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30 muscle cars desprezados, mas que hoje valem milhões (última parte)

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Isso vale para os Estados Unidos, não para o Brasil. Aqui nunca tivemos um muscle car sequer e o maior motor que já produzimos foi o Chrysler 318V8.. Mas durante o auge dos muscle cars, de 1964 a 1971, todos os fabricantes dos Estados Unidos tinham pelo menos um modelo desses em sua linha de produtos. Por exemplo, a GM fabricou 96.000 Pontiac GTO 1966 somente naquele ano. As montadoras de Detroit ofereciam inúmeras opções, níveis de acabamento e estilos de carroceria em seus modelos de muscle cars mais populares. Atualmente, o mercado de antigos acima da linha do Equador procura garimpar modelos raros, que um dia ninguém quis e hoje podem valer milhões.

por Marcos Cesar Silva

A verdade é que antigamente os compradores não podiam pagar -ou não queriam- modelos especiais, com tecnologias mais exóticas para a época e usabilidade questionável. Todos os carros desta lista hoje são raros e cobiçados, uma vez que ninguém os queria naqueles tempos. Esses eram os “filhos bastardos” da história dos muscle cars, que agora se tornaram objetos de desejos dos colecionadores. Alguns podem até estar entre os carros que definiram o apogeu da cultura dos muscle cars. Confira o final de nossa lista abaixo.

Ahhh, essas rodas “colméia”… Em 1974, quase todos os muscle cars foram desapareceram do mercado. Aqueles que sobreviveram careciam de potência e estilo. No entanto, um modelo conseguiu sobreviver e oferecer o máximo possível de ambos. Esse modelo foi o Pontiac Trans Am Super Duty 455 1974. O ano marcou a primeira reestilização de toda a linha Firebird, com nova dianteira, traseira, interior e detalhes aprimorados. O modelo SD 455 foi herdado de 1973, mas apresentava suspensão e freios atualizados em um novo “pacote”.

O 455V8 padrão tinha apenas 215 e 290 cv no acabamento SD, um carro fantástico para 1974. Na verdade, com 290 cv, uma série de atualizações de desempenho e transmissão manual de quatro velocidades, o Trans Am SD 455 de 1974 era mais rápido que o Corvette. Isso o tornou o carro de produção americano mais rápido do período.

Para combater as regulamentações mais rígidas de emissões de poluentes que estavam destruindo os muscle cars, a Oldsmobile lançou o Rally 350 na cor amarela. Foi inteligente evitar altos valores de seguro com um motor menor, 350V8 menor, mas ainda potente, produzindo 310cv. Este modelo era basicamente o muscle car 442, do qual já falamos antes, com motor e preço menores. A pintura amarela brilhante era a característica mais interessante desse carro, junto com pára-choques, aerofólio e roda amarelas.

Parecia que alguém deixou o Oldsmobile Cutlass cair num tanque de tinta amarela. Outros fabricantes introduziram modelos semelhantes, mas este Oldsmobile destacava-se pela sua aparência inconfundível. No entanto, o Rally 350 não foi um grande sucesso, apesar de sua proposta inteligente, então a Oldsmobile construiu apenas 3.547 deles em 1970. Embora a maioria dos carros de alto desempenho da Oldsmobile sejam bem conhecidos hoje entre os entusiastas de automóveis, eles esqueceram do Rally 350, e por isso ele é muito raro hoje em dia. .

A maioria dos fãs de muscle cars conhece bem a linha Dodge Charger, incluindo o Charger Daytona de 1969. Mas o antecessor do Daytona, o Charger 500, é muito menos conhecido e não tão bem-sucedido. No final dos anos 1960, a Dodge estava desesperada para correr na NASCAR, e o Charger era o candidato perfeito. No entanto, como os carros da NASCAR atingiam altas velocidades -de quase 320 km/h- nas muitas pistas ovais recém-construídas, a aerodinâmica desempenhava papel importante. O Charger normal, com sua grade enorme e vidro traseiro côncavo não era exatamente um exemplo de aerodinâmico. Assim, apesar dos seus motores potentes e dos pilotos sem medo da velocidade, não conseguiu atingir o desempenho necessário para ser um vencedor.

A Dodge decidiu lançar o Charger 500 como uma edição limitada. Eles batizaram o carro de “500” porque só fabricaram esse número de unidades. Ele tinha a grade embutida, faróis fixos e vidro traseiro plano, para melhorar a aerodinâmica do carro. Mas então Dodge decidiu ir ainda mais longe e apresentou o Daytona. O Daytona 500 tinha a opção de dois motores, o 440 de série e um 426 Hemi opcional. Como o Daytona foi mais bem-sucedido e interessante, todos logo se esqueceram do Charger 500, exceto os petrol head mais dedicados da Mopar.

Um dos muscle cars mais raros e esquecidos é o Pontiac GT-37. Não era um modelo próprio, mas um “pacote” opcional do Tempest de 1970 e 1971. A inspiração para este modelo veio da Plymouth. Em 1968, a Plymouth lançou o Roadrunner, um muscle car básico e econômico, com decoração “selvagem” e poucas opções. A Pontiac pretendia que o veículo fosse para compradores mais jovens com orçamentos limitados, mas com necessidade de desempenho. O Roadrunner provou ser um vendedor forte. Logo, todas as montadoras começaram a pensar em modelos baratos para atrair clientes mais jovens. Mas, por alguma razão, a Pontiac esperou até 1970 para lançar tal modelo na forma do GT-37.

Por trás desse nome estranho estava um Tempest normal, mas com algumas opções de desempenho e motor do GTO mais popular. Isso significava que os compradores que tinham US$ 3.000 para gastar poderiam adquirir um carro de 255 até 345 cv. A Pontiac anunciou o GT-37 como “GTO Lite”, mas o carro não tinha recursos externos como o famoso para-choque e asa traseira “Endura”. Para 1971, eles ofereceram o famoso 455V8, mas ele só foi instalado em alguns carros. Simplificando, o GT-37 tinha o desempenho e a mecânica, mas faltava o apelo do GTO, resultando em vendas ruins. Em dois anos, a Pontiac fabricou apenas cerca de 2.000 desses muscle cars incompreendidos. Hoje, o GT-37 é uma visão rara.

Em meados da década de 1960, a AMC era famosa por sua linha de sedãs econômicos e pequenos. Isso foi antes do AMC Javelin e do AMX entrarem na classe principal dos muscle cars. No entanto, a direção da AMC queria um carro esportivo e realmente emocionante, então eles recorreram ao Marlin. Como resultado, o Marlin era um fastback de tamanho médio com desenho que sugeria ser rápido e potente. A verdade é que o carro apresentou desempenho apenas medíocre. Mas para 1967, a AMC decidiu lançar uma versão 343V8 do Marlin com 280 cv disponíveis.

Apesar de não ser muito, mesmo assim foi o suficiente para proporcionar ao Marlin desempenho e dinâmica de carros condução decentes. Hoje, os Marlin 343 com motor V8 são raros, mas existem versões ainda mais difíceis de encontrar. Alguns tinham um motor 343V8 ajustado de fábrica que produzia 320 cv, dando ao Marlin muita disposição real para ganhar as “arrancadas de farol” que encontrasse pela frente. Embora não esteja claro quantos desses carros especiais eles fabricaram, hoje eles são quase impossíveis de encontrar.

No início dos anos 1960, a administração da saudosa Studebaker decidiu investir num cupê de luxo para combater as vendas baixas. Eles pensaram que um modelo novo e sofisticado atrairia mais clientes para a Studebaker. Em 1962, apresentaram o elegante e avançado Avanti. O desenho, construção e tecnologia inovadores foram impressionantes e o carro recebeu elogios da imprensa especializada. Mas a versão básica não era potente, então a Studebaker introduziu a opção R2, superalimentada, com 289 cv. A versão R2 não vinha com transmissão automática nem ar condicionado. Na verdade, ele só foi oferecido com uma caixa de câmbio manual de relações curtas. No entanto, incluíram algumas atualizações de desempenho, transformando o Avanti em um carro rápido.

Incrivelmente, o R2 quebrou 28 recordes mundiais ao atingir velocidades máximas de 273,5 km/h, algo espantoso em 1963. O R2 poderia acelerar de zero a 100 km/h em apenas 7,3 segundos. Infelizmente, a Studebaker teve problemas com a produção, então o Avanti teve disponibilidade limitada, afetando sua popularidade. Em 1964 eles descontinuaram este modelo. Hoje, a maioria dos entusiastas de automóveis reconhece o Avanti R2 como um dos carros mais interessantes dos anos 1960, bem como um dos primeiros muscle cars de luxo. Durante seu curto período de produção, a Studebaker produziu pouco mais de 4.600 Avanti e apenas alguns eram R2…

Em 1971, nuvens negras estavam no horizonte dos entusiastas dos muscle cars. O endurecimento das regulamentações governamentais, as altas taxas de seguro e os padrões ambientais atacaram o segmento. Os fabricantes compreenderam que tinham de agir rápido para salvar o mercado. Então a primeira coisa que fizeram foi introduzir versões econômicas (os carros “populares” do Primeiro Mundo…) de seus muscle cars. Eles deram aos seus carros motores menores, mas visuais interessantes para manter a aparência e a popularidade. Um desses modelos é o Chevelle “Heavy Chevy” 1971.

Foi um muscle car interessante, que durou apenas um ano, posicionado abaixo da linha Chevelle SS. O Heavy Chevy veio com um motor 307V8 de 200 cv, e o comprador também podoa optar pelo motor 350V8 de 245 cv. A versão mais potente foi a 402B8 de 300 cv. Se você quisesse um 454V8 big block topo de linha, teria que seguir para a linha SS. Embora o Heavy Chevy fosse um modelo popular e eles construíssem mais de 6.500 deles em um ano, hoje é um carro bastante raro.

No final dos anos 1970, o segmento americano de carros de alto desempenho era apenas uma lembrança dos seus antigos tempos de glória. Padrões ecológicos e de segurança rígidos mataram os motores de alta cilindrada, taxas de compressão adequadas e arruinaram o desempenho. Embora houvesse alguns modelos sobreviventes, “desempenho” era apenas uma palavra que as marcas usavam em anúncios de revistas. Mas em 1977 tudo mudou quando a Pontiac lançou o Can-Am. O Can-Am foi um modelo que durou apenas um ano e pode ser rotulado como o último muscle car real. Ele tinha potência de big block e estilo de carroceria único. Sob o capô com visual herdado do Firebird Trans Am e seu intimidador scoop voltado para trás, um grande motor 455V8 entregava 200 cv. Era pouco, mas bem mais do que qualquer outro muscle car no mercado naquele momento.

O “pacote” Can-Am consistia em “persianas” especiais nas janelas laterais traseiras, spoiler traseiro, rodas Rally, faixas decorativas e vários opcionais. A Pontiac lançou o Can-Am no início de 1977 e o mercado até que respondeu bem. A marca recebeu quase 10.000 reservas, mas vendeu apenas 1.377 delas. O problema foi que o empresa externa que montava o Can-Am sofreu falha nos seus equipamentos. Tiveram que esperar três meses pelo novo ferramental, mas a Pontiac não pode aguardar e cancelou todos os pedidos. Isso matou o Can-Am, e eles não ofereceram esse modelo novamente.

A Ford concebeu o Mercury Cougar como um carro compacto de luxo, construindo-o sobre uma plataforma esticada do Mustang. Isso significava que todos os motores instalados nos Mustang também cabiam facilmente no Cougar.

Em 1969, a Ford apresentou o Mustang Boss 302, e a Mercury também ganhou sua própria versão. Eles o chamaram de Cougar Boss 302. Estranhamente, a Ford não divulgou amplamente esse pony car altamente eficiente, e por isso ele permaneceu obscuro. Foram produzidos apenas 169 deles, e é um mistério imaginar quantos sobreviveram até hoje.

Diz o ditado que “se você não sabe brincar, nem desça para o playground…”. A Chrysler levou isso a sério e, para 1969, sua maior novidade foi a introdução do Plymouth Barracuda 440V8. Era um carro “monstruoso”, com o maior motor já instalado sob o capô de um modelo desse segmento. O Barracuda 440 produzia 375 cv e enormes 66 mkgf de torque. Isso o tornou o carro rápido, mas também difícil de ser dirigido devido à perda de tração dos pneus traseiros (imagine uma curva na chuva…).

Devido ao compartimento do motor ter ficado apertado por causa do tamanho da “usina”, não havia espaço suficiente sequer para uma bomba de direção hidráulica. Isso significava que os proprietários do Barracuda 440 tiveram que usar seus músculos para manobrar este carro, tecnicamente compacto mas excessivamente potente. A Plymouth produziu apenas alguns desses modelos, o que os torna muito raros hoje.


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