BLOG DOS CARUSO: CHINESES DE OLHO ARREGALADO
Não é só a Peugeot que está com a ré engatada no Brasil. O aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) já está fazendo vítimas. Desde que em setembro do ano passado o IPI subiu 30% para os carros importados fora do Uruguai, Argentina e México, as marcas de automóveis chinesas que estavam se instalando por aqui e aumentando suas redes de lojas, estão vivendo o pesadelo de verem suas vendas despencando em até 57%.
A JAC, que até então era a líder entre os modelos chineses comercializados no País, é a que está em situação mais dramática. E não é para menos. Seus dois carros mais vendidos -os J3 hatch e Turin- são os que estão sofrendo mais com a interferência pesada do governo no mercado de automóveis.
Numa comparação com a média mensal de 2011 (a partir do lançamento dos modelos) com a média dos dois primeiros meses deste ano de 2012, a queda nas vendas dos dois carros da JAC foi de pouco mais de 45%. O J3 vendia em média 1.386 unidades em 2011, e caiu para 753 em 2012; o J3 Turin vendia 914 por mês e agora está em 496.
A cara minivan J6 foi o modelo da JAC que mais perdeu participação, despencando mais de 54,2% em comparação com o ano passado.Vendia 481 carros por mês e agora está em 220. Some-se ao novo IPI as concessionárias da marca fechando, a figura desgastada de Fausto Silva como garoto-propaganda e a desconfiança dos consumidores em relação à qualidade dos carros chineses, e a receita está completa.
A Chery é outra marca que vinha bem, mas está agora atordoada. Fora o Face, que ficou estável e perdeu só 1,6% do mercado, seus outros modelos, como Cielo e o SUV Tiggo deram uma de JAC Motors e tiveram queda de vendas de 44% e 41%.
O carro que mais perdeu participação no mercado, apesar do baixo volume de vendas, foi o Effa M100, que na comparação dos dois períodos desabou quase 57%. Mas também tem chinês rindo a toa. A cópia mal feita do Mini, o Lifan 320, montado no Uruguai e sem aumento de IPI, foi o que se deu melhor e perdeu menos, caindo só 1,3% nas vendas. É a busca pelo genérico, que os chineses tão bem sabem suprir.