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ROBERTO NASSER: ANÍSIO CAMPOS VAI VIRAR FILME

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DE CARRO POR AÍ, com Roberto Nasser

 

 

Um filme sobre o Anísio Campos. Participe

Repito uma história contada na Coluna há alguns anos. Brasília, auditório do Centro de Convenções, simpósio de estudantes de design e de artes da Universidade de Brasília. Anísio Campos, convidado, faz palestra.

Na plateia, professores, estudantes, interessados, curiosos, antigos pilotos, amigos, profissionais. Ari Rocha, o primeiro designer brasileiro premiado com automóvel no exterior – o urbano Aruanda, 1964, cheio de láureas acadêmicas, professor, pós doutor, etccc. Ouve atento, bebe as palavras de um tempo e de uma atividade que bem viveu.

A seu lado, um professor aparentemente instiga clima de fofoca: “ – O que tem este cara aí, sem diploma, deitando falação ? ” provoca. Superior, generoso, o Ari corta o comentário: “O cara aí desenhou e construiu 13 automóveis neste país. Nós, não. “

Pois é

Quase arquiteto, ex-piloto, criador da Equipe Hollywood, um divisor de águas no automobilismo brasileiro, projetista e construtor de automóveis, pintor, escultor, artista plástico, fotógrafo, palestrante, incentivador de novos talentos, grande papo, ótimo sujeito. É civilmente o José Anísio Barbosa de Campos, ou no universo de suas atividades, Anísio Campos. Para os amigos Anísio é uma síntese de tudo. E o único designer brasileiro a projetar e construir muitos veículos e, destes, 13 foram á produção. Um recorde.

Muitas histórias, muitos carros, desde os de corrida, como o AC, cuja estrutura mesclava aço e a carroceria que se lhe encaixava; esportivos nacionais – acerto no Malzoni, projeto do Puma Vemag, co-autoria no projeto do Puma VW e do FNM Onça, buggy Kadron, Del Rey conversível, picape Pampa com cabine dupla removível, Dacon 828, Pag Nik e, mais recentemente o Óbvio, projeto vendido a norte-americanos. Vida tão misturada ás corridas e automóveis, Anísio se transformou em linha a costurar histórias, ser apontado como autor de projetos, como o do Simca Tempestade, do qual declina da participação.

Próximo dos 80, sua filha Raquel Valadares executa o que amigos, admiradores e ex-clientes têm vontade: fazer um registro sobre tanta atividade, tantos veículos. Cineasta – diretora de “Corpo de Bollywood, O Povo Quer Cinema”, – está com novo projeto em andamento, o documentário “Homem-Carro”. Como diz Raquel, é um documentário <com e sobre> Anísio Campos, um dos maiores “carrozziere” da história automobilística brasileira. Quer mostrar a história e os produtos, pontos de encontro do esmero do artesão com o talento do artista.

Raquel não foi atrás da cobertura da Lei Rouanet de incentivo à cultura, e lançou mão de outro processo, o crowdfunding, colaboração participativa, nada mais que a reunião de interessados para formar recursos viabilizadores do projeto. Custa pouco, relativamente à importância, ao registro, à história, e à oportunidade – uns R$ 60 mil para despesas e custos de viagem aos diferentes lugares onde estão exemplares dos carros construídos por Anísio.

Como diz a entusiasmada Raquel, “Veja e se delicie com o vídeo promo, leia a proposta, confira as contrapartidas oferecidas, contribua e participe da construção de uma grande história. ACESSE:

http://catarse.me/pt/projects/805-homem-carro-doc-com-e-sobre-anisio-campos. E lembre-se, entre as recompensas tem quadro, escultura e sketches do Anísio. Mas atenção! São em número limitado!”

Quer saber? Cumpri meu dever de escoteiro interesseiro: aderi com 1/59 do custo. Se você gosta de automóveis e admira os vencedores, apoie a iniciativa, entre na lista.

 

Anísio Campos. A lenda vai virar filme.
 

Um semestre de reativação

Claro, objetivo, Thomas Schmall, o bem sucedido presidente da Volkswagen saiu-se com frase bem definidora em encontro com o ministro Guido Mantega, da Fazenda: “o ano começou em 1º. de junho”.

Sintético e prático deu o retrato da indústria após o letárgico reagir do mercado ás medidas de renúncia do governo federal para reativar um dos principais motores da economia, a indústria automobilística, pela isenção do pagamento do IPI dos carros 1.0 e da redução aos de cilindrada superior – importados fora.

O mercado reagiu em junho, aumentando as vendas diárias de 13 mil para 16 mil unidades, crescimento de 8,5% relativamente ao mês anterior e 2,21% considerando junho do ano passado.

A explicação para os resultados resume-se, na prática da vida, a ter a prestação adaptável ao bolso, independentemente da classe ou do produto. Os incentivos promoveram a soma da redução do preço inicial com a diminuição dos juros liderada pela Caixa Econômica e pelo Banco do Brasil, de efeitos sensíveis nos outros bancos e, parcela paralela, enxurrada de promoções de marcas de nacionais e de estrangeiros. A estes, sem vantagens oficiais, restou cortar nas parcelas de custo para se tornar competitivos – a Mitsubishi vende o Lancer com pacote melhor que outros japoneses feitos aqui ou importados, a R$ 65 mil, menos que os concorrentes locais.

Outro aspecto, embora os valores cobrados como entrada tenham se elevado, o percentual de aprovação dos pedidos de financiamento subiu de 35 para 60%. A Fenabrave, entidade dos distribuidores, por seu presidente Flávio Meneghetti, dá outro bom número de sintonia entre o fazer e o vender: o estoque médio dos revendedores baixou de 39 para 27 dias. Mas, ao final, projeta, o mercado recuará 0,5% relativamente a 2.011, queda não ocorrida desde 2004.

O mesmo Schmall prevê, o mercado doméstico crescerá entre 1 e 2% neste ano, raciocínio seguido pela GM acreditando, da média entre o 1º. semestre fraco com o 2º. de recuperação, haja ligeira alta. Há a se observar, todas as perspectivas de crescimento passam, mandatoriamente, pela manutenção das isenções.

Roda-a-Roda

Cabelos – Novo conversível na praça, o Audi A5 dito Cabriolet, no segundo degrau da motorização, 2.0 TSI – 16V, injeção direta de combustível, turbo. Capota elétrica com tratamento acústico, confortos aerodinâmicos para desviar o fluxo de ar. R$ 229.700.

Pacote – Embrulho bem fornido, incluindo o seguro sistema Quattro, a tração nas quatro rodas sob demanda. Potência contida em 211 cv, torque abundante, 350 Nm a 1.500 rpm, transmissão S Tronic – mecânica, com dupla embreagem operando como automática, 7 velocidades. Acelera e anda: 0 a 100 km/h em 7,3s, final de 238 km/h.

Audi Cabriolet.

 

Desce – A JAC baixou o preço do J5, seu sedã médio: R$ 45.990. Pacote completo, seis anos de garantia e, mimo adicional, 20 mil milhas de pontuação no cartão Smiles, da Gol/Varig, bastantes para viagem na América do Sul. Vale para pintura sólida.

Promoção – Para melhorar as vendas do Tiida Sedan a Nissan aplicou transmissão automática de quatro velocidades e, finalmente, ABS aos freios. R$ 46.290.

Avalie – No mercado nacional a Nissan é identificada como pobre em conteúdo e design, e o Tiida Sedan que arrasta este ônus, é de vida curta. A marca divulgou desenho de seu substituto, projetando-se apresentá-lo no Salão de Paris, setembro e no Brasil em outubro. Também é mexicano.

Mudou – A Renault festeja performance fora da Europa, com recordes na Russia e no Brasil, e bons resultados com a linha de origem Dacia – Logan, Sandero, Duster. Na sua França e Europa em geral, caiu 14,9% nas vendas.

Clio A Renault argentina iniciou a corrida de pré série para novo acerto no Clio – lá batizado de Clio Live. Como a Coluna antecipou, mudança na frente, pequenos acertos de estética e calibração no motor 1.0 para conseguir operação mais suave, com mudança na curva de torque.

Fator Brasil – Vistos os números mundiais da Fiat para o primeiro semestre, a operação Brasil mostra invejável vitalidade. Embora sem divulgar lucros, maiores em nosso país, do faturamento global de 80B de euros, a Fiat Brasil respondeu com 14,8B, quase 20% do volume. Na outra extremidade dos bons resultados, a Chrysler faturou 47B de euros. Europa e África responderam com 19B e Ásia 3.3B. Na frieza dos números a Chrysler e o Brasil puxam a Fiat.

Consequência – Projeção básica, contenção de investimento em novos projetos, e aumento de encomendas, palpites, consultoria italiana aos projetos locais, exportação de dinheiro – desde a crise norte-americana e seu reflexo no resto do mundo – a indústria automobilística tem sido líder em envios.

Calendário – A GM tanto demorou em firulas para instalar fábrica de transmissões, que as condições mudaram, o mercado europeu –maior comprador– caiu, e a empresa perdeu a oportunidade, adiando sine die instalá-la em Joinville, SC.

Razão – Só o tempo dirá exatas razões. Se é o perigoso encolher da alemã Opel, maior compradora, ou se a GM local está em franco processo de prestigio à indústria externa, comprando carros estrangeiros, montados ou não, para substituir os nacionais e promover lucros no exterior – diminuir operações aqui e demitir metalúrgicos, como ocorre em São José dos Campos, SP.

Bom – Por seu lado a Ford contratará 79 metalúrgicos em sua fábrica em Taubaté, SP, vizinha à São José das demissões. No total, 511 contratações pela Ford em sua fábrica de transmissões e motores.

Preço – Informação da Fenabrave, entidade de revendedores autorizados diz, cada emprego criado na indústria automobilística com as reduções de impostos ocorrendo desde 2008, custou R$ 1 milhão. A cifra, recorde, se justifica pela conta: a reduziu-se o recolhimento de impostos em R$ 26 bilhões, e as contratações foram de 27.753 – quase 1 milhão por emprego.

Surpresa – O comportamento e resultados obtidos por um modelo XRC construído no Brasil, nas provas do Campeonato Brasileiro de Rallye supera a láurea e o prêmio, e vale como alavanca para abrir mercado a produto nacional.

??? – XRC quer dizer Xtreme Rally Car, utiliza monoblocos de carros nacionais transformados em competitivos 4×4, com reforços estruturais, equipamentos de segurança, motor V6 3.6 litros, 300 cv, caixa de marchas sequencial, diferenciais e suspensão nacionais. Mais ? www.xrcbrasil.com.br

Acerto – Retíficas de motores por José Arnaldo Laguna, ex-retificador e presidente do Conarem, conselho da classe, pedem ao governo federal revisão do enquadramento como prestadores de serviços. No cipoal tributário do país pagam alíquota três vezes superior a demais ramos do comércio.

Situação – Além do imposto, há o problema dos concorrentes. E estes são os ladrões. Hoje é muito mais barato comprar um motor roubado, devidamente documentado, que fazer retífica. O setor se defende com as máquinas de trabalho – geradores, tratores, caminhões, onde a concorrência do genérico é menor.

Aérea – Apesar do enorme aumento de passageiros, as maiores companhias do país, TAM e Gol estão em processo de demissões. Comandantes da Gol estão sendo buscados para voar no Oriente. Recompor quadros é muito mais difícil, caro e demorado que a simples dispensa.

Antigos – Mais snob, elegante e traçador de caminhos no antigomobilismo, o Pebble Beach Concours d’Elegance, em Carmel, California, 19, agosto, nesta edição criou categoria especial, os Sport Customs. Carros em exemplar único, apenas para uso, desfrute e exibição de paixão e habilidades automobilísticas. Negócio de profissional, seleção por Ken Gross, historiador especializado.

 

 Endereço eletrônico: edita@rnasser.com.br Fax: 55.61.3225.5511

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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