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CLASSIC CARS: NO FUNDO DO LAGO

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A Bugatti, no museu canadense.

 

Esta história tem pouco mais de dois anos e vale a pena ser contada. Uma Bugatti Type 13 Brescia1925 foi resgatada do fundo do Lago Maggiore, no norte da Itália. O carro estava submerso desde 1937, quando o seu proprietário desistiu de pagar as exageradas taxas de importação da época e deu fim no carro.

No fundo do Lago Maggiore.

Diz a história que tudo começou em Paris, quando o elegante esportivo foi entregue em abril de 1925 para um arquiteto francês que morava em Nancy. Três anos depois ele mudou para a Suíça e levou o carro, sem pagar os impostos devidos para o carro, considerado luxuoso. Deixou a Suíça de novo de volta à França, mas largou a Bugatti com seus vizinhos, da cidade de Tessin, já sabendo do problema dos impostos.

Fim do repouso de 72 anos.

Em 1937, os novos donos começaram a receber intimações das autoridades, e decidiram que era melhor e mais barato jogar o carro no lago. E assim aconteceu. Já uma lenda local conta que um piloto suíço ganhou o carro num jogo de pôquer. Feliz da vida, pegou a Bugatti e voltou para casa. Ao chegar à fronteira da França com a Suíça, descobriu que deveria pagar as taxas de importação. Sem dinheiro para tanto, o pessoal da alfândega por lei deveria destruir o carro, e a Bugatti foi jogada no lago. A primeira história parece ser mais próxima do real.

Na superfície, em condições surpreendentes.

Décadas mais tarde, a Bugatti foi descoberta por um grupo de mergulho. Era o verão de 1967. Logo o carro virou atração e muitos mergulhadores iam a quase 60 metros de profundidade só para admirar os restos da Bugatti. O destino parecia estar traçado, e a Bugatti ficaria descansando ali para sempre, até que uma tragédia mudou seu destino. Um jovem da cidade –Damiano Tamagni- foi assassinado, e o clube de mergulho a que pertencia resolveu recuperar o carro e vende-lo, em beneficio da fundação criada em nome do jovem morto, a Damiano Tamagni Foundation.

Grade e carcaça dos faróis perfeitas.

Mais alguns anos se passaram, e finalmente o carro foi removido do fundo do lago. Era 12 de julho de 2009. Os autores da façanha foram os membros do Centro Sport Subacquei Salvataggio Ascona (amigos de Damiano), que trouxeram a Bugatti de 84 anos de volta para a superfície, que viu o sol pela primeira vez em 72 anos. As condições do carro eram boas e surpeenderam a todos. Estava ali uma boa base para restauração. A grade em forma de ferradura estava perfeita, ainda existiam restos da pintura azul e as carcaças dos faróis precisavam apenas ser cromadas de novo.

Os pneus ficaram bem conservados.

Depois do resgate, a Bugatti foi colocada à venda em um leilão da Bonham Retromobile, de Paris. No começo de 2010, recebeu oferta de US$ 350 mil, muito acima do que se esperava. O ganhador foi o Museu Mullin, de Oxnard, Canadá. O museu decidiu não restaurar o carro, e sim mantê-lo como foi encontrado.

Mostradores: obra de arte em bom estado.
Plaquetas de identificação e restos da pintura azul

 


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