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Crise VW: se você não pode com os chineses, junte-se a eles…

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As coisas não vão nada bem para a Volkswagen em nível mundial, tanto que a fabricante anunciou recentemente que custa muito caro para ela vender os seus carros elétricos -que não são competitivos em relação a modelos de outras marcas-, veículos em que investiu muito dinheiro e que tem que recuperar esses gastos o mais rápido possível.

por Ricardo Caruso

Enquanto a empresa faz terrorismo com seus executivos, anuncia cortes em suas fábricas, suspende investimentos e anuncia alguns atrasos em modelos que não têm seu software pronto, o Grupo Volkswagen fez recentemente dois anúncios importantes. Por um lado, o Grupo anunciou que a marca Volkswagen assinou acordo com o fabricante de carros chinês Xpeng para cooperação tecnológica de longo prazo. Graças ao investimento de US$ 700 milhões, eles terão participação próxima a 5% na empresa. Em segundo lugar, a Audi e a também chinesa SAIC assinaram um acordo para expandir a cooperação existente entre as duas empresas, desenvolvendo veículos para o mercado chinês.

Os novos acordos procuram incrementar os planos de eletrificação da Volkswagen, reforçando sua capacidade de desenvolvimento de produtos para o mercado chinês, onde está perdendo gradualmente participação no mercado diante do avanço de outros fabricantes chineses, como a BYD, ou à resistência de outras marcas, como a Tesla.

A Volkswagen vem constantemente tentando virar o jogo diante da intensa concorrência da Tesla e da BYD no mercado chinês, mas sem sucesso. Outros esforços incluem a expansão da fábrica de Hefei, localizada na província de Anhui. Com a expansão dessa planta, a fabricante busca transformá-la em um centro de produção, desenvolvimento e inovação de produtos de última geração.

Embora o tamanho da Xpeng seja muito modesto, a fabricante promete muito com suas novas ideias e tecnologia. Para se ter uma ideia do quanto estão avançados, a Xpeng tem seu próprio “pacote” avançado de recursos de assistência ao motorista, conhecido como XNGP, que se imagina superior ao da Tesla. A empresa chinesa também iniciou a expansão para a Europa, o que acendeu a luz vermelha no Velho Continente, pois é uma marca que oferece um modelo semelhante ao Tesla Model Y mas por um preço 20% menor.

Inicialmente, VW e XPENG trabalharão em dois novos veículos elétricos médios que serão específicos para o mercado chinês e chegarão em 2026.

Com estas parcerias, o grande grupo alemão quer suportar as nuvens negras que o ameaçam e que estão fazendo perder muito dinheiro, mercado e, o pior de tudo, o interesse dos compradores e a confiança da sua rede de assistência técnica. Nos últimos anos a marca não conseguiu o apoio do mercado ou de sua concessionárias, e suas vendas de eletricidade caíram vertiginosamente diante do avanço de marcas como a Tesla, que aumenta a cada dia suas entregas, vendas e fatia de mercado, com uma estratégia bem diferente e inédita -reduzir complexidade, preços e reduzir rede autorizada-.

Vamos esperar para ver como funciona esse novo estilo de parcerias para a Volkswagen, algo que entendemos ou começaremos a entender –se isso for possível– nos próximos anos, embora não saibamos se será tarde demais. A atuação da Volkswagen no Brasil deixa claro que a marca perdeu o rumo. Quem te viu, quem te vê…


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