Carros

F10, o primeiro DKW do pós-guerra

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A DKW, que significa “Dampf-Kraft-Wagen”, foi uma marca de automóveis e motocicletas alemã, que teve grande importância na motorização do Brasil e se tornou conhecida pelos seus motores a dois tempos. Fundada em 1916 por Jørgen Skafte Rasmussen, seria fundida com a Audi, Horch e Wanderer para formar a Auto Union, em 1932. Após a Segunda Guerra Mundial, a DKW mudou-se para a República Federal da Alemanha, em Ingolstadt. Em 1964, a Auto Union foi adquirida pela Volkswagen e, em 1966, o nome DKW desapareceu na Alemanha para dar lugar à Audi. No Brasil, a DKW Vemag atuou de 1956 a 1967, ano em que foi adquirida pela Volkswagen, que prometeu manter seus carros em produção e, três meses depois, encerrou a fabricação dos simpáticos carrinhos com motores de dois tempos.

por Marcos Cesar Silva

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“Dampf-Kraft-Wagen”, significava “carro de força a vapor”, já que os primeiros produtos oferecidos pela empresa foram pequenos motores a vapor. Com o tempo, a empresa passou a oferecer motores a gasolina com ciclo de dois tempos, mas a denominação DKW foi mantida. Esses primeiros modelos de motor de dois tempos foram adaptados para brinquedos e denominados de “Des Knaben Wunsch”, “o desejo do menino”. Outra versão da sigla DKW foi adaptada para motos como”Deutsche Kleine Wunder”, “a pequena maravilha alemã”. Esta última denominação permaneceu ao longo do tempo e até hoje aparece em textos sobre a marca em todo o mundo.

DKW Auto-Union Project: The First Born - DKW F10



Com o final da Segunda Guerra, a DKW necessitava de um novo automóvel para voltar às vendas em grande escala. Tendo como base o chassi modificado do DKW F8, modelo lançado em 1938, que era o recurso que haviam na época, a DKW desenvolveu o F10, para ser vendido somente em 1950 até à chegada de um automóvel totalmente novo. O motor era o mesmo do F8, com dois cilindros e 688 cm3 a dois tempos.



A construção das carrocerias do F10 ficou a cargo da Karosserie Baur, com um desenho muito mais moderno que o anterior F8. A partir de janeiro de 1950, os chassis começaram a chegar à Baur para a montagem das carrocerias. Até ao final de 1949, apenas 22 chassis foram construídos e, na primeira metade de 1950, 174 automóveis foram montados.

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Quando o DKW F89 -o pai do DKW brasileiro- teve iniciada a sua produção, na segunda metade de 1950, o F10 terminou por completo a sua carreira, no mês de agosto daquele ano. Os números de chassis do F10 vão do 10002 até ao 10197, o que dá a entender que terão sido construídos 196 exemplares; ainda assim, esse número não é exato. Poucos foram os F10 vendidos na Alemanha, com grande parte exportada. Disponível apenas em duas portas, com carroceria fechada ou conversível, o F10 é um automóvel extremamente raro, tanto naquela época como nos dias de hoje.

A Baur, como forma de rentabilizar o seu negócio, montou carrocerias do F10 em chassis e mecânicas do F8 -depois da produção oficial terminar- até 1952. Cerca de 1110 automóveis foram transformados pela Baur, dando aos F8 uma nova vida. Além disso, a IFA, que ficou com a antiga fábrica da DKW e continuou a produção, pediu à Baur os direitos de desenho e, em parceria, produziu 150 exemplares do renovado IFA F8, que não era mais do que o DKW F10.

Posteriormente, quando houve uma reestruturação dos fabricantes de automóveis da Alemanha, a IFA parou a produção do F8, mas a EMW, empresa que ficou com a fábrica da BMW, iniciou a produção do F8 Luxus Cabriolet, com base na carroceria da Baur. Ao todo, cerca de 400 EMW F8 Luxus Cabriolet foram produzidos.


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