LANÇAMENTO: Nissan Frontier LE 2018
Não parece, mas esta já é a 12a. geração da picape Nissan Frontier. Lançada no Brasil em 1998, chega a este modelo trazendo mais conforto e mais capacidade para trabalho pesado. Parece, mas não é um facelift da versão anterior, e sim um extenso trabalho de evolução que pouco aproveitou da lançada em 2007.
por Marcos Cesar Silva
O preço é de R$ 166.700, o mais baixo entre todas as picapes top de linha dessa categoria graúda: a Chevrolet S10 High Country (2.8 litros, 200 cv, R$ 172.690), Ford ranger Limited (3.2, 200 cv, R$ 184.490), Mitusbishi L200 Triton Sport HPE (2.4, 190 cv, R$ 175.000), Toyota Hilux SRX (2.8 litros, 177 cv, R$ 189.970) e VW Amarok Highline (2.0 litros, 180 cv, R$ 178.000), todas automáticas e com tração 4×4.
A Frontier 2018 faz parte do projeto conjunto com a Daimler-Benz e Renault, que dará origem também à francesa Alaskan e à alemã Classe X. Todas -Nissan, Renault e Mercedes- serão fabricadas em Córdoba, na Argentina, já a partir de maio do ano que vem. Enquanto isso, a Nissan Frontier vendida aqui virá do México só na versão de top de linha LE, cabine dupla, tração nas quatro rodas e automática. Opções menos caras virão quando começar a importação da Argentina.
Para os menos atentos, a nova Frontier lembra a anterior, mas é f”acil perceber que ganhou desenho mais caprichado e atual, com novos faróis e desenho da carroceria; o capô é mais alto nas laterais do que no centro e os vidros são menores. A Nissan optou por manter as rodas aro 16, enquanto as concorrentes usam aro 18 e a Amarok tem aro 20. O visual fica menos esportivo e agressivo, mas preserva o conforto e as próprias rodas, que ficam mais imunes aos impactos.
Se por fora ela ficou mais atraente, por dentro a evolução também foi grande. A Nissan explicou que a cabine cresceu em 8,7 cm a altura interna, que também está visivelmente mais larga. Subiu um degrau em termos de conforto, luxo e bom acabamento, principalmente pelos materiais aplicados. Tudo nela é mais sofisticado que na anterior, incluindo revestimento de couro nos bancos e volante, detalhes de alumínio escovado, multimídia com tela grande e bancos mais confortáveis tornaram a Frontier um carro de luxo por dentro.
EQUIPADA
Mimos que não haviam antes estão por lá. Ar-condicionado automático bizone, ajuste elétrico para o banco do motorista com apoio lombar e sistema de aquecimento para os bancos dianteiros, chave tipo presencial e retrovisores externos com rebatimento elétrico são algumas das novidades. O multimídia Multi-App —o mesmo do Versa e March—, tem tela de 6,2 polegadas e plataforma Android. Há 2 GB de espaço na memória para programas, o que permite instalar e usar diversos aplicativos (incluindo o Waze) e conectar com a internet (por meio de modem USB ou smartphone).
Sentimos falta de mais airbags além dos dois frontais (que são obrigatórios). A Ford Ranger tem sete desde a versão de entrada, por exemplo, e o passageiro do meio no banco traseiro não tem nem de cinto de segurança de três pontos ou apoio de cabeça. Alguns alguns recursos de auxílios ao motorista que não existiam na anterior, passam a facilitar a vida de quem dirige a nova picape, como assistente de saída em rampa e controle de velocidade em descidas. A tração é selecionada por meio de um botão, entre os modos 4×2 (traseira), 4×4 e 4×4 (com reduzida). Nos dois primeiros modos, é possível fazer o acionamento a até 100 km/h; para a reduzida é preciso imobilizar o veículo. O eixo traseiro conta com diferencial autoblocante.
Na caçamba os cuidados incluem soluções como ganchos ajustáveis (que ficam em trilhos) para melhor amarrar a carga, tomada 12 de volts e pintura com camada de tinta plástica, que não rouba espaço como os protetores de caçamba tradicionais.
MOTOR MENOR, MAIS MARCHAS
Na parte mecânica e estrutural da Frontier, uma das boas novidades é o reforço do chassi, que passou a contar com oito barras transversais nas longarinas, ai mesmo tempo em que ficou cerca de 15 kg mais leve. A dieta passou pela carroceria (menos 94 kg), e motor (menos 10 kg), mais leve. Isso significa que a Frontier perdeu cerca de 150 kg, o que não é facil num veículo parrudo.
O regime veio também na cilindrada, que foi de 2.500 para 2.300 cm3, mas sem perda de potência, compensada pelo uso de mais um turbocompressor. Este novo motor tem a mesma potência máxima de 190 cv e torque máximo de 45,9 mkgf do anterior,. A S10 tem 200 cv/51 mkgf, a Ranger 200 cv/48 mkgf, a L200 190 cv/43,9 mkgf na L200, a Amarok 180 cv/42,8 mkgf e a Hilux 177 cv/42,8 mkgf. Ou seja, está bem entre os concorrentes. Outra boa evolução é a transmissão automática. que antes tinha cinco velocidades e agora é de sete marchas. A concorrência vai de seis marchas, menos a Amarok, que tem oito, mas sem reduzida. Isso permitiu na Nissan relações de marcha mais curtas e melhor aproveitamento do torque do motor.
Outra boa inovação é a suspensão traseira com molas helicoidais no lugar dos tradicionais feixes de molas, recurso inédito nas picapes maiores aqui no Brasil. Isso beneficia muito o conforto e estabilidade. Mas molas helicoidais consomem espaço, mas na Frontier não teve perda alguma: são 1.050 kg. Com pneus mais altos, o vão livre em relação ao solo é de 292 mm.
No evento de lançamento, no excelente Haras Tuiuti, Interior de São Paulo, ela foi posta a prova em diversas condições extremas de fora de estrada, mas também houve a possibilidade de usar a picape em estradas asfaltadas, como um carro normal. As duas situações ela se saiu bem, deixou usufruir o bom acabamento e conforto e agradou.
COMO UM CARRÃO
O novo motor 2.3 contribui para dar à Frontier o jeitão de carro de luxo (e bem que preço de carro de luxo ela tem). O nível de ruído é baixo, as vibrações em marcha-lenta mínimas e a transmissão automática de sete marchas mostrou-se impecável. Nas torturas do piso de terra, as suspensões trabalharam de maneira correta; a direção merecia ser elétrica, e não hidráulica, para aliviar um pouco o peso quando totalmente carregada.