Lembra do Peugeot 405? Pois ele ainda é fabricado e passa bem…
O Peugeot 405 foi lançado na Europa em 1987 (como linha 1988) e deixou de ser vendido em 1997, mas isso não foi a morte do modelo. Acredite, o 405 ainda é produzido e passa bem. Curiosamente, o 405 foi o último veículo da Peugeot vendido nos Estados Unidos (foi oferecido por lá entre 1988 e 1991), incluindo o cobiçado Mi16. Também foi vendido no Brasil e, na Argentina teve várias versões, incluindo diesel, construídos nas instalações da Villa Bosch Peugeot de 1992 a 1999. Naquele país, o 405 foi um carro extremamente popular, com vendas totais passando de 500.000 unidades.
por Ricardo Caruso
Desde que o Peugeot 405 deixou de ser vendido na Europa, há 26 anos, o mercado assistiu à chegada do 406, 407 e duas gerações do 508. Mas o 405 -impávido- se recusou a ir para outro plano e sobreviveu a eles todos, pois continua sendo produzido e não parece disposto a se aposentar tão cedo. O carro, de desenho Pininfarina, praticamente uma miniatura visual da Alfa Romeo 164, ainda é feito no Irã, garantindo assim sua longevidade. A responsável por não deixar o 405 ir dessa para melhor é a Iran Khodro, fabricante que produz mais de um milhão de veículos por ano. Além de continuar a vender modelos com o emblema da Peugeot, como o 405, tem a sua própria marca: IKCO.
Começou a produzir o Peugeot 405 em 1990 no Irã graças a um acordo firmado com o então Groupe PSA, e que continua valendo até hoje. Devido às tensões geopolíticas na região, houve períodos em que a produção teve que ser suspensa, mas a Iran Khodro estabeleceu acordos para produzir o 405 em outros países, como Egito, Iraque e, mais recentemente, Azerbaijão.
O simpático modelo também receber vários nomes ao longo do tempo: Peugeot Persia e Pars (Irã) e Safir e 406 Khazar (Azerbaijão). A Iran Khodro não ficou parada, pois da base do 405 já nasceram outros modelos. Atualmente são produzidos os IKCO Dena e Soren, dois sedãs com estilo próprio (abaixo).
Talvez a derivação mais curiosa do Peugeot 405 seja o IKCO Arisun 2. Trata-se de uma picape onde, da “coluna B” para a frente é facilmente reconhecida como um 405, e dali para trás é uma espaçosa picape. Lembra a antiga Ford P100, derivada do Sierra.
Para mover o 405, ops, Peugeot Pars, temos o conhecido motor 1.8 de quatro cilindros em a gasolina da Peugeot (o XU7) com 100 cv (disponível só com oito válvulas). Não falta sequer uma versão flex —mas a gasolina e GNC— de 83 cv. O Pars é ainda disponível com motor 1.6 de quatro cilindros a gasolina, também de origem Peugeot (TU5), com 105 cv (16 válvulas). Este motor pode ainda ser associado a uma caixa de câmbio automática ou manual de cinco velocidades que é de série nas outras versões.
A lista de equipamentos é básica e inclui airbags dianteiros para motorista e passageiro, freios ABS, vidros com acionamentos elétricos e ar condicionado automático. Tem ainda direção hidráulica e uma alavanca interna para abrir o porta-malas. Sistema multimídia com tela touchscreen bem grande? Nada disso. Ao invés disso temos um CD Player com Bluetooth, excelente para apreciadores da cultura vintage.
Tem havido algum falatório na Europa em torno do veterano Pars e derivados, devido à sua óbvia falta de segurança dentro dos padrões atuais. Afinal, o projeto original é da década de 1980 e são muitos os países que impõem padrões de segurança mais elevados. Por conta disso, por quanto tempo mais poderá o Peugeot 405 sobreviver?
O Peugeot 405 conheceu mais do mundo do que o cidadão europeu médio. Nasceu humilde na França, atravessou o Atlântico na tentativa frustrada de conquistar o mercado americano, fez sucesso na terra do tango, desfilou nas ruas brasileiras… O 405 frequenta com destaque a lista dos carros mais longevos da história, com 37 anos de bons serviços. E ainda contando.