Classic Cars

Os 75 anos do Citroën 2CV

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A Citroën comemora os 75 anos do seu modelo mais emblemático: o pequeno 2CV. Criado na área de estudos da Citroën na Rue du Théâtre, em Paris, e aperfeiçoado no centro de testes de La Ferté-Vidame, região de Eureet-Loir, foi apresentado oficialmente ao público no Salão de Paris, no dia 7 de outubro de 1948. O 2CV teve uma carreira excepcional na história do automóvel: foram produzidas no total 5.114.969 unidades, das quais 1.246.335 exemplares em formato furgão. Na América do Sul, o modelo foi produzido no Chile, Uruguai e Argentina.

da Redação



O último 2CV saiu da fábrica de Mangualde, em Portugal, 42 anos após o seu lançamento, às 16h30 do dia 27 de julho de 1990. A fábrica portuguesa contribuiu para o sucesso do 2CV,  tendo produzido 81.882 unidades, Exatas 79.914 do 2CV (ZL), entre 1964 e 1990; 781 do 2CV Furgão (AZU) de 1964 a 1970 e mais 1.187 unidades do 2CV Furgão (AK) de 1965 a 1977. Por outro lado, esses carros portugueses tem apéssima imagem de enferrujarem com facilidade e quebrarem muito.



O projeto “TPV” (“Toute Petite Voiture” ou “veículo muito pequeno”) nasceu em meados dos anos 1930, mais precisamente em 1936. O seu objetivo era proporcionar às pessoas com baixos renda um automóvel econômico e versátil. Em 1937, o primeiro protótipo apto a circular do projeto TPV funcionou, pesando apenas 370 kg e equipado com um único farol (a legislação francesa da época não exigia dois). Nessa fase de protótipo, chegou a ser sugerido que o carrinho fosse capaz de transportar uma cesta de ovos através de um campo arado sem criar um indesejável omelete… O veículo podia transportar até quatro pessoas e 50 kg de carga à velocidade máxima de 50 km/h e, dentro do possível, era confortável.

A apresentação de 250 modelos de pré-produção estava prevista para o Salão de Paris de 1939, mas a eclosão da guerra adiou o projeto. Essas unidades produzidas foram destruídas, com excepção de quatro que foram escondidas no Centro de Testes da Citroën, em La Ferté-Vidame.

Quando entrou em produção para valer, em Julho de 1949, o 2CV era um pequeno automóvel com motor bicilíndrico de 9 cv, com 375 cm3 de cilindrada, arrefecido a ar, capaz de atingir uma velocidade máxima de 50 km/h. A Citroën revolucionou a indústria automóvel com um veículo econômico e versátil. O nome 2CV (em francês deux chevaux ou “dois cavalos”, significa “dois cavalos de potência fiscal”).

O seu formato único e a sua estética conquistaram rapidamente grande parte da população. Mas o seu enorme sucesso pode também ser atribuído à sua infinita gama de utilizações, como aos seus bancos removíveis, leveza, agilidade e fácil manutenção. Sem esquecer o fato de ser ultra econômico, o que nos tempos difíceis depois da Guerra, fez dele o automóvel mais popular na França. Em 1950, as encomendas multiplicavam-se e os prazos de entrega chegavam a seis anos.

O seu espírito de vanguarda, com as suas tecnologias engenhosas para a época, fez com que permanecesse no panorama automotivo durante décadas. O 2CV é um modelo atemporal, que se tornou um verdadeiro fenômeno social, atraindo hoje colecionadores de todo o mundo. Como aconteceu com o Fusca ou com o Fiat 500.

O 2CV é também chamado em todo o mundo de muitas formas diferentes, e a sua reputação fez com que ganhasse uma série de apelidos carinhosos, como “Deuche”, “Deudeuche” ou “Patinho Feio”, para referir apenas algumas. Alguns apelidos em inglês incluem “Flying Dustbin”, “Tin Snail”, “Dolly” e “Tortoise”. Esta grande variedade de referências mostra como era popular este modelo histórico.

Foram 10, no total, as edições especiais do 2CV, lançadas em França e em vários outros países europeus, entre as quais a Spot, Charleston e Cocorico. O 2CV também sofreu várias modificações, como o lançamento do primeiro furgão 2CV (conhecido como 2CV AU) em 1951, e depois o 2CV AZ em 1954, equipado com um motor de 12 cv e embreagem centrífuga.

Além disso, o 2CV percorreu estradas de todo o mundo através de vários Raids e Rallies, como o Raid Paris-Kaboul-Paris de 16.500 km em 1970; o Raid Paris-Persépolis de 13.500 km em 1971 e o Raid África, de Abidjan a Tunis, de 8.000 km em 1973, todos eles organizados pela própria Citroën.

Duas curiosidades: o primeiro Citroën C3 trazia um visual levemente retrô, baseado justamente no 2CV, e a segunda liga a Gurgel ao 2CV. João Gurgel estava comprando a sucata do ferramental do câmbio do 2CV, buscando investimentos públicos alegando que estava montando uma fábrica de câmbios. As negociações estavam adiantadas, mas logo descobriram a verdade e o alto investimento que receberia foi por água abaixo, ajudando a levar sua empresa à falência.

Fonte: Citroën.


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