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TESTE: Chevrolet Tracker Premier 1.2 Turbo

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A linha 2024 do Tracker continua mantendo cinco versões, como no ano passado, agora distribuídas assim: LT 1.0 turbo (R$ 138.040), Midnight 1.0 turbo (R$ 148.490), LTZ 1.0 turbo (R$ 150.730), RS 1.2 turbo ( R$ 167.770) e Premier 1.2 turbo (R$ 170.140), esta última a avaliada por AUTO&TÉCNICA.

por Ricardo Caruso

O Tracker é um veterano em nosso mercado. De 2001 a 2007 era um Suzuki Vitara importado da Argentina com os emblemas da Chevrolet e motor diesel. A segunda geração veio em outubro de 2013, ressuscitada pela GM e totalmente modificada, com projeto desenvolvido em parceria com a Chevrolet da Coréia do Sul, usando a mesma plataforma do Sonic e ostentando visual bem moderno para a época. Era importado do México nas versões LT e LTZ, com o mesmo motor Ecotech 1.8 do Cruze, de 140/144 cv de potência e 17,8/18,9 mkgf de torque. Em 2016 foi reestilizado e ganhou motor 1.4 Turbo do Cruze, com 150/153 cv (gasolina/etanol) de potência e 24/24,5 mkgf a 2.000 rpm de torque. Em 2020 chegou a terceira e atual geração, agora projetada na China, que se tornou um sucesso no mercado brasileiro. O pequeno SUV figura como um dos carros da categoria mais vendidos no Brasil

Na parte externa, o Tracker continua basicamente com o mesmo visual de quatro anos atrás. Tem vincos fortes na carroceria e é bastante elegante. A dianteira traz ampla grade, uma barra cromada horizontal unidos os faróis afilados e o para-choque robusto e bem trabalhado, com as luzes de direção e DLR verticais em leds nas extremidades (são apenas luzes diurnas nas versões mais simples); os faróis são full-led. Nas laterais, frisos cromados nas maçanetas e base dos vidros.

Na traseira, um generoso spoiler acomoda a terceira luz de freios, enquanto as lanternas, com leds, são horizontais e de bom tamanho e, mais abaixo um refletor catadióptico em cada extremidade. A tampa do porta-malas também tem seus vincos,e no geral o desenho se mostra bem equilibrado; a “gravatinha” Chevrolet dourada vai com destaque no centro da tampa.

O porta-malas do Tracker não é exatamente imenso, mas tem bons 393 litros de capacidade, suficiente para uma família não muito numerosa.

No interior, bom espaço para quatro ocupantes (o central traseiro é sempre sacrificado, na grande maioria dos automóveis) e bancos revestidos em material sintético que imita couro. São bastante confortáveis e acomodam bem o corpo. Há uma parte do painel em azul (azul não, “Captain Blue”…), nos bancos e forros de portas, com inscrições “Premier” aparecendo nos estribos e tapetes. A posição de dirigir no Tracker é boa, alta e confortável, como convém a esse tipo de veículo. Ajuda a encontrar a melhor posição os ajustes do banco do motorista e volante.

O quesito segurança -ativa e passiva- na versão testada tem destaque, com seis airbags, controles de tração e de estabilidade, luz diurna com led e cinco encostos de cabeça. Em termos de conforto, um bom “pacote”: o Premier vem de fábrica equipado com transmissão automática de seis velocidades; “cruise control” (“piloto automático”); direção com assistência elétrica; travas/espelhos/vidros com acionamentos elétricos (nos dianteiros e traseiros); para-sol com espelho e iluminação para motorista e o passageiro; condicionador de ar; ajuste de inclinação e distância do volante; volante multifuncional e banco do motorista com ajuste de altura. O apoio de braço dianteiro é estofado e o banco traseiro também conta descansa-braço central.

E não é só. Há destravamento remoto ou interno do porta-malas; destravamento interno do tanque de combustível; travamento remoto das portas; alarme; chave presencial para abertura e fechamento do carro e partida do motor; acendimento automático dos faróis, computador de bordo e câmera de estacionamento traseira.

Para finalizar, o Tracker Premier tem a conectividade bem cuidada, com multimídia de tela touchscreen de oito polegadas, rádio am/fm, conexão Bluetooth, tomadas e conexão USB e possibilidade de integração com os aplicativos do smartphone. A versão Premier é a única dos Tracker que traz teto solar panorâmico com abertura elétrica, rack no teto e rodas aro 17 com acabamento diamantado.

Outros mimos da versão são sensor de estacionamento traseiro; OnStar; internet por wifi a bordo; alerta de ponto cego, volante revestido em couro (não identificamos se real ou de material sintético); alerta de colisão frontal; frenagem autônoma; retrovisor interno eletrocrômico, limpador de para-brisas automático; sensor de estacionamento dianteiro e lateral e Park Assist, sistema de estacionamento automático paralelo ou perpendicular.

O Tracker Premier é equipado com motor 1.2 turbo de três cilindros (“família” CSS Prime), sem injeção direta, produzido no Brasil mas com projeto chinês, que vem dando alguma dor de cabeça aos proprietários, por exigir alguns cuidados na manutenção, o que nem sempre acontece. Tem 133 cv de potência e 21,4 mkgf de torque, máximos, quando abastecido com etanol, e trabalha em conjunto com um câmbio automático de seis marchas; o Tracker não tem “paddle shifts” (“borboletas”) junto ao volante para trocas sequenciais das marchas, o que pode ser feito na alavanca. O câmbio funciona bem, sem trancos ou ruídos, com engates rápidos e precisos.

A estabilidade é boa, dentro da proposta do carro, graças ao bom conjunto de rodagem e às suspensões, tipo McPherson com barra estabilizadora, amortecedores e molas helicoidais na frente, e. com eixo de torção, semi-independente, com amortecedores e molas helicoidais na traseira.

O tracker Premier pesa 1.271 kg e, em termos de dimensões, tem 1.626 mm de altura. 1.791 mm de largura, 4.270 mm de comprimento e 2.570 mm de entre-eixos.

As boas acelerações e retomadas são destaques desse powertrain: o pequeno SUV faz de zero a 100 km/h em 9.4 segundos e chega a 180 km/h de velocidade máxima, marcas excelentes se considerarmos que o motor é apenas 1.2 e apenas de três cilindros. Claro que o turbo dá uma mãozinha… De acordo com o Inmetro as médias de consumo são de 7,2 km/l (etanol) e 10,4 km/l (gasolina) na cidade. Na estrada, faz 9,2 km/l (etanol) e 13,2 km/l (gasolina), marcas que, se não são assombrosas, são bastante satisfatórias. A versão avaliada parte de R$ 162.650, cerca de R$ 1.900 mais cara que a “esportiva” RS.

CONCLUSÃO

O Chevrolet Tracker é um dos SUVs mais equilibrados do mercado brasileiro. Tem correto acerto no visual, diversas versões, bom nível de equipamentos e recursos, e ótima dirigibilidade. Isso deságua numa boa relação custo/benefício, que o coloca entre os líderes de seu segmento. Não traz nenhum dos inconvenientes da maioria dos SUVs, e o fato de não ser um trambolhão no trânsito, daqueles beberrões e difíceis de estacionar, e ser fácil de dirigir acaba agradando em cheio o público feminino. Na verdade, é bastante prático no dia a dia.

A versão avaliada, Premier 1.2 Turbo, só não agradou em uma coisa: o preço. Tudo no Brasil ficou caro, muito caro, e para pagar R$ 170 mil nele -ou em qualquer carro- é preciso pensar bem. Em relação aos concorrentes, vale cada moeda, mas a situação econômica geral do brasileiro acaba prejudicando seu volume de vendas. Mas deve sempre ser considerado na busca de um carro na categoria dos SUVs.


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