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TEST DRIVE: o quase perfeito Subaru XT 2.0 Turbo

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O Subaru Forester é para quem quer muita eficiência num carro discreto. Está entre os menos espalhafatosos dos utilitários esportivos do mercado brasileiro. Não chama atenção pelo desenho –que consideramos bem atraente- mas seduz pelo seu conjunto mecânico e capacidade de rodar no asfalto ou na terra, o que compensa qualquer questionamento estético. O Subaru Forester XT 2.0 16V Turbo que avaliamos é simplesmente fantástico. Inegável que o desenho evoluiu, e a carroceria e todos seus componentes (grade, faróis, para-choques e lanternas) foram redesenhados, mantendo a aparência “parruda” na frente, longe da fluidez e arredondados dos SUVs coreanos, por exemplo. Na versão testada, destaque ainda para as rodas de liga-leve de 18 polegadas calçadas com pneus 225/55.

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Lançado em 1997, o SUV japonês cresceu e chegou à quarta geração, que desembarcou aqui no Brasil em 2013, com mudanças radicais no visual e mais espaço interno que o anterior. A versão que AUTO&TÉCNICA avaliou, equipada com motor 2.0 turbo e injeção direta, tem 240 cv de potência máxima, suficiente para colocar o modelo em destaque entre seus concorrentes, na briga pelo segmento da moda em todo o planeta.

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Se o desenho basta e a mecânica é irretocável, a marca teve inspiração para dar ao modelo excelente acabamento, boa dose de equipamentos e muita tecnologia. Os Subaru são sempre assim, refinados na parte mecânica e com um conjunto dos mais equilibrados. Tudo isso por R$ 136,5 mil.

EVOLUIU

O Forester (que em inglês significa cuidador da floresta) quando foi lançado, em 1997, derivava do Impreza, e nas duas primeiras gerações era mais uma wagon alta do que um SUV, posicionado acima da Outback. Talvez tenha sido um os primeiros crossovers. Já na terceira geração ele cresceu e mudou definitivamente de categoria, enquadrando-se entre os utilitários esportivos genuínos, evoluindo depois para esta quarta geração, lançada em 2012. Entre seus concorrentes, Honda HR-V, Toyota RAV4 e Mitsubishi Outlander.

Como dissemos antes, o único ponto onde cabe alguma discussão é o desenho. De imediato achei o desenho suficiente, mas não definitivamente atraente. Já minha mulher, fã dos SUVs, classificou o Forester como “o mais bonito dos SUV que já tinha visto”. Isso comprova que gosto e sentença judicial não se discute; que minha mulher tem gosto mais apurado que o meu e que com o tempo o que era feio acaba se tornando bonito.

Exatamente o que aconteceu comigo em relação ao Forester. Nada que uma produtiva semana ao volante dele faça as opiniões mudarem. A minha opinião, claro, pois logo descobri que minha mulher tinha razão: seu desenho é equilibrado, agradável e com linhas muito suaves, próprias para o dia a dia e para aventuras no fora de estrada. Com 4,59 metros de comprimento, é apenas um centímetro mais longo que o Impreza. Isso mesmo, é um SUV quase compacto, com 1,74 m de altura, 1,73 m de largura e 505 litros de capacidade no porta-malas. Guiar numa posição mais elevada deve ter sido outros dos motivos pelo qual minha mulher não queria mais abandonar o carro. O ambiente interno é amplo, claro, sofisticado, com boa área envidraçada, o que garante excelente visibilidade. Parece até que estamos a bordo de um SUV dos mais grandalhões. O nível de equipamentos é muito bom, incluindo bancos de couro, teto solar e o sistema de som Harman Kardon. Tudo com grande sensação de qualidade e muito bem montado.

BOM DE CURVA

E aí você pensa: “alto e volumoso assim, deve ser um suplício nas curvas”. Nada disso. Apesar da grande altura e da enorme área envidraçada (imagine o peso dos vidros, longe do solo) ele está sempre na trajetória prevista e sem rolling acentuado da carroceria. Quem garante tudo isso é o que não se vê: a parte mecânica, em especial motor, câmbio e suspensões. Os carros da Subaru são ara quem conhece e gosta de mecânica refinada.

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O motor é o mesmo usado nos Subaru BRZ, Scion FR-S e Toyota GT86 (carros que foram desenvolvidos em conjunto pelas duas marcas). É o tradicional boxer da empresa, de cilindros postos dois a dois, que contribui para o centro de gravidade mais baixo, trabalhando em conjunto com o sistema de tração integral também marca registrada dos Subaru. O motor 2.0, com turbocompressor, tem 240 cv de potência máxima a 5.600 rpm e torque máximo de de 36 mkgf a 3.600 rpm, quase todo disponível já a 2.000 rpm. É um motor “quadrado” (86×86 mm), de alto desempenho e atual, todo de alumínio, equipado com sistema de injeção direta, intercooler (radiador ar-ar), duplo comando variável de válvulas e quatro válvulas por cilindro. Chega aos 221 km/h de velocidade final e acelera de zero a 100 km/h em 7,5 segundos. Muito bom para seu compromisso. Por incrível que pareça, o consumo também é bom: cerca de 9 km/litro de gasolina na cidade e 12 km/litro na estrada. Traduzindo: são 120 cv/litro e 6,26 g/cv, números que resumem bem a qualidade do motor.

A caixa de câmbio é CVT, e das melhores do mercado internacional. É bem rápida e oferece três modos de atuação: “I”, de Inteligente, que é o programa normal, que privilegia o conforto; o modo Sport simula seis marchas e o Sport Sharp faz o carro ficar mais rápido e esportivo. Nesse programa Sport Sharp a caixa de câmbio simula oito marchas, aproximando assim todas as marchas. Aí você tem somados o turbo, o ótimo torque em baixas rotações, a excelente potência, e temos um carro entusiasmante. Interessante é que no modo SS as marchas não são trocadas a não ser pelo controle feito pelo motorista, e não pelas precavidas centrais eletrônicas que desanimam quem quer andar mais forte. Esse CVT tem conversor de torque e lockup (bloqueio do conversor), que só atuas nas acelerações e baixas rotações, para não comprometer o conforto.

A direção tem assistência elétrica, com peso sempre correto e precisão irreparável. Por sua vez, os freios são a disco nas quatro rodas, duplos na dianteira, mais do que suficientes para o porte do modelo.

TRAÇAO INTEGRAL

Esse conjunto por si só é diferente do que encontramos com frequência, e a potência é levada até as rodas por meio de um sistema de tração ainda mais sofisticado, chamado Symmetrical All Wheel Drive, exclusivo da Subaru. Acoplado ao câmbio CVT há o diferencial dianteiro e a saída para o eixo traseiro por meio de um cardã, que liga o diferencial e os semi-eixos traseiros. Entre a caixa de câmbio e o cardã está montada uma embreagem com gerenciamento eletrônico, responsável pela distribuição de torque entre os dois eixos, com 60% para o dianteiro e 40%, para o traseiro.

Esse sistema trabalha junto com o controle de estabilidade, que atua nos freios se houver perda de aderência em alguma das rodas. E mais: em terrenos de baixa aderência o motorista pode acionar o X-Mode, que permite conduzir o Forester em terrenos escorregadios com a eletrônica controlando a aceleração e o freio de cada roda. Já nos aclives o X-Mode também atua nos freios para evitar a perda de aderência. Isso até os 40 km/h, pois a partir disso o sistema desarma de maneira automática; é possível observar o sistema atuando em uma das telas do computador de bordo.

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Como o motor é longitudinal, não é preciso usar caixa de transferência adicional e outro cardã para dividir a capacidade de tração entre os eixos dianteiro e traseiro. O centro de gravidade baixo por conta do motor boxer, mais a montagem simétrica dos componentes do sistema de transmissão e tração são responsáveis pelo correto equilíbrio dos Subaru. Garantia de maior segurança para quem gosta de acelerar.

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No uso fora de estrada, tudo correto. Os pneus Bridgestone Dueler, mesmo sendo de uso misto e não específicos para o off-road, não comprometem, e o uso do X-Mode é perfeito sempre. Claro que ainda contribui para isso os ângulos de entrada e saída (25 e 26 graus, respectivamente) e a altura do solo, de 220 mm. Não parece, mas sua capacidade de off road é excelente, enquanto no asfalto tudo normal, casando bem conforto, silêncio e segurança.

CONCLUSÃO

Difícil encontrar críticas para esse Subaru, pois nada desagrada nele. O XT Turbo é um carro para quem quer mais espaço e não abre mão da esportividade. É um SUV de alto nível e qualidade, no tamanho certo, com desempenho para lá de interessante. Na minha lista de compras, entre os SUVs ele aparece em primeiro lugar, afinal, minha mulher não aceitaria outro. E com razão…

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