Explorer 1954, o Plymouth mais raro do mundo
O Petersen Automotive Museum, localizado em Los Angeles, Califórnia, é o lar de alguns dos mais raros carros clássicos e de colecionadores de todo o mundo. De vez em quando, o museu nos mostra de perto um dos carros que abriga no Vault, um espaço do museu que guarda mais de 250 carros icônicos e raros.

por Ricardo Caruso
Em um vídeo recente de Petersen, o curador do museu Leslie Kendall apresenta o Plymouth mais raro do mundo, o “dream car” Plymouth Ghia Explorer 1954, exemplar único.
Na década de 1950, os carros-conceito eram chamados de “dream cars”, ou “carros dos sonhos”. Os desenhistas da Ghia foram encorajados a sonhar sem limites e pensar fora da curva para criar veículos exclusivos, e este Plymouth Explorer é um ótimo exemplo de carro dos sonhos.
“Este carro era o mais ‘out-of-the-box’ que você poderia obter em meados da década de 1950”, diz Kendall no vídeo. “Era um Plymouth, que é conhecido por sua sólida confiabilidade e mecânica descomplicada, mas provavelmente usa o ‘corpo’ mais sexy que um Plymouth já teve”.
A carroceria do Plymouth foi feita pela Carrozeria Ghia, de Torino, Itália, em colaboração com estilistas da Chrysler. A influência italiana é encontrada nos faróis recuados, pára-lamas bem marcados que correm toda a lateral da carroceria e grade muito ampla e incomum.
Este carro, como diz Kendall, não teve uma vida glamorosa depois dos Salões onde foi exposto, mas esse era mais ou menos o destino da maioria desses carros de sonho únicos: “Uma vez que saem das mãos dos primeiros proprietários influentes ou onde as fábricas gastam muito dinheiro para construí-los, às vezes acabam nas mãos de motoristas comuns, para uso no dia a dia”.

Este Plymouth foi pintado e repintado (foto abaixo) várias vezes ao longo de sua história, e era marrom metálico quando foi descoberto. Ele também estava equipado com um pára-choque inteiriço e grade com contorno totalmente metálico que fazia o carro parecer um Jaguar dos anos 1980, de acordo com Kendall. Durante a restauração do carro, o para-choque e a grade foram removidos e ele voltou à sua cor verde original.

Sob o capô está um motor de fábrica de seis cilindros em linha, de cabeçote chata “Plain Jane” e 230 pol3, com potência máxima de 103 cv.
“Não é muito atraente debaixo do capô, mas não é exatamente disso que tratam esses carros”, diz Kendall. “Esses carros eram para despertar sonhos e desejos; pretendiam fazer com que o público em geral se interessasse pelo que os fabricantes de automóveis estavam fazendo”.

Uma característica interessante é que os dois tubos de escapamento são embutidos abaixo das lanternas traseiras fazem parecer que fornecem uma forma de impulso extra para o carro”, acrescenta Kendall.
O curioso é que apenas um dos escapamentos é funcional. A única saída por onde você verá o escapamento emanando ruído e fumaça é o cano esquerdo.

“Se você fosse tentar construir esta carroceria em uma linha de montagem, seria extremamente difícil. Há muita coisa que simplesmente não pode ser recriada por uma máquina e este carro exemplifica isso ”, disse Kendall, encerrando o vídeo. “Sua forma orgânica só poderia ter se originado manualmente em uma pequena oficina”.