Renault Fuego, o esquecido cupê dos anos 1980
O Fuego foi um modelo produzido pela Renault na França, de 1980 a 1985ç na Espanha até 1986 e, na Argentina, até 1992, num total de 265.367 exemplares, substituindo os cupês Renault 15 e 17 dos anos 1970 .
Mas, apesar do grande número de exemplares, hoje é um automóvel raro de se ver em qualquer dos mercados onde foi vendido. Aliás, foi comercalizado até nos Estados Unidos, de 1980 a 1985, por meio da rede de concessionários da AMC, durante a parceria da marca americana com os franceses, mas as vendas por lá foram pouco expressivas.
A carroceria, com desenho muito interessante para a época, foi criada por Michael Jardin, enquanto o interior é obra de François Lampreia, sob a supervisão do chefe de projeto, Robert Opron, sendo construído com base no Renault 18.
Existem vários detalhes no Fuego que ficaram marcados para a história do automóvel, como sendo o primeiro esportivo de quatro lugares desenhado com a ajuda de túnel de vento, e foi também o primeiro a utilizar sistema remoto de abertura das portas, com trava central. Foi também o primeiro a trazer comandos no volante, nas versões GTX e Turbo.
Existiu ainda uma versão turbo-diesel, que quando foi lançada, em 1982, era o automóvel a diesel mais rápido do mundo, com velocidade máxima de 180 km/h. Durante os anos de 1980 e 1982, o Fuego foi o cupê mais vendido da Europa.
Existem várias versões e vários motores que equiparam o Fuego, todos montados na dianteira e tracionando as rodas da frente. O mais básico era o Fuego TL com motor 1.4 de 64 cv, acoplado a uma caixa de câmbio de quatro velocidades. O seguinte era o Fuego GTL com motor 1.7 de 73 cv e caixa de quatro marchas, tendo recebido depois motor de 2 litros e caixa de câmbio de cinco velocidades.
O Fuego TS e GTS estavam equipados com motor 1.6 litros. O Fuego GTS estava equipado com o 1.7, mas de 96 cv, podendo ser equipado com câmbio de cinco marchas ou de três, automática.
Os Fuego TX e GTX estavam equipados com o motor 2.0, de 110 cv e câmbio de cinco velocidades, estando disponível, mais tarde, a caixa automática de três velocidades. O GTX passou a receber o motor 2.2 e injeção electronica do Renault 25, em 1983, em alguns mercados. A versão diesel, o Fuego Turbo D, estava equipado com um motor 2.1 turbo.
A versão mais interessante era, sem dúvida, o Fuego Turbo, com o motor A5L 1.6 litros, equipado com um turbocompressor Garrett T3; tinha 130 cv, o que para a época era um número muito bom. A Renault trazia pela primeira vez a tecnologia que tinha estreado na Fórmula 1, em 1977, para os seus modelos de estrada.
Infelizmente, o Renault Fuego não foi substituído. O desenvolvimento do Fuego II foi iniciado, com desenho inspirado no Alpine GTA, mas foi cancelado, devido aos problemas financeiros da marca francesa na época.