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A nova estratégia da Renault-Nissan-Mitsubishi, que inclui o Brasil

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A Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi vai adotar um novo modelo de cooperação entre as marcas para melhorar a competitividade e a rentabilidade dos seus três principais membros. Há novidades para o Brasil também.membros.

Os parceiros da Aliança vão adotar o esquema “leader-follower”, de modo a maximizar a eficiência e a competitividade dos seus produtos e das suas tecnologias. Cada uma das marcas irá liderar nas regiões onde está melhor implementada, assumindo o papel de liderança e suporte para incrementar a competitividade dos parceiros. A Aliança continuará desenvolvendo produtos e tecnologias segundo os mais elevados mandamentos da indústria automotiva, e para todos os mercados onde está presente.

O Grupo Renault, a Nissan Motor e a Mitsubishi Motors, membros de uma das maiores alianças da indústria automotiva mundial, anunciaram um conjunto de novas orientações estratégicas, no planejamento de um novo modelo de cooperação entre elas, com o objetivo maximizar a competitividade e a rentabilidade das três empresas.

As três membros irão tirar o máximo proveito das vantagens da Aliança em áreas como as compras em comuns, as posições de liderança e a implantação geográfica, para apoiar o desenvolvimento dos parceiros.

“A Aliança é uma parceria estratégica única no mundo da indústria automotiva, o que nos dá grande vantagem num cenário de constante mudança nesta indústria”, afirmou o Presidente do Conselho de Administração da Aliança e da Renault, Jean-Dominique Senard.

“O novo modelo de negócio vai permitir à Aliança retirar todo o potencial e capacidades de cada uma das empresas, respeitando a sua cultura e legado. As três empresas da Aliança vão disponibilizar veículos e tecnologias em todos os segmentos e em todas as áreas geográficas, aumentando, ao mesmo tempo, a sua competitividade, sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental”.

A três marcas elencaram os princípios do sistema “leader-follower” para os veículos, no qual vão cooperar:

  • Reforçar a estratégia de padronização na Aliança;
  • Para cada segmento é determinado um modelo “mãe” (líder) e os modelos “irmãos” (followers) desenvolvidos pela empresa líder, com o apoio das equipes das empresas seguidoras;
  • Assegurar que os modelos líderes e seguidores das três empresas serão produzidos de forma competitiva, incluindo a fabricação quando tal for pertinente;
  • Continuar a desenvolver as sinergias na área dos veículos comerciais leves, onde já se aplica o modelo de “leader-follower”.

O sistema “leader-follower” deverá permitir redução nos investimentos, por modelo, na ordem dos 40%, para os produtos que passarão a ser concebidos segundo este novo sistema. Esse benefício será um complemento às sinergias já em prática.

A Aliança decidiu, também, o princípio de nomear as diversas zonas geográficas mundiais como “regiões referência”. Cada uma das empresas estará focalizada nas regiões onde é referência na Aliança, com o objetivo de estar no mais alto nível de competitividade nestas regiões e, ao mesmo tempo, ajudar os parceiros a reforçar a sua competitividade.

Tendo isto em consideração, a Nissan será o líder nas “regiões referência” da China, América do Norte e Japão; a Renault na Europa, América do Sul e Norte de África; e a Mitsubishi Motors no Sudoeste Asiático (ASEAN) e Oceânia.

Cada uma das empresas torna-se a referência nas respetivas regiões. As sinergias irão aumentar para maximizar o potencial de compartilhamento de custos fixos, bem como para alavancar os ativos de cada empresa.

ABAIXO, OS PLANOS PARA O BRASIL

O portefólio de produtos de cada empresa vai seguir o esquema de “leader-follower”, e os automóveis de líderes e seguidores vão ser produzidos da forma mais competitiva. Como por exemplo:

  • A renovação do SUV do segmento C, após 2025, vai ser conduzida pela Nissan, enquanto que a futura remodelação do SUV do segmento B, na Europa, ficará a cargo da Renault.
  • Na América Latina, os produtos baseados nas plataformas B vão ser racionalizados, evoluindo de quatro variações para apenas uma para os produtos da Renault e da Nissan. Esta plataforma será produzida nas duas fábricas e cada uma produzirá para a Renault e para a Nissan.
  • No Sudoeste Asiático e no Japão, os membros da Aliança vão explorar todas as oportunidades dentro do mesmo esquema, como a colaboração já existente entre a Nissan e Mitsubishi para os Kei-Car (pequenos carros urbanos, de baixa cilindrada).

Considerando todas estas medidas, cerca de 50% dos modelos da Aliança vão ser desenvolvidos e produzidos sob o esquema “leader-follower” até 2025.

Em termos de eficiência tecnológica, os membros da Aliança continuarão a capitalizar nos ativos existentes, de forma a assegurar que cada empresa continuará a compartilhar os investimentos realizados em plataformas, unidades motrizes e tecnologias.

Esta partilha já provou a sua eficácia no desenvolvimento de unidades motrizes e plataformas, e permitiu o lançamento, com sucesso, da plataforma CMF-B para o Renault Clio e Nissan Juke, bem como da plataforma Kei-Car para o Nissan Dayz e Mitsubishi eK Wagon. As plataformas CMF-C/D e CMF-EV serão as próximas.

O esquema “leader-follower” vai estender-se das plataformas e motores a todas as tecnologias chave, com a liderança de cada área assegurada como consta a seguir:

  • Condução autônoma: Nissan
  • Tecnologias para automóveis conectados: Renault para a plataforma Android e Nissan na China
  • E-body – sistema principal da arquitetura elétrica e eletrônica: Renault
  • Motor e-PowerTrain (ePT): CMF-A/B ePT – Renault; CMF-EV ePT – Nissan
  • PHEV para os segmentos C/D: Mitsubishi

Este novo modelo de cooperação permitirá aos parceiros da Aliança tirar o melhor proveito do seu know how e das suas competências, para reforçar a Aliança no seu conjunto, no contexto de um setor da indústria automotiva em plena mutação


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