Os 10 automóveis mais interessantes nascidos no comunismo
Embora seja relativamente desconhecida -e menos ainda bem sucedida-, a indústria automotiva dos países comunistas foi uma das maiores em nível mundial. Estes são alguns dos automóveis nascidos em territórios comunistas, daquilo que se fez de melhor atrás da Cortina de Ferro.
Afirmando-se como um dos países mais poderosos do mundo no século XX, a União Soviética liderou alguns dos avanços mais significativos nas áreas da ciência, tecnologia e medicina; a “Corrida à Lua” entre a URSS e os Estados Unidos é um dos melhores exemplos.
Como não poderia deixar de ser, desde a sua formação, em 1922, até à sua dissolução, em 1991, o regime soviético afirmou-se igualmente na indústria automotiva, com a implementação de várias fábricas ao longo dos anos. Se em meados do século XX a produção anual de veículos rondava por lá as 60 mil unidades, no final da década de 1970 a produção anual já ultrapassava longe um milhão de unidades, estabelecendo-se como a quinta maior indústria mundial. O melhor exemplo desses carros que conhecemos por aqui é a Lada.
Trabant
No final da década de 1950, surgia na República Democrática da Alemanha um pequeno veículo com motor de dois cilindros, dois tempos e e carroceria feita em algodão e resinas fenólicas. A sua leveza e dinâmica fizeram do Trabant um veículo popular na sua época: 3,7 milhões de unidades produzidas entre 1957 e 1991. Infelizmente, várias unidades foram destruídas e abandonadas com a queda do Muro de Berlim em detrimento de carros nascidos nos países capitalistas.
Lada Laika
O Lada Laika, comercializado em alguns países europeus como Riva, é velho conhecido dos brasileiros. Foi um modelo compacto lançado em 1970 pelo fabricante russo AvtoVAZ, que veio mais tarde a produzir uma versão station wagon. Baseado no Fiat 124, o Lada Riva chegou a ser vetado em certos mercados, dadas as semelhanças com o modelo italiano, o que não impediu o seu sucesso na URSS. Antigo, feio e indestrutível, uma coisa é certa: aguentava muito desaforo.
Wartburg 353
As linhas inspiradas na BMW faziam do Wartburg 353 um modelo único na indústria, mas foi a sua relação qualidade/preço que o colocou acima dos seus concorrentes. Com motor de dois tempos, três cilindros e pouco mais de 50 cv, o Wartburg 353 alcançava os 130 km/h.
Zastava Koral
O modelo, mais conhecido como Yugo, foi lançado em 1980 pela empresa iugoslava Zastava, como uma variação do Fiat 127. Este carrinho de tração dianteira foi produzido até 2008, e hoje em dia é possível encontrá-lo em circulação nas ruas da Sérvia, Croácia e Eslovênia. Algumas unidades foram exportadas para os Estados Unidos, o que obviamente não deu muito certo.
Dacia 1300
Parece meio conhecido, e é. O Renault 12 deu origem ao Ford Corcel.. As ligações entre a marca romena e a Renault remontam ao final dos anos 1960, quando a Dacia, em plena Guerra Fria, desenvolveu um veículo familiar com base no Renault 12. Tal como o nome sugere, o Dacia 1300 tinha motor 1.3 de quatro cilindros, que permitia velocidade máxima de 138 km/h. Por ser um modelo barato, com consumo bastante moderado e com diferentes carrocerias —cupê, wagon, picape…- o Dacia 1300 tornou-se um veículo bastante popular no seu país.
Oltcit
Desconhecida de muitos, a Oltcit foi fruto de mais um projeto de cooperação franco-romeno, desta feita entre a Citroën e o governo da Romênia —o próprio nome resulta da junção de Olt (região da Oltenia) e Cit (de Citroën). De resto, este modelo em especial, disponível com motores de dois ou quatro cilindros opostos, foi vendido na Europa Ocidental como Citroën Axel.
GAZ 69
Produzido entre 1953 e 1975, inicialmente apenas para funções militares, o GAZ 69 acabou sendo um dos utilitários mais eficientes do leste europeu, tendo sido exportado para 56 países. Graças ao motor 2.1 (90 km/h de velocidade máxima), sistema de tração integral e claro, ao desenho com linhas opressoras no melhor estilo soviético. O GAZ 69 fez muito sucesso entre os comunistas da época.
Moskvitch 412
Tal como o Wartburg 353, este compacto familiar russo teve inspiração nos antigos modelos da BMW. Produzido pela MZMA —agora AZLK— o Moskvitch 412 era uma versão mais potente do seu antecessor, o Moskvitch 408. Ambos usavam o mesmo chassis e desenho exterior, mas o modelo mais recente vinha equipado com interior redesenhado e motor 1.5 de quatro cilindros mais eficiente.
Tatra 603
Ao contrário de grande parte dos modelos desta lista, o Tatra 603, produzido pelo fabricante tchecoslovaco, foi um veículo desenvolvido especificamente para as elites: apenas os mais altos chefes de Estado e das grandes fábricas tinham a honra de ser conduzidos neste modelo.
Por fora, as linhas arredondadas concebidas pela equipe de desenho da marca destacavam-se da restante frota da época, enquanto que o motor 2.5V8 em posição traseira fazia do Tatra 603 um modelo potente, de bom desempenho e difícil de dirigir. Este sedã de luxo chegou a participar de 79 provas entre 1957 e 1967, alcançando o primeiro lugar em 60 dessas corridas.
Lada Niva
O Lada mais conhecido dos brasileiros é o excelente jipe Niva, modelo russo produzido desde 1977 pela AvtoVAZ. À primeira vista, o modelo aparentava ser apenas um modesto compacto para uso urbano. Mas ninguém deve se enganar pelo aspecto franzino: graças ao sistema 4X4 e suspensão dianteira independente, o Lada Niva tinha excelentes capacidades para uso fora de estrada. Há muitas unidades rodando pelo Brasil, deixando muitos jipes japoneses e britânicos para trás em trilhas. Produzido até hoje, seu desenho lembra um Fiat 147 crescido. E é.
Para encerrar, esta fantástica e criativa peça de publicidade da Lada: