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TESTE: VW Taos Highline 250 TSI

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A Volkswagen tem entre suas características privilegiar a função e não a forma, mais ou menos o que prega a segunda fase da escola Bauhauss. Isso é aplicado com brilhantismo nos seus produtos, que muitos enxergam como “simples”, mas na verdade são bastante funcionais e corretos. A postura agressiva da marca no Brasil com seus SUVs vai por esse caminho; nenhum é um escândalo de visual, mas são extremamente funcionais e adequados ao mercado. A marca trabalha com quatro modelos, T-Cross, Nivus, Tiguan Allspace e Taos, o que AUTO&TÉCNICA avaliou na versão top, a Highline 250 TSI.

por Ricardo Caruso

Posicionado acima do T-Cross, o modelo é importado da Argentina e tem a missão de disputar compradores com concorrentes de peso, como Jeep Compass -a referência do segmento- e Toyota Corolla Cross. Para isso, ele tem bons argumentos.

Sem oferecer potências elevadas ou eletrificação, o VW Taos aposta num conjunto muito equilibrado e eficiente, com soluções mecânicas já conhecidas, em especial o motor 1.4 TSI. Dentro do Grupo VW, quem quiser luxo pode optar pelos Audi, e quem quer esportividade, pode ficar com os Porsche, obviamente muito mais caros. O foco para seduzir compradores passa pela conectividade e segurança, oferecendo conforto para a família e, claro, preço superior, como está acontecendo com todo o mercado automotivo brasileiro. O Taos Highline avaliado custa, de tabela, R$ 206.950, e a isso se acrescente R$ 1.410 pela cor Cinza Indium e R$ 6.400 pelo teto solar panorâmico, chegando assim a R$ 214.760. É caro? É. Mas o que não é caro hoje no Brasil.

Com linhas simples e retas, o desenho. Tudo é bastante proporcional, a distância entre-eixos é longa e balanços da dianteira e traseira são curtos. Destaque para a “coluna A”, bem inclinada, e a linha de cintura alta, que transmite ao SUV médio da VW a sensação de robustez.

Na dianteira, tudo agrada. Os faróis full-LED tem desenho bastante cuidado e traz o sistema IQ. Light, o mais moderno do segmento. Eles incorporam o DRL (Daytime Running Light), filetes em LED que atravessam a grade e se fundem com o novo logo da marca. Complementam o visual, o capô é vincado e bem plano, o corte da frente vertical e o para-choque bem desenhados.

Na traseira, o para-choque repete o capricho do desenho do dianteiro, as lanternas horizontais tem aparência sofisticada e fazem boa dupla com os faróis. O nome T-A-O-S é fixado na base da tampa do porta-malas e, mais à direita, o emblema 250 TSI -referência ao torque de 250 Nm e ao moderno motor turbo com injeção direta de combustível. As rodas de liga-leve são de 18 polegadas em todas as versões completam o visual externo do SUV.

O Taos oferece o maior espaço interno da categoria, segundo a VW, com 4.461 mm de comprimento, interessantes 2.680 mm de entre-eixos, 1.626 mm de altura e 1.841 mm de largura. 

O interior é bem cuidado, acomoda cinco ocupantes (quatro com tranquilidade, e o central traseiro sempre sacrificado) e impressiona pela precisão do acabamento, mesmo com o excesso de plásticos duros que são aplicados, não só pela VW, mas também por todas as marcas. No painel, a parte superior não é macia, e sim feita de plástico duro. A parte central em cinza contrasta bem e o revestimento costurado logo abaixo, não só disfarça os plásticos, com traz uma atmosfera luxuosa ao modelo. O acabamento em dois tons e o revestimento sintético dos bancos reforçam isso.

O que não é novidade mas agrada bastante é o conjunto digital de instrumentos e multimídia. O “Active Info Display”, com tela de 10,25 polegadas, é o mesmo já aplicado no Polo e no Virtus. Já o “VW Play” segue o usado no T-Cross e no Nivus, com aplicativos de acesso a serviços online, inclusive seu Waze nativo, por meio do 4G do seu smartphone. Bastas conectar o wifi do smartphone ao carro e o Bluetooth; há ainda um carregador wireless. É possível usar o Android Auto ou Apple CarPlay por meio de uma das três entradas USB-C para isso, mas não há uma tomada USB convencional para carregar seu celular.

Na tela central de 10,1 polegadas estão ainda, os comandos do ar-condicionado bizone, assim como o das sete cores da iluminação em LED do painel e portas. Tem ainda a tela da câmera de ré e ajustes do excelente sistema de som “Beats Audio”, e os controles dos modos de condução e outras funções do modelo. Uma função off-road mostra até a posição das rodas dianteiras.

O VW Taos Highline, como já dissemos, é equipado com bancos confortáveis, sendo o do motorista com ajustes elétricos mas sem memória. Já o banco do passageiro tem ajuste em altura manual. Atrás há bom espaço, apoio de braço e as saídas de ar condicionado; o porta-luvas é refrigerado. A iluminação interna é feita por LEDs e o teto solar panorâmico garante o ambiente agradável. O porta-malas é bom, com 498 litros, podendo ser ampliado com o encosto do banco bipartido.

Equipado com o motor EA211 1.4 TSI de 150 cv de potência máxima a 5.000 rpm e 25,5 mkgf entre 1.400 e 4.000 rpm, o VW Taos torque suficiente para mover seus 1.420 kg. Em nenhum momento parece faltar motor ou que ele esteja subdimensionado. O motor sempre está disposto a responder bem, graças ao turbo, injeção direta e os muitos detalhes técnicos que traz. O câmbio automático de seis velocidades tem funcionamento impecável. É escolher o mode de dirigir e acelerar sem susto.

No trânsito urbano e com gasolina, o VW Taos marcou bons 10,2 km/litro. e na estrada, rodando tranquilo, chegou a ele marca 13,8 km/l. Se abusar do acelerador, o consumo cai rapidinho. O tanque é de 51 litros, o que garante em roteiro rodoviário cerca de 700 km de autonomia.

A direção é elétrica, bem calibrada, e os freios perfeitamente adequados. Isso mais nas suspensões bem afinadas, garantem uma “tocada” mais esportiva para quem não tem problemas em torrar combustível nessa época de vacas magras. A suspensão traseira com O conjunto com multilink é perfeitamente correto.

Muito eficiente são os faróis full LED, que não só iluminam bem como tem a função IQ Light, que evita o ofuscamento de outros motoristas, oferecendo ainda iluminação extra em curvas. O alerta de ponto cego e o cruise control adaptativo funciona sempre muito bem, assim como o aviso de tráfego cruzado traseiro; o modelo não tem aviso de ponto cego. Por outro lado, frenagem automática e detector de pedestres estão presentes.

Conclusão

O Volkswagen Taos não é um veículo absurdamente luxuoso, mas não faz feio. Ele não é, mas parece ser… Trata-se de uma proposta premium, criada para mercados fora da Europa, com adequações locais (é feito na Argentina com foco no mercado brasileiro) e se destaca pelo conjunto mecânico e tecnologia. Também tem bom espaço interno e porta-malas generoso.

O Volkswagen Taos deve ser considerado por quem busca um SUV de porte médio, na faixa de preço pouco acima dos R$ 200 mil. Afinal, tem muitas qualidades e a Volkswagen ainda é uma marca que inspira confiança.


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