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Oficial: BYD investe pesado e assume fábrica da Ford na Bahia

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Na Bahia, havia uma espécie de maldição quando o assunto era a fabricação de automóveis. A Ford deixou de produzir no Brasil e encerrou as atividades de sua fábrica nordestina, a Asia Motors enganou todo mundo e até lançou uma inútil pedra fundamental, a JAC (que até sepultou um carro onde seriam suas dependências) desistiu de ser vizinha da Ford em Camaçari… Mas com a gigante chinesa BYD (Build Your Dreams), que está vivendo um momento bastante feliz no País, a história é bem outra. Acabou de lançar o Dolphin, SUV elétrico pequeno, e confirmou o acordo para iniciar a operação de três fábricas no complexo de Camaçari, na Bahia, ocupando as instalações que eram da Ford. Para isso, a previsão da empresa é investir R$ 3 bilhões no Brasil e gerar 5 mil empregos diretos.

da Redação

O complexo industrial será composto por três unidades fabris. Uma dedicada à produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos. A outra para produzir automóveis híbridos e elétricos, com capacidade estimada em 150 mil unidades/ano inicialmente, podendo atingir 300 mil unidades/ano. A terceira será voltada ao processamento de lítio e ferro fosfato, matéria-prima de suas baterias (é a maior fabricante do mundo) para atender ao mercado externo, utilizando-se da estrutura portuária existente no local.

Com previsão de entrar em funcionamento no segundo semestre de 2024, as três fábricas devem gerar mais de 5 mil empregos. “A contribuição social será significativa. Queremos contratar mão de obra local, a partir deste ano, para que já comecem a receber todo o treinamento e transferência de conhecimento necessários”, diz Tyler Li, presidente da BYD Brasil. “Na BYD, temos o forte compromisso de contribuir e gerar valor para os brasileiros”, afirmou.

“Este é um momento de extrema importância para a BYD nas Américas”, afirma Stella Li, CEO da BYD Américas. “As novas fábricas no Brasil vão permitir a introdução e aceleração da eletromobilidade no País, um movimento-chave para combater as mudanças climáticas e, de fato, melhorar a qualidade de vida das pessoas”.

A empresa pretende contribuir para o desenvolvimento regional, dando prioridade a fornecedores locais, o que reduz custos e tempo. Para a realização de obras civis, a BYD também vai priorizar a contratação de empresas da região. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), havia anunciado o acordo na semana passada. “Nós já nos reunimos com o ministro Márcio França, dos Portos e Aeroportos e já dialogamos a possibilidade da BYD ser a gestora ou apresentar uma empresa parceira para que o porto não fique apenas com automóveis, mas outros produtos, inclusive equipamentos para energia eólica e investimentos de estradas; o Estado fará investimento necessário de infraestrutura”, declarou o petista na ocasião.

Ao governo federal, a BYD solicitou condições que auxiliem a produção, e também incentivos na forma de revisão nas alíquotas do PIS, Cofins e IPI. “Foi solicitada uma política de incentivos tanto para a produção quanto para o consumo”, disse Rodrigues. “Em relação aos pedidos da BYD ao governo federal, o presidente Lula acolheu e vai tratar o assunto com Ministério da Fazenda e da Indústria e Comércio.”

A BYD chegou ao Brasil há oito anos, em 2015, quando inaugurou sua primeira unidade de montagem de ônibus 100% elétricos em Campinas, SP. Em 2017, abriu uma segunda fábrica, também em Campinas, para a produção de módulos fotovoltaicos. Para atender sua frota de ônibus elétricos, a empresa iniciou em 2020 a operação de sua terceira fábrica no Brasil, e, Manaus (AM), a fim de atender a produção de baterias de fosfato de ferro-lítio (LiFePO4). No ano passado lançou seus primeiros carros elétricos e híbridos en nosso mercado, com excelente aceitação.


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