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Mais de 20 botões num volante de um Fórmula 1. Para que servem?

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Com o início de mais uma temporada de Fórmula 1, vamos  entender para que servem mais de duas dezenas de botões no volante de um carro da categoria. Só isso já é suficiente para ter uma ideia do trabalho que é guiar um desses carros.

Certamente você já pode ver, em vídeo ou foto, os volantes de um Fórmula 1. Não são redondos e estão repletos de botões, cenário também cada vez mais comum nos carros que dirigimos. O volante de um Fórmula 1 é um componente caro, extremamente sofisticado e complexo. Apesar de pequeno em dimensão, a maior parte da sua superfície está coberta com todo o tipo de chaves, botões, luzinhas e até uma tela digital.

São mais de 20 os botões e  chaves que observamos no volante do Mercedes-AMG Petronas F1 W10 EQ Power+ que Valtteri Bottas levou à vitória no primeiro GP de 2019, em Melbourne, Austrália, que ocorreu dia 17 de março.

A Mercedes-AMG Petronas fez o vídeo abaixo, onde Bottas e Evan Short (dirigente da equipe), tentam explicar a complexidade do volante de um Fórmula 1.

O volante de um Fórmula 1 há muito tempo deixou de servir apenas para virar o carro de um lado para outro. Entre todos aqueles botões, podemos limitar a velocidade do carro nas boxes (botão PL), falar via rádio (TALK), alterar o equilíbrio da frenagem (BB), ou até ajustar o comportamento do diferencial na entrada, durante e na saída das curvas (ENTRY, MID e HISPD).

Também existem variados modos para atuar no motor (STRAT), cobrindo todas as necessidades, sejam para defender uma posição, poupar o motor, ou até para extrair todos os “cavalinhos” que o V6 tem para oferecer. Em paralelo temos também o botão que controla a unidade de potência (HPP) —motor de combustão, mais duas unidades motor-gerador elétricas—, com o piloto mudando o gerenciamento de acordo com as decisões dos engenheiros na box.

Para evitar colocar o carro em ponto morto de forma acidental, o botão N encontra-se isolado, e se o mantivermos pressionado, a marcha-ré é engrenada. O comando rotativo em posição central inferior permite navegar por uma série de opções de menu.

 

 

E como os pilotos não se enganam ao controlar tantos botões? Mesmo quando não está disputando uma posição, a tarefa de um piloto não é fácil. Está pilotando uma máquina que não admite erros, capaz de gerar forças G elevadas, com acelerações e frenagens fortíssimas, além de contornar curvas com absoluta velocidade.

As velocidades elevadas são ainda acompanhadas de muitas vibrações e os pilotos estão usando luvas grossas, tendo que ajustar a todo momento o setup do carro em movimento andamento. Apertar um botão errado é uma forte possibilidade.

Para evitar erros, a Fórmula 1 inspirou-se no mundo da aviação, equipando os volantes com botões e chaves de alta confiabilidade, que requerem mais força do que o normal para serem acionados. Assim, não corre o risco de acionar acidentalmente um botão quando se está brigando, por exemplo, em uma curva apertada em Mônaco, por exemplo. Mesmo com luvas, o piloto consegue sentir um forte “click” quando aciona um botão ou gira um dos comandos.


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