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O início dos telefones nos carros

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Hoje em dia fazer chamadas telefônicas num automóvel -a partir de recursos da central multimídia- é algo comum, pois a maioria dos automóveis novos, mesmo os mais baratos, vem equipados com esse sistema. Mas alguma vez você tentou imaginar quando foi a primeira vez em que foi possível fazer ligações telefônicas a partir de um automóvel?

por Marcos Cesar Silva

O sistema teve início nos Estados Unidos, graças à empresa de telecomunicações americana Motorola, que teve o seu primeiro produto comercial -um rádio- para equipar os automóveis nos anos 1930. Em 1946 criou um equipamento em que era possível fazer chamadas telefônicas por meio do então novo serviço radio-telefônico da Bell Systems para os automóveis. Ou seja, desde dos anos 1940 que é possível realizar chamadas telefônicas nos automóveis.

Os primeiros equipamentos de telefone para automóveis pesavam cerca de 35 kg. As chamadas repercutiam ininterruptamente entre as “células” de cobertura e, nas autoestradas americanas, os receptores remotos eram montados na parte inferior dos postes telefônicos, num compartimento à prova de intempéries. Em 1968, este serviço comercial estava espalhado por 60 cidades nos Estados Unidos e Canadá, com cerca de 4.000 clientes, fazendo 117.000 chamadas por mês. E foi assim que o conceito de telefone celular foi criado.

Nos primeiros sistemas a pessoa tinha de apertar um botão para falar e soltá-lo para ouvir, tal como nos walkie-talkies, mas nesse caso o acionamento era feito pelo pé. Mas, devido ao crescente número da população nos anos pós-Guerra, todas as pessoas queriam um telefone no seu automóvel. A lista de espera andava na ordem dos cinco a 10 anos. O problema é que procura havia, a tecnologia é que não.

O sistema da Motorola custava caro naqueles tempos, US$ 176 por mês, e apesar do valor elevado, decididamente valia isso e, com os anos, o sistema foi ficando cada vez melhor e mais confiável. Muitos atores de Hollywood usaram e fizeram publicidade desse serviço, pois era possível fazer chamadas em qualquer lugar. Nos anos 1960, o peso do equipamento foi reduzido, mas a procura continuava a aumentar. Por exemplo, a cidade de Nova Iorque tinha apenas 12 canais para os cerca de 2.000 clientes e tinha que esperar em média meia hora para se poder fazer uma chamada.

Foi então que se começou a perceber os riscos de dirigir e falar ao telefone ao mesmo tempo. Martin Cooper, então engenheiro da Motorola, disse que ia desenvolver um sistema que bloqueava o telefone enquanto o automóvel estivesse em movimento.

No final dos anos 1960, foi lançado aquilo que viria a ser o celular que conhecemos hoje. Bastante pesado, é óbvio, e com uma bateria muito limitada, mas podia ser levado para qualquer lado na bagagem. Foi o próprio Martin Cooper que desenvolveu o primeiro celular, em 1973, coocado no mercado 10 anos depois. A sua esposa, Arlene Harris, também parceira no negócio de Cooper, foi a mulher que inventou o sistema sem fios wireless.

Nos anos 1980 os telefones nos automóveis continuavam a ser mais populares que os fixos nos Estados Unidos, mas nos anos 1990 o rumo foi diferente, com a crescente procura dos celulares. Desde 1982 que o desenvolvimento da tecnologia radio-telefônica para os automóveis parou, apesar de alguns equipamentos idênticos estarem à venda até 2008, como os Motorola VC6096 e Nokia 810.

Não foi só nos Estados Unidos que existiu este tipo de serviço. No Reino Unido havia um serviço idêntico, chamado de “Post Office Radiophone Service”, que foi lançado na cidade de Manchester em 1959, mas necessitava ter assinatura com uma operadora telefônica e, antes de efetuar a chamada, esta era encaminhada para um central.


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