Enquanto a Volkswagen atola no escândalo dos seus motores diesel, a Toyota pensa grande e quer deixar de produzir carros que funcionam só com combustíveis fósseis até 2050, ano em que imagina vender apenas veículos híbridos, elétricos ou movidos a hidrogênio. Isso permitiria reduzir as emissões de NOx dos seus veículos novos em cerca de 90% comparativamente ao volume que os carros Toyota recém-saídos da fábrica emitiam em 2010.

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O plano da empresa poderá ter peso importante no futuro do setor automotivo –ainda muito dependente da gasolina e do diesel – que no momento está marcado pelo escândalo de manipulação de emissões do Grupo Volkswagen, o maior fabricante mundial, ao lado da Toyota.

A Toyota explicou isso num documento em que projeta seu plano de redução de emissões para os próximos cinco anos e o seu “desafio ambiental para 2050”, que espera aumentar para 30 mil unidades (10 mil das quais seria para o Japão) as vendas anuais de veículos movidos a hidrogênio, que emite apenas vapor de água na atmosfera.

Para atingir este objetivo, a marca espera intensificar a produção do Mirai –comercializado no Japão desde o ano passado e que foi o primeiro veículo a hidrogênio produzido em série– de 700 para 3.000 unidades anuais em 2017. Também pretende começar a vender á dois anos ônibus a hidrogênio em Tóquio, cidade onde espera comercializar 100 unidades em 2020. E para essa data também quer vender 1,5 milhões de veículos híbridos anualmente, ou seja, 20% mais do que em 2014, e que o volume de emissões dos seus automóveis novos seja cerca de 22% inferior ao de 2010.

A empresa também propôs cortar as emissões de NOx das suas fábricas em todo o mundo, pelo uso de fontes renováveis ou de hidrogênio nas linhas de produção, bem como tecnologias industriais mais eficientes.

O Mirai (foto) já está à venda no Reino Unido, Dinamarca e Alemanha, onde cista cerca de US$ 70 mil. A Toyota  planeja levar o Mirai a outros países a partir de 2017.

As declarações da Toyota foram dadas no momento em que acontecem questionamentos sobre o escândalo de emissões da Volkswagen. Segundo Kiyotaka Ise, executivo da Toyota, a legitimidade dos motores a diesel foi definitivamente colocada em xeque, e a reação da indústria pode resultar, no futuro, no fracasso deste tipo de motor. “Com o declínio em massa destes propulsores, é como se o mundo estivesse virando ao contrário e a Toyota precisasse mudar os seus conceitos e métodos”, finalizou.