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TEST DRIVE: O EFICIENTE FORD FOCUS 2.0 TITANIUM

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Quando o novo Focus foi apresentado, no final do ano passado, chegou ao mercado com grande evolução em cima do que já era muito bom. O carro realmente passou por ampla mudança em sua terceira geração, se mantendo entre os melhores do mercado de carros médios do Brasil.

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Tanto o sedã quanto o hatch foram atualizados em estilo e mecânica, mas a maior novidade para quem gosta de “graxa” é a injeção direta de combustível, que equipa o motor 2.0 Duratec Direct Flex. Isso trouxe grande aumento de potência, que agora é de 175/178cv (gasolina/etanol) a 6.500 rpm, contra 143/148cv, a 6.250 rpm do motor anterior, com injeção indireta.

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Esse motor é o primeiro flex de injeção direta do mundo, que começou a ser disponibilizado na versão para o mercado americano do Focus, mas calibrado para o E85 (etanol com 15% de gasolina). Agora chegou ao Brasil, ajustado para trabalhar até com 100% de etanol (E100). É o único motor disponível no sedã e pode equipar opcionalmente o hatchback. AUTO&TÉCNICA avaliou o Focus sedã 2.0 Powershift Titanium.

INJEÇÃO DIRETA

Acompanhando o ganho de potência, o torque máximo foi para 21,5/22,5 mkgf a 4.500 rpm; antes era de 18,8 mkgf a 4.250 rpm (com gasolina) e 19,5 mkgf a 5.250 rpm (etanol). A taxa de compressão é de 12:1, a mesma relação usada nos Estados Unidos.

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A injeção do combustível é feita a 150 bar de pressão. A bomba é do tipo rotativa mecânica, com acionamento feito por um dos comandos de válvulas, mais uma bomba elétrica que leva o combustível do tanque até essa bomba mecânica. A injeção direta dispensa o uso de tanquinho para a partida a frio ou aquecimento do combustível, como no Easy Start usado no New Fiesta.

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Com temperaturas de até 10oC negativos, as primeiras voltas do motor são “a seco”, sem injeção de combustível. Isso provoca o aquecimento das câmaras de combustão do cabeçote por causa da compressão do ar aspirado. Em seguida passa a ser feita a injeção de combustível a alta pressão, o que permite a vaporização do álcool. E está resolvido.

VANTAGENS

A potência específica de 87,5/89 cv/litro merece respeito. O corte de rotação teoricamente seria a 7.000 rpm, mas com o câmbio automatizado Powershift de duas embreagens -feito pela Getrag alemã-  as trocas acontecem sempre a 6.500 rpm. Por hora não há câmbio manual para o motor 2.0.

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Na prática, qual a vantagem da injeção direta diante da indireta? A principal é eliminar qualquer perda de mistura ar/combustível no ponto em que as válvulas de admissão e de escapamento ficam abertas (aquele momento do início da admissão e final do escapamento). A injeção é programada para acontecer no final do ciclo da compressão, quando as duas válvulas estão fechadas.

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Assim, o motor 2.0 do novo Focus é uma obra de arte mecânica, de funcionamento silencioso e suave, com bastante elasticidade. Contribui para isso os comandos de válvulas variáveis; a 2.750 rpm já temos em uso 88% do torque máximo.

DESEMPENHO

O carro é produzido na Argentina, mas o motor é feito em Michigan, Estados Unidos, de onde é enviado em forma parcial para a fábrica de General Pacheco, e então recebe todos os acessórios periféricos. A injeção é montada também na Argentina, com o software desenvolvido pela própria Ford.

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O desempenho é bom, e não podia ser diferente. Com Cx 0,287 e 1.414 kg de peso, o Focus sedã Titanium acelera de zero a 100 km/h em 9,2 segundos e chega 206 km/h de velocidade máxima. Nada mal.

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O consumo de combustível, no padrão do Inmetro, é um pouco alto. Faz 9,6 km/litro na cidade e 12,6 km/litro, na estrada, com gasolina, e 6,6 e 8,6 km/litro com etanol. De acordo com a Ford, este novo motor é até 15,8% mais econômico que o antigo.

O câmbio Powershift surpreende, pois tem funcionamento perfeito em qualquer circunstância, tanto nas trocas manuais como nas automáticas. É sempre rápido suave e sem trancos. A marcha ré é sincronizada e pode ser engatada até 5 km/h com o carro andando para frente, e acima disso o câmbio, por segurança, impede o engate. Mas qual seria a real utilidade de se engatar a ré com o carro andando devagar e para a frente?

BOM DE CURVA

Em termos de estabilidade, o Focus continua irrepreensível. A suspensão continua com McPherson na frente e sistema multibraço na traseira, com barra estabilizadora e sub-chassi na frente e atrás. Claro que ajuda o bom conjunto de rodagem, com pneus 215/50-17, de baixo atrito de rolamento, com rodas de 17×7. O estepe é do tipo temporário.

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As medidas do Focus sedã são: 4.534 mm de comprimento (era 4.481 mm), 1.823 mm de largura 1.823 mm (era 1.840 mm), 1.484 mm de altura (era 1.497 mm) e distância entre-eixos de 2.648 mm (contra 2.640 mm). O porta-malas, por sua vez, encolheu. Agora é de 421 litros, 105 litros menos que no Focus anterior. O peso é de 1.414 kg, e assim a relação peso-potência da versão Titanium é 7,9 kg/cv.

Outra modificação importante aconteceu na direção. Antes a assistência era eletro-hidráulica, e agora passou para elétrica, com relação de 16:1 e pouco mais de 2,5 voltas de batente a batente. O sistema é tão sofisticado que corrige desbalanceamento da roda de até 60 gramas e também tem compensação automática de deriva. É um outro ponto de destaque do carro.

TECNOLOGIA

O Focus em sua terceira geração apresenta muita tecnologia, em geral encontrada em carros segmentos superiores, como sistema de estacionamento automático, sistema de entretenimento e conectividade SYNC Media System com tela touchscreen de oito polegadas na versão Titanium e faróis de xenônio. Para quem vai na traseira, luzes de leitura individuais. Todos Focus Titanium tem faróis e luz de neblina, e repetidores dos piscas nos espelhos. Há ainda na versão top de linha comando de voz para diversas funções.

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Além disso são vários opcionais disponíveos, como acesso sem chave com sensor de presença e botão de partida, ar-condicionado automático bizone, sensor de estacionamento traseiro e dianteiro, câmera de ré, faróis direcionais, sensores de chuva e crepuscular e luzes diurnas com leds.

O Focus 2.0 sedã Titanium começa em R$ 81.990. Nesse preço estão incluídos câmera de ré; tela touchscreen de oito polegadas; GPS; sistema de som Sony Premium com nove alto falantes; comandos de voz; tela multifuncional de 4,2 polegadas no quadro de instrumentos e rodas aro 17 exclusivas da versão, entre outros. Há ainda o “pacote Plus”, com faróis de xenônio, luzes diurnas por leds, faróis que acompanham as curvas, teto solar elétrico, assistente de estacionamento e ajuste elétrico do banco do motorista, que custam mais R$ 8.000.

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A garantia é de três anos, as revisões a cada 10.000 km e a troca de óleo –inexplicável- a cada seis meses, mas a Ford estuda passar isso para anual. Exigência das concessionárias que precisa ser revista.

Resumindo, o Focus em sua terceira geração é um carro ainda melhor que os anteriores. É completo, sofisticado, agradável de dirigir e permite boa dose de esportividade para quem gosta de acelerar mais. O conjunto motor-câmbio é dos melhores. Tudo num desenho moderno e realmente bonito. Um prato cheio para os admiradores do carro.

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