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REVENDA BMW ACUSADA DE RACISMO

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A concessionária BMW Autokraft, do Rio de Janeiro, está com um ddos seus funcionários acusado de ter cometido racismo contra um garoto de apenas sete anos. O fato aconteceu no dia 12/01, na loja que fica na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Em nota, o BMW Group explicou ter tomado conhecimento dos fatos, mas argumentou que nenhum funcionário seu esteve presente na data do acontecimento, já que o acusado é vinculado à concessionária, e não ao importador.  

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Na versão de Ronald Munk e Priscilla Celeste, país adotivos da criança –e criadores da página “Preconceito racial não é mal-entendido”, no Facebook- o menino teria sido confundido com uma criança de rua ao se aproximar do casal. Na condição de clientes, ambos conversavam com o vendedor da concessionária sobre a compra de um automóvel.

“Eu e meu marido somos brancos e nosso filho é um menino negro de sete anos. Enquanto olhávamos os automóveis aguardando atendimento, nosso filho assistia TV sentado no sofá. O gerente de vendas da concessionária veio nos atender. Estávamos conversando com ele, quando nosso filho se aproximou. O gerente voltou-se imediatamente para ele e, sem pestanejar, mandou que ele se retirasse da loja, dizendo que ali não era lugar para ele”, afirmou Celeste. “Você não pode ficar aqui dentro. Aqui não é lugar para você. Saia da loja'”, teria dito o gerente.

Ainda de acordo com o casal, diante do espanto e silênio do garoto, o funcionário insistiu para que saísse da loja. Questionado pelo pai a respeito da atitude racista, ele teria respondido: “que eles pedem dinheiro, incomodam os clientes. Tem que tirar esses meninos da loja”. Ao ser informado de que o menor era filho dos clientes, o gerente teria ficado “completamente sem ação”, segundo  mãe.  

Como a concessionária não se retratou nos dias seguintes ao fato, o casal enviou email para a BMW, relatando a atitude preconceituosa do gerente e destacando um trecho da Lei 7.716, que regulamenta os crimes de discriminação e preconceito racial. A empresa respondeu com um pedido de desculpas, prometendo que a concessionária seria notificada, mas isentando-se de responsabilidade.

A BMW teria argumentou não estar legalmente autorizada “a exercer qualquer ingerência, influência ou participação nas atividades diárias de qualquer concessionária da rede BMW, quer seja em razão de a BMW do Brasil e as concessionárias serem pessoas jurídicas distintas, quer seja em razão de o artigo 16, da Lei n. 6.729/79 expressamente proibir a BMW do Brasil de adotar qualquer postura que influencie a gestão administrativa dos negócios de suas concessionárias”.

Após uma semana, o casal recebeu email do dono da concessionária, reforçando o pedido de desculpas e classificando a suposta atitude racista como “mal-entendido”. Por isso, os pais ficaram ainda mais indignados e resolveram criar a página no Facebook.

Em nota, o BMW Group afirmou ter tomado conhecimento dos fatos por meio de email enviado pelo pais da vítima, no dia 16 de janeiro, e disse ter solicitado esclarecimentos à concessionária Autokraft através de uma notificação entregue na mesma data. “O BMW Group informa ainda que nenhum funcionário seu esteve presente na data do acontecimento narrado, não podendo dessa forma atestar a veracidade dos fatos relatados por parte dos clientes, tão pouco da concessionária”, explica a nota. A empresa confirmou ainda que, “apesar de não ter conhecimento dos fatos, em respeito aos seus clientes, enviou mensagem aos mesmos, desculpando-se pelo ocorrido e explicando a sua relação jurídica e comercial com a concessionária”.

 Ainda segundo a BMW, a legislação brasileira proíbe que a multinacional possa adotar qualquer postura que influencie a gestão administrativa da concessionária e desautoriza a empresa a intervir ou influenciar nas atividades diárias de seus concessionários.


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