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Agora picape: Ford e as muitas encarnações do Maverick

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A Ford apresentou mais uma encarnação do Maverick. Sua próxima existência será na forma de uma picape. Produzida no México, fica posicionada abaixo da Ranger e também será vendida aqui no Brasil para competir com a Toro. Por ser importada, não deverá incomodar o modelo da Fiat.

por Ricardo Caruso

Como dissemos no título, esta é mais uma encarnação do Maverick. A marca já comercializou os seguintes modelos de automóveis usando o nome Maverick : o nosso conhecido Ford Maverick (1969-1977 na America do Norte e 1973-1979 no Brasil)), um carro médio que só se celebrizou por aqui por conta do seu motor 302V8 “canadense”. Depois foi o Nissan Patrol Y60, rebatizado de Maverick e vendido pela Ford Austrália de 1988 a 1994. Outro Nissan, o Terrano II, remodelado e feito na Espanha, foi vendido como Maverick pela Ford Europa de 1993 a 1999. Depois o nome foi usado na versão europeia e chinesa do SUV Ford Escape, vendida de 2001 a 2005. Por fim, agora é a picape compacta que acabou de ser lançada, na mesma plataforma do Bronco. Não dá para negar que pelo menos o nome é versátil: em suas vidas o Maverick foi sedã/cupê, SUV e agora picape.

O lançamento da picape Maverick 2022 faz parte da atual estratégia da Ford de investir apenas em picapes, SUVs e crossovers (ou SUVs menores). Com o interminável sucesso da picape F-150, veículo mais vendido dos Estados Unidos há anos, e da Ranger, a Ford prova que realmente entende de picapes, e agora focaliza no consumidor que seria cliente de um sedã, que não existe mais no seu portfólio. O preço mostra isso, começando em US$ 20 mil.

Em termos de estilo, a Maverick traz elementos da Ranger e da F-150. Na frente usa a mesma identidade visual parruda da nova F-150, com os faróis com LED em formato de “C”, uma barra horizontal unindo os faróis e alojando as luzes de direção; o capô é plano e alto, lembrando o Bronco.

Na traseira, amplas lanternas verticais retangulares, tampa da caçamba com abertura convencional (de cima para baixo) que pode ser travada na metade do curso, para auxiliar no transporte de cargas mais longas. A caçamba traz encaixes para ripas de madeira, para setorizar a carga.

Diferente do que os americanos estão acostumados, ela é monobloco e não com chassi. Por isso não há separação entre a caçamba e o cabine. Há uma proteção na borda da caçamba e que sobe pela coluna “C”, para proteger a pintura e facilitar a movimentação de carga nas laterais.

Para agradar quem está migrando de um automóvel para a picape, a Maverick tem interior mais luxuoso e bem acabado, lembrando um pouco o do Bronco Sport. O volante é semelhante, mas traz o logo da Ford no lugar do cavalo símbolo do Bronco. Console e controles do ar-condicionado são os mesmos.

O painel é diferente, com saídas de ar horizontais e detalhe de acabamento na cor bronze. O conjunto de instrumentos segue a mesma ideia, com mostradores analógicos e uma tela digital ao centro. Mais um detalhe que veio do Bronco Sport é o seletor de marchas giratório, que a Ford está adotando em outros modelos.

Uma boa ideia herdada do Bronco Sport é o compartimento para pequenas cargas sob os bancos traseiros. Mimos para seduzir os compradores.

A nova Maverick tem 5,07 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,74 m de altura e distância entre-eixos de 3,07 m. Comparando com a Toro, a Fiat tem 4,94 m de comprimento, 1,84 m de largura, 1,74 m de altura e 2,99 m na distância entre-eixos. A Fiat Toro 1.3 tem maior capacidade de carga (937 litros de volume e 750 kg de capacidade), e a Maverick leva 942 litros e 680 kg; a Toro 2.0 turbodiesel tem capacidade para 1.000 kg.

A nova Ford Maverick será vendida nos Estados Unidos em três versões: XL, XLT e Lariat, todas equipadas com o motor 2.5 híbrido de série. São 164 cv a 5.600 rpm e 21,4 mkgf de torque a 4.000 rpm; trabalha junto com um motor elétrico de 128 cv e 23,9 mkgf. Assim, a potência combinada é de 193 cv.

A transmissão é a eCVT da marca e a tração é dianteira. A suspensão dianteira é tipo McPherson e a traseira com eixo de torção. A Ford divulgou que ela faz 17 km/litro na cidade e tem autonomia de 800 km.

Uma opção para quem busca mais de potência é o motor 2.0 EcoBoost turbo, de 253 cv a 5.500 rpm e 38,3 mgfm a 3.000 rpm, que trabalha em conjunto com o câmbio automático de oito velocidades. Nessa configuração, a picape ainda pode ter tração integral e suspensão traseira multi-link.

Ainda como foma de atrair compradores de carros, mesmo sendo um modelo de entrada no mercado norte-americana, a lista de equipamentos é longa. A básica XL tem central multimídia de oito polegadas, faróis de LED, frenagem automática de emergência, câmera traseira, direção com assistência elétrica, iluminação diurna, sete airbags, vidros e travas elétricas nas quatro portas, rodas de aço de 17 polegadas, ar-condicionado, bancos revestidos de tecido e tela de 4,2 polegadas.

Na versão XLT, intermediária, a picape Maverick tem mais porta-objetos, conectores D-link e trava elétrica na tampa traseira, rodas de liga leve aro 17, cruise control, espelhos retrovisores com ajuste elétrico e outros itens. Já a top de linha Lariat traz banco do motorista com ajuste elétrico, painel com tela de 6,5 polegadas, rodas de aro 18, ar-condicionado automático de duas zonas, chave presencial, vidro traseiro elétrico e outros recursos.

Durante o primeiro ano, a Ford ainda vai vender o “pacote First Edition” para a Lariat, com grafismos exclusivos no capô e portas, capota marítima, teto pintado de preto, rodas aro 18 na versão híbrida ou 17 na 2.0 turbo e maçanetas na cor do carro.

A previsão é de que a picape Maverick chegue ao Brasil vinda do México sem impostos, no primeiro semestre de 2022. Mas não é bem assim: isso vai depender do tamanho da demanda nos Estados Unidos e, pior, da crise da falta de semicondutores em todo o mundo, que dificulta a produção de veículos em todo o planeta.


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