Classic Cars

O seleto universo dos motores V10

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Mais que os V6 e V8, mas menos que os V12. Tantas vezes desprezados diante dos valorizados motores de 12 cilindros em “V”, os motores V10 há muito tempo conquistaram um lugar no coração e na memória de muitos apreciadores de automóveis diferenciados. Sempre caros, são cada vez mais raros, mas deixaram na historia do automóvel uma marca impossível de ser esquecida. AUTO&TÉCNICA traz os modelos com motores V10 mais interessantes de todos os tempos, homenagem a um tipo de motor que está em vias de extinção.

por Ricardo Caruso

Porsche Carrera GT Walter Rohrl-2

Além do desempenho, a explicação para o fascínio que trazem é simples: são responsáveis por algumas das sonoridades mais impressionantes da história do automóvel, sempre associados a alguns dos esportivos mais emblemáticos de todos os tempos. Para quem precisa de um leve reavivamento de memória, basta pensar no som de modelos como o Porsche Carrera GT ou o Lexus LFA.

Os dois supercarros são os mais famosos atualmente, mas não foram os únicos a recorrer aos motores V10. Apesar de raros, houve um pouco de tudo equipado com este tipo de motor, desde wagons e SUVs, até a motores a diesel V10.

Audi R8

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Apresentado em setembro de 2006, o Audi R8 não deixou ninguém indiferente —afinal, foi o primeiro esportivo de motor central de raiz da Audi—, ainda que tenha sido lançado inicialmente com um motor 4.2V8.

Foi preciso esperar até dezembro de 2008 para se conhecer um Audi R8 com motor de 10 cilindros: tratava-se de uma unidade 5.2V10 FSI que produzia 532 cv de potência máxima, o primeiro dessa configuração a equipar um Audi.

E desde que o motor V10 foi introduzido, a procura pela pelas versões equipadas com o V8 caiu tanto que, na segunda geração do modelo, apresentada no Salão de Genebra de 2015, a Audi já nem a disponibilizou.

Atualmente, o Audi R8 continua contando com os serviços do 5.2V10 aspirado, que está disponível em dois níveis de potência: 570 cv e 610 cv (nas versões R8 Performance quattro).

Audi RS 6

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A Audi RS 6 Avant é, desde 2002, a versão mais potente da linha A6 Avant e, na segunda geração (C6), chegou a exibir um motor V10 cilindros BUH 5.0 TFSI biturbo —em alumínio— que gerava 580 cv de potência.

audi rs 6 avant

Mais tarde, na terceira e quarta geração (a atual), a Audi RS 6 voltou à fórmula original, ou seja, motores V8.

Atualmente, usa o mesmo motor 4.0V8 biturbo (EA825) que podemos encontrar em outros carros do Grupo VW, como Porsche Panamera ou Lamborghini Urus, e oferece ao seu motorista 600 cv de potência e 80 mkgf de torque máximo.

Audi S8 e S6

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A segunda geração do Audi A8 teve como auge uma versão S8 (lançada em 2006), equipada com o mesmo motor 5.2V10 com 450 cv, que equiparia o Lamborghini Gallardo LP 560-4.

Acelerava de zero a 100 km/h em 5,1s e continuava até chegar aos 250 km/h de velocidade máxima (limitada eletronicamente), números que faziam dele um autêntico “canhão” nas famosas autobahns germânicas.

Também a terceira geração do Audi S6 (C6) recebeu esta motorização em 2006, mas para manter a hierarquia, o 5.2V10 anunciava apenas 435 cv, mas mesmo assim era capaz de atingir os 100 km/h em menos 0,2s que o S8, ficando nos 4,9s (5,0s para a S6 Avant).

Lamborghini Gallardo

Lamborghini Gallardo

O Lamborghini Gallardo, o supercarro italiano que estreou em 2003. Antes de receber o mesmo 5.2V10 FSI dos Audi S6 e S8, começou sendo animado por outro V10 aspirado, com 5.000 cm3, 500 cv e 51 mkgf (a potência subiria 20 cv no final de 2005), concebido pela própria Lamborghini.

A troca do V10 italiano pelo V10 alemão aconteceu em 2008, quando a marca mostrou a segunda geração do modelo no Salão Automóvel de Genebra, na Suíça.

Apesar do visual pouco ter mudado, o superesportivo italiano recebeu o 5.2V10 aspirado, mas que aqui produzia muito mais interessantes 560 cv (a 8000 rpm!) e 54 mkgf. E este motor acabou ficando ainda mais potente em 2010, quando a Lamborghini apresentou o Gallardo LP 570-4 Superleggera com 570 cv.

Lamborghini Huracán

Lamborghini Huracán STO_03

O Huracán foi o sucessor do Gallardo e viu a luz em 2014, também no Salão de Genebra. Herdou do Gallardo o seu 5.2V10 aspirado e, durante todos estes anos (ainda é produzido), manteve-se sempre fiel a ele, que começou por entregar 580 cv e hoje oferece impressionantes 640 cv nas versões Evo, Performante e STO.

Nesta última, a STO -a mais radical da linha até agora- o Huracán cumpre o 0-100 km/h em apenas 3,0s e atinge os 324 km/h de velocidade máxima.

Volkswagen Phaeton e Touareg

Volkswagen Phaeton

Quando a Volkswagen quis sonhar mais alto, no início deste século, o fez com o Phaeton (2002), um sedã de luxo, e com o Touareg (2002), o seu maior SUV até agora (desenvolvido em parceria com a Porsche, de onde veio o Cayenne).

volkswagen touareg

Só as motorizações de maior tamanho ou mais nobres, como o  6.0W12 (EA398) a gasolina que equipou o Phaeton, estavam presentes nos dois topos de linhada Volkswagen, mas não faltou um V10.

Entre os V10 reunidos nesta mat[eria, é o único que não tem gasolina correndo pelas veias. Isso mesmo, é um 5.0V10 TDI, diesel.

O imenso V10 TDI fez dos Phaeton e do Touareg, durante algum tempo, os mais potentes automóveis a diesel à venda no mercado mundial, o que significava 313 cv de potência e fantásticos 75 mkgf de torque.

BMW M5, M5 Touring e M6

BMW V10

Além do desenho pouco consensual, que saiu da prancheta de Chris Bangle, a versão M5 do BMW Série 5 E60 ficou marcada por ter usado um motor digno dos superesportivos: um V10 (S85) de 5.0 litros, aspirado, que produzia 507 cv a 7750 rpm e 52 mkgf.

BMW M6 V10

Este motor também chegou à linha Touring do Série 5, a E61, dando origem a uma das wagons esportivas mais fascinantes de todos os tempos.

Além do sedã e da wagon do Série 5, o S85 encontrou ainda lugar nos Série 6 Coupé e Cabrio (E63 e E64), mais em especial no M6, o “pai” do BMW M8 atual, ainda hoje considerado um modelo muito especial.

Apresentado em 2005, no Salão de Genebra, na Suíça, o BMW M6 não apresentava diferenças mecânicas para os M5 e M5 Touring, mas conseguia ser, por uma curta margem, o mais rápido de todos na forma de cupê: apenas 4,6s para acelerar de zero a 100 km/h e atingia os 305 km/h de velocidade máxima.

Em 2012, com a introdução da segunda geração, o M6 despediu-se dos motores V10 aspirados e rendeu-se aos 4.4V8 biturbo.

Lexus LFA

Os anos passam, mas o Lexus LFA continua a ostentar dois títulos quase indiscutíveis: é um dos raros superesportivos japoneses e, por isso, um dos melhores da história; e tem uma das melhores “trilhas sonoras” que se conhece.

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A culpa? Bem, a culpa é toda do motor 4.8V10 aspirado de 560 cv de potência a elevadas 8700 rpm. Uma verdadeira obra de arte, cuja disposição e som conquistou todos aqueles que tiveram o privilégio de acelerar um.

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Por isso mesmo, melhor do que ler é mesmo ouvir o que este V10 cilindros é capaz de fazer, voltando ao vídeo no inicio deste tópico.

Porsche Carrera GT

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Foi no ano 2000, véspera do Salão de Paris, que a Porsche mostrou ao mundo o Carrera GT, ainda como conceito.

A versão de produção demorou três anos a chegar. Mas quando chegou, o impacto foi grande: o primeiro Porsche com chassi em fibra de carbono, o primeiro carro de produção com embreagem em cerâmica e o primeiro Porsche de rua com um motor V10.

Com 5,7 litros de capacidade, e aspirado e montado “atrás das costas do motorista”, tinha 612 cv e estava associado a uma caixa de câmbio manual de seis velocidades. E [e desnecessário dizer que continua a ser um dos V10 com som mais impressionante que se conhece.

Dodge Viper

V10 Viper

É um dos modelos mais especiais desta lista e não é difícil perceber a razão: o Dodge Viper manteve-se fiel aos motores V10 aspirados ao longo das suas três gerações, que nunca parou de evoluir e e crescer, em capacidade cúbica e potência.

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Tudo começou em 1992, quando o primeiro Viper foi apresentado com um imenso motor V10 —construído pela Chrysler, mas também com uma ajuda da Lamborghini durante o seu desenvolvimento— com 8.0 litros, 406 cv e 63 mkgf.

Dodge Viper GTS
Dodge Viper GTS

Na segunda geração (SR II) manteve a capacidade do motor, mas viu a potência crescer para os 456 cv e o torque subiu até os 66 mkgf com o GTS, o primeiro Viper Coupé.

Mas as mudanças seriam ainda maiores em 2003, com a introdução da terceira geração do modelo (ZB I), onde o V10 saltava para os 8.3 litros de capacidade, a potência para 517 cv e o torque para 72 mkgf.

Em 2008 chegou a quarta geração (ZB II), onde o bloco V10 atingia os 8.4 litros, com ainda mais potência e torque, passando a disponibilizar 608 cv e 76 mkgf, respectivamente.

A quinta e última geração do Viper (VX I), lançada em 2013, se a capacidade do motor foi mantida, a potência acabaria por chegar aos 649 cv numa primeira fase e aos 654 cv na última atualização do modelo.

Além do desempenho que ofereceu a este modelo tão icônico, o imenso V10 ainda serviu de base para muitos outros modelos, inclusive picapes da Chrysler (abaixo).

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