Classic Cars

ARVW 1980, o Volkswagen mais aerodinâmico de todos os tempos

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O ARVW foi construído em 1980, após o mundo do automóvel ter enfrentado vários anos fustigado pela crise do petróleo. A designação ARVW significa “Aerodynamic Research Volkswagen” e provou que mesmo com um motor de pouca potência seria possível atingir velocidades bastante elevadas, com baixo peso e aerodinâmica bastante apurada. Quarenta anos depois, ainda é considerado o carro mais aerodinâmico de todos os tempos construído pela marca alemã.

O maior desafio da Volkswagen foi conseguir montar o motor, rodas e o piloto, num carro o menor possível. As rodas foram cobertas pela carroceria, para melhorar a aerodinâmica e não haver perturbações com o fluxo de ar, tal como o fundo plano.

As dimensões falam por si, o ARVW tinha 83 cm de altura, 1,09 m de largura e comprimento de 5 m. O peso também era extremamente baixo, cerca de 800 kg, devido à sua estrutura tubular em alumínio e a carroceria em fibra de vidro e carbono.

Todo o projeto do ARVW teve a supervisão de Ernst Fiala, na época Chefe de Desenvolvimento da Volkswagen, com uma equipe composta pelo designer Emil Pommer, o diretor de operações Jürgen Nitz, o especialista em aerodinâmica Klaus-Rainer Deutenbach, o técnico de motores Rolf Poltrock e o chefe da equipe Rudolf-Helmut Strozyk. No final conseguiram um fantástico coeficiente de penetração aerodinâmica de míseros 0,15.

O motor que equipava o ARVW foi extraído de um caminhão, com seis cilindros em linha a diesel, 2.400 cm3 de cilindrada, montado atrás do piloto. O motor não era totalmente original, pois a Volkswagen montou um turbocompressor e intercooler maiores, para assim conseguir atingir os 179 cv de potência máxima. O intercooler tinha a particularidade de ter sprays de água, para assim diminuir ainda mais a temperatura do ar. O motor estava acoplado a uma caixa de câmbio comum da Volkswagen.

Em outubro de 1980, o ARVW foi levado para a pista de testes de Nardo e, na primeira hora de testes, foi capaz de alcançar os 355 km/h, posteriormente, chegando aos 362 km/h, com o piloto Keke Rosberg, na época da equipe Fittipaldi de Fórmula 1. Mas, além das velocidades atingidas pelo automóvel, o mais impressionante eram os seus números de consumo.

Num teste feito pela publicação “Popular Science”, na velocidade de 145 km/h o ARVW atingiu consumo de apenas 33,3 km/litro; a 258 km/h o consumo foi de 16,3 km/litro e, a 346 km/h o consumo foi de 7,35 km/litro. Não podemos esquecer que estávamos em 1980 e que os motores diesel ainda eram bastante rudimentares e não conseguiam atingir grandes velocidades, isto quando montados em automóveis tradicionais.

Além disso, e apesar de terem sido intencionais, pois o objetivo era a pesquisa do consumo e aerodinâmica, o ARVW conseguiu bater seis recordes mundiais de velocidade, incluindo o recorde de velocidade média em 500 km com arrancada parado, que foi de 345 km/h, e o recorde de velocidade média em uma hora, que foi de 353 km/h.


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