a Champion Spark Plug, tentaram e falharam por anos em desenvolver, era uma máquina inestimável para a Coors Porcelana. As bolas de cerâmica extremamente duras criadas pela prensa ainda são usadas hoje, especialmente na moagem industrial, particularmente para pigmentos branco para tintas, já que as esferas de metal marcariam ou manchariam a pintura.
No final da década de 1960, Taylor deixou Coors para trabalhar na Morse Chain (que se tornou uma divisão da Borg Warner) em Denver, onde permaneceu até meados da década de 1970. Ali trabalhou em powertrains e transmissões, e chegou a desenvolver duas patentes para transmissões automáticas, em 1971 e 1973.
A ideia de produção dos automóveis de uma roda foi desenvolvida durante os anos 1960, mas era já era algo estudado desde 1939. O motorista ficava sentado ao centro, onde tinha um grande volante -retirado de tratores- montado numa seção retangular, onde estava o motor, o giroscópio, o banco do motorista e vários outros instrumentos e controles para fazer o automóvel movimentar-se.
Taylor produziu vários protótipos totalmente funcionais, registou patentes e até chegou a demonstrar um dos conceitos ao Pentágono. O mais incrível de tudo, é que estes automóveis não utilizavam nenhum sistema sofisticado para se manterem equilibrados, tudo era feito mecanicamente, atingido estabilidade impressionante, tanto em linha reta como em curva.
A estabilidade era o grande problema dos automóveis de uma roda, mas Taylor aplicou um giroscópio ligado ao volante, fazendo a estrutura inclinar-se, de modo a virar para a esquerda ou direita. É possível que Taylor tenha implementado uma turbina para evitar que o veículo de inclinasse muito para a frente, numa frenagem, mas no entanto, os detalhes são escassos.
Apesar destes automóveis serem pouco práticos (a falta de desenvolvimento ajudou nisso), do ponto de vista da engenharia é algo absolutamente fascinante. Ao longo dos tempos, várias pessoas tentaram recriar automóveis idênticos aos do Charles F. Taylor. A Berkeley Engineering Division, por exemplo, fez um extenso trabalho de pesquisa, para perceber de que forma estes automóveis se movimentavam, com sistemas puramente mecânicos. Mas os segredos morreram com Taylor…