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PRESIDENTE DA RENAULT FALA DEMAIS E É DEMITIDO

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O desejo, expresso publicamente, de um dia trabalhar numa marca importante como a General Motors, custou o cargo de COO (Chief Operating Officer, equivalente a Diretor de Operações) no grupo Renault ao português Carlos Tavares. Numa entrevista ao canal de televisão Bloomberg, o executivo de 55 anos admitiu que seria muito difícil ser ele o sucessor do brasileiro Carlos Ghosn como CEO da Aliança Nissan-Renault, desabafando que tinha vontade de comandar uma marca como a GM ou Ford no mercado norte-americano. Foi o suficiente para ser sumariamente despedido.

O comunicado da Renault a respeito do assunto é absolutamente lacônico e diz que “de comum acordo, Carlos Tavares deixa, com efeito imediato, o seu cargo de COO da Renault, para perseguir projetos pessoais”. O português estava na Renault desde 1981.

A entrevista polêmica de Carlos Tavares deixou clara a desilusão e cansaço do executivo. Além de ter dito que tinha vontade de um dia dirigir em nível global uma marca forte, o executivo explicou que “a minha experiência será boa para qualquer marca, por isso, porque não a General Motors? Seria uma honra liderar um grupo como a GM”. “Qualquer um que tenha paixão pela indústria automobilística chega à conclusão que há um momento em que a energia e o desejo de ser o número 1 é evidente”, disse Tavares.

O português fez estas afirmações amparado pelo sucesso do seu trabalho desde que assumiu as funções de COO da Renault, em julho de 2011. Trabalhando próximo do responsável pelo estilo da casa francesa, Laurens van der Acker, foi o responsável pelo lançamento bem sucedido do novo Clio e pelo incentivo aos veículos elétricos.

Além disso, Carlos Tavares é apaixonado pelo automobilismo (sendo até um razoável piloto) e foi importante para a parceria com a Caterham, que permitiu o relançamento da marca Alpine, e trabalhou de forma séria com a Mercedes, para desenvolver uma aliança que parecia voltada ao fracasso, mas já deu frutos na marca alemã e que dará origem a um totalmente novo e revolucionário Twingo. Foi, também, Carlos Tavares quem lançou a ideia da Renault ter uma marca de luxo com a criação da Initiale Paris.

Com esta saída, Carlos Ghosn agora acumula o cargo de COO, mas a Renault já anunciou que irá ser promovida uma adaptação na gestão da casa francesa. Mas já sem as ideias do português que levou a Renault mais longe.


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