Classic Cars

Kadett, o rei do “badge engineering”. E você sabe o que é isso?

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O último modelo do Opel Kadett (o Chevrolet Kadett que foi fabricado e vendido no Brasil) acabou sendo comercializado por várias marcas, em diversos mercados, e teve muitos nomes. É um exemplo bem claro da prática do “badge enginnering”, termo um tanto pejorativo que define a prática de comercializar um mesmo veículo sob duas ou mais marcas diferentes.

por Ricardo Caruso

Asuna GT was a dreadful car that dreadfully misused an iconic name.
Pontiac Le Mans: feito pela Daewoo coreana e vendido nos Estados Unidos.

A típica situação que deu origem a esta prática é a joint venture entre dois grupos independentes, que se juntam com o objetivo de dividir os custos de desenvolvimento de um determinado modelo, o qual, por meio do “Badge Engineering” é comercializado por marcas dos dois parceiros. Como aconteceu na Autolatina, com Ford Verona e VW Apollo, Ford Versailles e VW Santana e Ford Royalle e VW Quantum.

Com o surgimento de grandes conglomerados automotivos ao longo dos anos, a prática também passou a ser adotada para que um mesmo modelo desenvolvido pelo grupo gere produtos para várias marcas do seu portfólio.

Opel Kadett E

O Opel Kadett, por exemplo, foi durante décadas o carro familiar compacto de sucesso da marca alemã. O nome Kadett só foi abandonado em 1991 na Opel com o surgimento do Astra, apesar do nome Astra ser um dos muitos nomes pelo qual o Kadett ficou conhecido: foi assim batizado pela britânica Vauxhall nas duas últimas gerações do modelo (D e E, a fabricada também no Brasil).

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Vauxhal Astra

Mas o Vauxhall Astra não foi o único “disfarce” usado pelo Opel Kadett. Fazendo parte do então maior grupo automotivo do planeta, a General Motors, o modelo da Opel acabou atendendo mais marcas e recebendo mais nomes dentro da gigante norte-americana.

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Pontiac Le Mans.

Aliás, o último Opel Kadett E acabou por ser tornar num dos modelos onde a prática de badge engineering foi mais longe. Podemos afirmar que era a forma preferida de atuar da General Motors nos anos 1980, o que acabou por prejudicar muitas das suas diversas marcas. Convém lembrar que o Monza teve sua versão Cadillac, o que soa muito estranho até hoje.

Opel Kadett
Opel Kadett E (1984-1993)

A prática de badge engineering (grosseiramente traduzido como “engenharia de emblema”) é comum na indústria automóvel e praticamente tão antiga como ela. Essencialmente, não é mais do que vender o mesmo carro com várias marcas, onde as diferenças resumem-se praticamente apenas no símbolo ostentado pelo modelo e outros pequenos detalhes.

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Daewoo Racer, o Kadett sedã.

Daí o termo algo sarcástico “badge engineering”, pois o único trabalho de “engenharia” parece ser mesmo esse: o de trocar o símbolo de uma marca por outro. É possível haver diferenças cosméticas, ainda que as mesmas não impliquem, por norma, alterações na carroceria, para não elevar os custos na produção.

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Daewoo Cielo

No caso do Opel Kadett E, além dos já mencionados Vauxhall, que há muito tempo era apenas o reflexo britânico da Opel alemã, acabou por ultrapassar as fronteiras europeias e acabou sendo vendido em vários pontos do planeta, mas por meio de diferentes marcas, e até regressaria à Europa como um Daewoo, o Nexia.

Daweoo Nexia
Daweoo Nexia

Além do Vauxhall Astra no Reino Unido, nos Estados Unidos foi vendido como Pontiac Le Mans, no Brasil como Chevrolet Kadett e no Canadá como os obscuros Passport Optima e posteriormente com a marca Asuna, nas versões GT e SE.

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Chevrolet Kadett, velho conhecido dos brasileiros.

Mas seria com a Daewoo, a marca sul-coreana então parceira da GM, que o Opel Kadett teve o seu maior número de “disfarces”. Tivemos o Daewoo Le Mans, Racer, Fantasy, Pointer, Cielo, Nexia, Super Racer e Heaven. Os nomes mudavam de acordo com o mercado onde eram vendidos. Alguns destes, lançados na década de 1990, eram versões reestilizadas e descaracterizadas (nova frente e traseira) do descontinuado Kadett E

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Asuna GT, hoje um canadense dos mais raros.



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