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Lançamento: Peugeot 408, diferente em tudo

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O Peugeot 408 é o mais recente membro da nova tendência: os SUVs hatch. A própria marca define o modelo como um fastback —termo que identifica uma carroceria de dois volumes, mas com uma linha de teto que desce rapidamente em direção à traseira—, para o diferenciar dos outros crossovers e SUVs do mercado. O resultado foi um desenho muito feliz, como acontece com a maioria dos Peugeot.

por Marcos Cesar Silva

A base técnica é a mesma do Citroën C5 X —que usa a plataforma EMP2— e a própria carroceria tem muito em comum nesta espécie de cruzamento de genes de wagon, SUV e sedã de quatro portas.

Visualmente chama a atenção a quantidade de linhas retas e vincos, e também o largo capô com ressaltos bem elevados. A frente é dominada por uma enorme grade na cor da carroceria e finos faróis (a tecnologia Matrix LED permite isso); o recorte do para-choques traseiro completa a sensação de robustez e contemporaneidade do desenho.

Apesar da distância entre-eixos ser idêntica à do Citroën C5 X (2.787 mm), a Peugeot deu uma imagem um pouco mais esportiva ao 408. É por isso mais curto em cerca de 12 cm (4.687 mm), mais largo em 3,3 cm (1.848 mm) e mais baixo em quase 1 cm (1478 mm). Sabemos, que mais largura e menos altura são recursos importantes para garantir que a estabilidade e comportamento dinâmico sejam superiores.

Mas não é só isso. A calibragem das suspensões também ajudam muito nesse quesito. E mesmo com o mesmo conjunto de suspensões, os engenheiros franceses procuraram privilegiar mais a eficiência em curvas do que focalizar no conforto, que é muito mais característico dos carros da Citroën; também por essa razão, a altura ao solo do Peugeot é 6 mm inferior à do Citroën.

A linha de motores coincide com a do C5 X, mas adiciona uma segunda opção híbrida menos potente, o que significa que não há qualquer oferta de motor a diesel. Temos como motorização mais simples o 1.2 de três cilindros com 130 cv e os dois híbridos plug-in com potência máxima combinada de 180 cv (não disponível no C5 X) e de 225 cv.

Ambos os híbridos plug-in combinam o motor a gasolina 1.8 PureTech —no primeiro caso com 150 cv e no segundo com 180 cv— com um motor elétrico (dianteiro) de 110 cv. Os Peugeot 408 híbridos usam uma bateria de 12,4 kWh (com garantia de oito anos ou 160.000 km), que deverá permitir autonomia elétrica de 55 km, sendo que em modo totalmente elétrico o 408 tem velocidade máxima limitada em 135 km/h.

O carregador que acompanha o carro tem potência de 3,7 kW, podendo o cliente optar por um de 7,4 kW, pagando para isso um valor extra. Os tempos de carregamento total da bateria oscilam entre as 7,30 hs (numa tomada comum, de 8 Ah), 3,5 hs (tomada reforçada 16 Ah e a 3,7 kW) e 1,55 hs (Wallbox, de 7,4 kW).

Outra particularidade deste lançamento é o fato de o novo Peugeot 408 não ter nenhuma versão com caixa de câmbio manual e ser só equipado com uma caixa automática de oito velocidades. E  apesar da aparência, não há versões com tração nas quatro rodas, nem sequer o sistema de controle de tração para facilitar a movimentação em pisos mais difíceis que a marca Peugeot tem nos seus outros SUVs.

Por dentro tudo lembra o interior do novo 308, mais uma vez com recurso do i-Cockpit, que se caracteriza pelo volante bem pequeno, onde a parte superior do aro superior fica abaixo dos instrumentos, assumindo uma espécie de função de head-up display; por isso o Citroën C5 X tem o HUD e o Peugeot 408 não.

O painel de instrumentos digital é com tela de 10 polegadas e pode ser personalizado, além de dispor de diversos modos de apresentação: navegação, radio/mídias, sistemas de assistência ou fluxos energéticos. E nas versões GT há também o efeito 3D, que já está ´presente no novo 308. Ao centro do painel temos a tela da central multimídia, também de 10 polegadas, posicionado um pouco mais baixo do que a instrumentação e direcionado para o motorista.

Abaixo dessa tela central estão colocados os controles digitais para acesso direto a funções que se usa com mais frequência, uma das quais a do emparelhamento de smartphones, sem fios, onde dois podem sem ligados em simultâneo.

Mais baixo, no console, temos o comando do câmbio automático. Nas versões híbridas tem a posição “B”, para aumentar a recuperação de energia, e na versão a gasolina apresenta a posição “M”, para trocas de marcha manuais. E também o seletor dos modos de condução: Eco, Normal e Sport,

às quais se juntam o Electric e Hybrid nos Peugeot 408 híbridos.

Como no C5 X, o espaço traseiro é amplo em largura —ainda que três ocupantes adultos atrás fiquem encostadinhos uns nos outros- e especialmente em comprimento, enquanto a altura é um pouco mais limitada, até pela forma da carroceria na área de transição para a grande tampa traseira.

O isolamento acústico foi bem cuidado, com a utilização de vidros dianteiros de maior espessura do que o normal nos Peugeot (3,85 mm). O porta-malas tem capacidade de 536 a 1611 litros (incluindo os 36 litros utilizáveis por debaixo do piso do compartimento de bagagens), podendo transportar objetos com até 1,89 m de comprimento quando os encostos dos bancos traseiros são rebatidos, total ou parcialmente. É um volume bastante generoso, ligeiramente inferior ao do Citroën (545-1640 litros).

Estes são os volumes da versão só com motor a gasolina. Os híbridos perdem cerca de 60 litros de capacidade, uma vez que o piso do porta-malas está colocado numa posição 4 cm maios elevada, devido aos componentes do sistema de propulsão elétrica.

O novo Peugeot 408 está programado para chegar ao mercado europeu (não há possibilidade do modelo ser vendido aqui no Brasil em médio prazo) no início de 2023, e sua montagem será na fábrica de Mulhouse, na França. A Peugeot também pretende vender o modelo na China, sendo a produção em Chengdu. A versão elétrica chegará ao mercado alguns meses após os de combustão interna. Na Europa. os preços são estimados em US$ 40 mil na versão de entrada, chegando a US$ 50 mil para o híbrido.


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