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Escândalo VW: “Você conhece. Você confia”?

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Ao poucos, o “Escândalo VW” começa a respingar na filial da empresa instalada aqui no Brasil. O alvo inicial é a pickup Amarok. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) iniciou investigação contra a Volkswagen, dias depois de ter vindo a público o escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes nos Estados Unidos.

Volkswagen-Amarok-12

O órgão ambiental afirmou, em nota publicada na última semana, que as acusações de que a Volkswagen fraudou testes de emissões de poluentes em carros a diesel são um “caso gravíssimo”, o que poderá significar multa de até R$ 50 milhões contra a montadora, além de recall para corrigir o problema.

“O Ibama iniciou investigação para verificar se a fraude verificada nos Estados Unidos estaria sendo cometida também no Brasil. A Volkswagen será notificada a prestar esclarecimentos”, prosseguiu a entidade, sem dar maiores detalhes.

No Brasil, o único veículo a diesel com o motor fraudador comercializado pela Volkswagen é a pickup Amarok, que desde 2010 acumulou 83.890 unidades vendidas no País.

As investigações sobre emissões de poluentes deve ser estendida pela VW ao Brasil, mas a empresa ainda vai demorar para responder se a Amarok, seu único modelo vendido aqui com o motor EA189, teve também seus índices de óxidos de nitrogênio manipulados.

O primeiro representante oficial da montadora no país a se manifestar desde que o escândalo virou pauta, o diretor de assuntos governamentais da marca, Antonio Megale, afirmou que o Brasil só deve entrar na investigação global da Volkswagen em outra fase do processo. Isso porque, como o país proíbe a venda de carros de passeio a diesel, o volume de vendas da Amarok é pequeno. Mesmo debaixo da ameaça da fraude gerar -em nível internacional- prejuízo que pode chegar a US$ 80 bilhões entre multas, indenizações e quedas nas vendas e no valor da marca. A prioridade é concentrar esforços nos mercados dos Estados Unidos e Europa.

Pensamos diferente: a fraude é um crime grave em qualquer local do planeta, criminosa, e mesmo que fosse apenas uma pickup Amarok vendida aqui envolvida, o caso deveria ser tratado não na esfera econômica. Algum motivo especial para deixar o caso em segundo plano no Brasil?

A Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) entrou na briga e anunciou que enviou ofício ao Ministério do Meio Ambiente questionando que medidas estão sendo tomadas a respeito do escândalo de fraude nos índices de emissão de poluentes de veículos da Volkswagen movidos a diesel vendidos no Brasil.

Ainda de acordo com a Proteste, será necessário primeiro comprovar que a fraude foi mesmo aplicada nas Amarok que rodam no País antes de tomar as medidas necessárias contra a marca.


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