Ultima Hora

Como o ar condicionado afeta o consumo do seu carro

Compartilhe!

Goste você ou não, há coisas em um veículo que não podem deixar de serem feitas. Por exemplo, usar o limpador de para-brisas debaixo de chuva, acender as luzes à noite ou acionar o ar condicionado nos dias e noites mais quentes. Não só para o conforto, mas também para a segurança. A realidade é que o sistema de ar condicionado no automóvel se tornou um equipamento essencial nos veículos que circulam nas nossas ruas e estradas. E no mercado de usados, um carro com ar condicionado (funcionando, claro), é bem mais valorizado e procurado do que um similar sem esse recurso.

por Marcos Cesar Silva

Alguns estudos recomendam que os motoristas mantenham a temperatura estável dentro do carro, entre 21 e 23 graus. A razão é que o excesso de calor dentro do veículo aumenta em até 20% o risco de sofrer um acidente. Dirigir acima de 25 graus causa irritação, desconforto e diminuição na atenção e concentração.

Hoje vamos nos concentrar no sistema que nos mantém os ocupantes “frescos”, no bom sentido, naqueles dias mais quentes. Quase todos os motoristas sabem que o sistema de ar condicionado ou controle climático tem um pequeno efeito negativo sobre o consumo de seus carros. A questão é: de quanto estamos falando? Qual sistema gasta mais? É melhor manter as janelas abertas?

Para responder a essas perguntas, contamos com um estudo publicado pela Emission Analytics. Neste estudo, mais de 100 veículos, de diferentes combustíveis, foram testados nos mesmos cenários. Todos eles com a mesma temperatura de resfriamento e sob as mesmas condições climáticas. O mais curioso é o mais e o menos prejudicado. Os piores desempenhos no estudo são veículos híbridos movidos a gasolina; enquanto os menos afetados são os modelos com motores a gasolina. Na tabela abaixo é possível conferir o percentual médio de aumento no consumo em cada um dos cenários.

CombustívelAumento do consumo cidade/estradaAumento do consumo na cidadeAumento do consumo nas vias expressas e estradas
Diesel4.6%6.3%3.3%
Gasolina3.8%5.1%2.7%
Híbridos a gasolina6.1%9.3%2.8%

Por sua vez, outras pesquisas ressaltam que a energia consumida pelo compressor do ar-condicionado do carro depende de dois fatores: a temperatura externa e a intensidade do ar condicionado. Quanto mais graus descemos, mais combustível é consumido. Assim o aumento do consumo de combustível fica entre 0,2 litros e 1 litro a cada 100 quilômetros.

Com base em outros estudos semelhantes, os números mostram uma faixa de aumento no consumo entre 5 e 20%. Em essência, não costuma atingir mais de 1,5 litros de aumento por 100 quilômetros rodados. Além disso, em carros modernos, o compressor desliga quando o sistema atinge a temperatura atribuída. É desacoplado do motor, de modo que o consumo é reduzido.

Muitos podem pensar que o ar condicionado do carro nada mais é do que um sistema de ar condicionado com um termostato. A verdade é que eles não estão tão equivocados. No entanto, longe de ser exatamente o mesmo, o sistema HVAC otimiza a operação do compressor do sistema de refrigeração no momento certo. Ar condicionado não.

No ar condicionado é o usuário que desliga ou liga o sistema à vontade. O ar condicionado evita conexões e desconexões desnecessárias. Desta forma, você deve sempre manter o compressor ligado no mínimo. Isso nos afasta dos picos de consumo de ligar o compressor do ar condicionado.

O controle climático oferece maior conforto a bordo. Além disso, em sua posição automática, pode economizar uma média de até 1,5% de consumo em comparação com o mesmo veículo com ar condicionado manual. Você também deve saber que o custo extra de aquecimento no inverno é muito diferente do ar condicionado. Exceto em carros elétricos, é claro.

O calor é obtido a partir da energia gerada pelo próprio motor de combustão. Portanto, para aquecer o compartimento de passageiros basta ter o motor ligado. É por isso que, quando ligamos o carro no inverno, a saída de ar quente não é imediata. O consumo adicional é insignificante.

Essa é bem conhecida de usuários de Uber e outros aplicativos: ar condicionado desligado e vidros abertos. Bem, dependendo da situação, pode se tornar até eficiente. Apesar do que queriam nos vender nas autoescolas, dirigir com os vidros abertos nem sempre é tão prejudicial para o consumo. Há dois fatores principais a serem considerados ao abordar essa questão. Nas cidades e trânsito mais carregado, pouco interfere.

O primeiro fator a ser observado tem a ver com o consumo médio de sistemas de ar condicionado. Você pode conferir os dados na tabela e as informações acima. O segundo fator tem a ver com o arrasto e a aerodinâmica do veículo. Todos nós sabemos que, com os vidros abaixados, o ar entra no carro e circula dentro dele. Só que quente, em muitos casos.

Nestes casos, oferece o cenário oferece uma resistência muito maior do que quando o ar flui pelas linhas exteriores aerodinâmicas do veículo. De certa forma, é verdade. Para isso, você deve pensar em um paraquedas. Quando um paraquedas abre, o paraquedista procura posicionar o tecido para arrastar o máximo de ar possível e diminuir a velocidade de queda, tornando o pouso seguro.

Ao contrário do paraquedista, não queremos que nenhum lastro entre no carro. Portanto, a partir de 50 ou 60 km/h, é aconselhável levantar as vidros e ligar o sistema de ar condicionado. Isso evita excesso de ruído, vento, ar quente e outros desconfortos. Abaixo dessas velocidades e, levando em conta os números mostrados acima, realmente é mais barato -embora também menos confortável- ter as janelas abertas.


Compartilhe!