Classic Cars

Porsche: James Dean e a maldição do “Little Bastard”

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Num leilão recente pela internet, foi vendida uma caixa de câmbio vinda de um Porsche Spyder 550 por mais de US$ 380 mil. Basicamente é um câmbio igual aos milhões usados nos Fusca, uma peça valiosa mas não a este ponto. A razão principal para atingir este valor é que este item equipava o Porsche em que morreu James Dean, e esta história reacende a trajetória no mínimo bizarra do que sobrou do carro do célebre ator, um dos símbolos dos anos 1950.

por Ricardo Caruso

Little Bastard: A maldição do carro que matou o ator James Dean - Universo  Retrô



Em 21 de setembro de 1955, James Dean estava rodando o filme “Giants” (“Assim caminha a humanidade”) e havia trocado o seu Porsche Speedster por um recém-chegado 550 Spyder, chassis 550-0055, batizando-o de imediato e por escrito na carroceria de “Little Bastard”.

Little Bastard: a maldição do carro que tirou a vida de James Dean - Mega  Curioso


Apesar de estar proibido pelos estúdios de participar de corridas de automóveis (era um bom piloto), no dia 30 de setembro estava se dirigindo a Salinas, na California, para participar de uma prova. Tinha planejado levar o carro num reboque, mas o seu mecânico Rolf Wütherrich sugeriu que o carro fosse rodando, assim Dean aproveitaria para ir conhecendo o Porsche e se adaptando à pilotagem, ao mesmo tempo que amaciava o motor.


Mas no meio da viagem havia um Ford, que veio de uma estrada secundária e, sem perceber a presença do Porsche, atravessou à sua frente e deu-se o choque a cerca de 140 km/h.

James Dean teve morte imediata e o seu mecânico sobreviveu com ferimentos graves, dos quais recuperou mas nunca conseguiu superar o sentimento de culpa, levando a vida marca por tentativas de suicídio e permanente alcoolismo. Morreu em 1981, aos 53 anos, num acidente na alemanha com um Honda Civic.


E foi ali, a caminho de salinas, aqui começou a misteriosa saga dos restos do “Little Bastard”, com incidentes no mínimo muito intrigantes.

Os destroços foram comprados por um piloto da California William Eschrich, que instalou o motor no seu Lotus IX e vendeu algumas peças da suspensão a outro piloto, Troy Lee McHenry, que as instalou no seu Porsche 356. Meses mais tarde, na mesma corrida, ambos sofreram acidentes. O do Lotus não foi tão grave e o piloto sobreviveu, mas Troy, logo na primeira volta bateu na única (!) árvore que havia no circuito e morreu.

Os restos do carro de James Dean –um chassi retorcido, uma carroceria de alumínio amassada e quatro rodas– foram vendidos a George Barris (que havia customizado o Porsche),que vendeu dois pneus e o que sobrou emprestou ao Departamento de Segurança Rodoviária, para ser exibido em campanhas para prevenção por todo o país.

James Dean Porsche 550 Found



Consta que os dois pneus vendidos estouraram ao mesmo tempo, provocando novo acidente, mas as consequências são desconhecidas. Os restos do carro várias vezes caíram do expositor, causando numa das vezes ferimentos a um visitante e, mais tarde, a morte a George Barkus, o motorista do caminhão que transportava o carro para mais uma exposição.

Encontrado o câmbio do Porsche de James Dean – AUTO&TÉCNICA



Algum tempo depois, quando estava guardado num armazém, o carro sofreu um incêndio, sem que nunca tenha sido descoberta a causa. Finalmente perdeu-se o rastro do “Little Bastard”, quando em 1960 era transportado de Miami para Los angeles e misteriosamente desapareceu.


Só agora se voltou a saber de alguma parte do carro, com o surgimento do câmbio que estava num caixote numa zona rural do Massachussetts, e que foi devidamente autenticada pela Porsche como sendo a caixa que a fábrica montou no 550-0055 em 1955.

Toda esta história prova que existe uma maldição envolvendo o “Little Bastard”. Ou trata-se apenas de uma sucessão de coincidências infelizes e perturbadoras? Talvez valha a pena seguir o destino do câmbio recém-descoberto e ver o que acontece…


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