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Sete dicas necessárias para comprar um carro elétrico

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Os carros elétricos começaram a chegar em 2019 de maneira absolutamente tímida no Brasil, existindo no mercado algumas ofertas disponíveis. Durante 2020, outros modelos devem desembarcar por aqui, com os preços se tornando ligeiramente  mais acessíveis. Ainda são vistos como exemplares exóticos, devido ao desinteresse das montadoras em investirem nesse segmento. No resto do mundo civilizado, os elétricos (e/ou eletrificados) já são realidade. O governo brasileiro por sua vez também não faz suas contrapartidas nessa área, e uma forma de impulsionar essa tecnologia no Brasil seria, por exemplo, exigindo que toda as frotas de carros oficiais ou de serviço público (em nível municipal, estadual e federal) fosse composta de carros eletrificados. Mas enqanto isso não acontece, como escolher o melhor carro elétrico para suas necessidades? AUTO&TÉCNICA dá algumas importantes dicas.

 

1 – AUTONOMIA

Uma das questões mais importantes e que mais preocupa quem está indeciso entre um veículo convencional a gasolina/etanol/flex e um automóvel elétrico é a autonomia. No entanto, os modelos 100% elétricos mais recentes já apresentam níveis de autonomia atraentes, em torno de 400 km, contando com reeducação dos motoristas no quesito condução, que permita tirar partido do sistema de regeneração nas frenagens. Lembre-se, no entanto, que a utilização de funcionalidades como o ar condicionado, faróis ou alta velocidade reduzem a autonomia prevista.

No caso dos híbridos, a autonomia é mais reduzida, pois as baterias são mais de menor capacidade. Os modelos plug-in podem rondar os 50 km de autonomia, em modo exclusivamente elétrico. A vantagem é que também demoram menos tempo para recarregar.

2 – INFRAESTRUTURA

Aqui o Brasil é um desastre. É possível carregar um automóvel elétrico (ou híbrido plug-in) em postos de carregamento públicos ou mesmo em casa, que é a opção mais prática e confortável.

Nos postos públicos de carregamento: Só em Portugal, por exemplo, a rede de postos de carregamento MOBI.E disponibiliza cerca de pontos de postos de carregamento em mais de 60 municípios daquele país. Nos Estados Unidos, isso é incalculável. No Brasil, um ou outro condomínio, supermercado ou shopping center oferecem esse serviço, enquanto na Europa algumas lojas do McDonald’s oferecem carga para carros elétricos a preço simbólico. Aqui o mais correto será instalar um ponto de recarga em casa, o que não é caro.

Em casa: Se optar por carregar o automóvel em casa, poderá usar uma tomada convencional com capacidade até 10A. Mas prepare-se para esperar até cerca de 20 horas para carregar 80% da capacidade da bateria. A alternativa é investir numa wallbox, um posto de carregamento doméstico de fácil instalação, que garante maior rapidez -entre 3 a 8 horas- conforme a potência da wallbox. Além da rapidez, a wallbox garante maior segurança do carregamento. Há vários modelos disponíveis no mercado, muitas vezes disponibilizados pelos próprios fabricantes dos automóveis. Preço em média na casa dos R$ 4 mil…

Analise as opções tendo em conta a instalação elétrica de sua casa, os diferentes tipos de conectores e tomadas necessárias e a comodidade de utilização. Aproveite a tarifa diferenciada de acordo com o horário para carregar o veículo durante a noite. O aumento do consumo será notado na sua conta de eletricidade.

3 – INCENTIVOS

Consumidores não gostam de pagar mais por novas tecnologias, ainda mais se não se sentem seguros e sem a certeza de que irão chegar com tranquilidade onde querem ir…. O Estado brasileiro não incentiva a compra de veículos elétricos, mesmo sendo uma opção ambientalmente favorável. Existem, hoje, alguns tímidos benefícios: reducão de impostos de importação, ICM e IPI, isenção de IPVA e rodízio em algumas poucas cidades, e só. 

4 – CUSTOS

O que compensa mais: um carro elétrico ou um convencional?  Vamos lá:

Investimento inicial:  Em termos de investimento inicial, um automóvel convencional é mais barato. Contudo, existem benefícios em comprar um carro elétrico que podem compensar o investimento inicial: tendência da diminuição do preço das baterias refletido no custo de aquisição, incentivos financeiros, benefícios fiscais para empresas, isenção de IPVA , redução dos custos de estacionamento, tendência de valorização de veículo elétrico no mercado de usados (valor residual), custos de reparação e manutenção significativamente mais baixos e ainda, custos de energia inferiores ao combustível.

Consumo diário e manutenção:  Depois da compra, as contas são outras: a manutenção de um carro elétrico é bem mais barata, já que a parte mecânica não precisa de manutenção frequente e o número de componentes menor.

No consumo diário, o carro elétrico também sai ganhando: o custo da eletricidade varia de cidade para cidade, de Estado para Esado, e de hora em hora. Mas em  geral é possível esperar consumo de energia x combustível 80% menor. Na m’dia nternacional,  um elétrico consome cerca de US$ 2,2 a cada 100 km rodados.

5 – GARANTIA, PÓS-VENDA E MANUTENÇÃO

Para dar aos clientes um pouco de tranquilidade em relação aos elétricos, os fabricantes fora do Brasil são bastante generosos com as garantias,  e não apenas nos automóveis em si, mas também nas baterias e sistemas de transmissões dos elétricos e híbridos plug-in. Por exemplo, na Europa a garantia das baterias para o Nissan Leaf é de oito anos, e cada bateria custa cerca de US$ 8 mil.

O que significa que se comprar um elétrico novo ou pouco usado, não precisará de se preocupar com problemas de bateria por algum tempo. Mas o futuro ainda preocupa. Afinal, quanto custa repor uma bateria aqui no Brasil?

6 – ESTILO DE VIDA

Se você é metido a piloto e dirige com se estivesse tentando marcar uma pole position, esqueça. Esse tipo de carro não é para você. Há diferenças na condução de um elétrico e de um carro convencional que devem ser consideradas: como o torque é elevado e instantâneo e a capacidade de aceleração muito eficiente, deverá dosar o uso do acelerador sempre. Devido ao sistema de recuperação de energia da bateria, poderá sentir uma frenagem quando tira o pé do acelerador.

Deverá ainda adaptar a sua forma de condução para poder tirar o máximo partido do recarregamento em movimento: opte, sempre que possível, por aliviar o acelerador ao invés de frear; não acelere nas descidas, para que o carro possa carregar em movimento, e sempre acelere de forma progressiva.

Para contornar o medo de ficar sem bateria, planeje sempre o percurso antes de partir, e pesquise previamente quais os postos de carregamento existentes ao longo do caminho.

7 – HÍBRIDO

Hoje, os carros puramente elétricos devem ser considerados para uso urbano e trajetos curtos. Se você acha que um automóvel 100% elétrico não é interessante para suas necessidades, considere a compra de um híbrido ou de um híbrido plug-in.

Híbridos plug-in: São veículos que dispõem de dois tipos de motores: elétrico e convencional (a gasolina, etanol ou flex, já que os a diesel não são disponíveis por aqui), que podem funcionar de forma complementar ou independente. O motor elétrico garante, em média, autonomia de bateria para até 50 km, suficiente para os deslocamentos em ambiente urbano. A partir daí, o motor convencional dá uma ajuda, para que não haja risco de ficar parado pelo caminho, sem carga suficiente na bateria para completar o percurso.

Como este tipo de veículo tem maior autonomia elétrica que um hibrido sem plug-in, se funcionar apenas com eletricidade não emitirá CO2. Como nos carros 100% elétricos, poderá recarregar as baterias facilmente por meio de posto de carregamento elétrico ou de uma tomada doméstica.

Híbridos (sem plug-in): Tal como na versão plug-in, os veículos híbridos têm motor elétrico e convencional. A diferença é que o motor elétrico recarrega exclusivamente pelo sistema de regeneração, gerando energia em cada frenagem ou inércia. Não é possível ligá-los à tomada. Assim, a autonomia da bateria é muito reduzida, de apenas alguns minutos, se usar o motor elétrico de forma independente.

Os maiores ganhos são gerados de forma complementar: partida em modo elétrico (para aceleração extremamente rápida) e aproveitamento na condução do recarregamento da bateria por frenagem/inércia. Assim terá menor consumo de combustível. Na verdade é um carro com motor convencional que pode ter a ajuda, em determinadas situações, do motor elétrico.


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