Renault: Scénic voltará à vida SUV e elétrico
Na Europa, a Renault vê como próximo o desaparecimento do Scénic, lançado em 1996, fabricado também no Brasil e que está em sua quarta geração. Mas uma coisa é certa, a minivan vai morrer para reencarnar rapidamente. Mais precisamente na forma de um veículo elétrico, de desenho radical, movido também a hidrogênio. E, garante a marca francesa, já para 2024. O Scénic Vision Concept antecipa o que está por vir.
Da Redação
A notícia já circula na imprensa europeia, depois de declarações do vice-presidente de desenho do Grupo Renault, Gilles Vidal, que adiantou um pouco de como será a próxima encarnação do Scénic.
Segundo o executivo, o futuro Scénic -do qual já existe um conceito- que servirá de ponto de partida para o modelo de produção, fará parte da oferta de modelos 100% elétricos da marca francesa, com posicionamento abaixo do elétrico Renault Mégane E-Tech. Coisas que só conhecemos aqui por fotografias.
Por outro lado e prometido desde agora com um sistema de propulsão elétrica a bateria, a Renault também destaca o fato do conceito que vai servir de base exibir um trem de força elétrico, mas a hidrogênio. Esta solução reflete uma ideia mais ampla, por parte do fabricante, nesta área, e que a marca pretende que se torne mais constante depois de 2030, em particular nos modelos veículos comerciais leves.
Sobre o concept Scenic Vision, destaque para as dimensões externas, com comprimento de 4,49 metros, largura de 1,90 m e altura de 1,59 m, o que faz deste conceito um modelo mais comprido (em 280 mm), mais largo (120 mm) e mais alto (85 mm) que o Mégane E-Tech Electric , além da distância entre-eixos 135 mm mais longa. Aspectos que, ainda assim, não impedem que o Scénic Vision descarte a configuração do atual Scénic, de minivan para assumir as linhas de um SUV.
Sobre o desenho, a Renault destaca o “visual moderno com um lado sustentável”, nas quais não falta igualmente a identificação com o Mégane E-Tech Electric por meio das lanternas e faróis bem estreitos com LED, assim como um certo e natural intercâmbio tecnológico. Isso inclui soluções como as portas traseiras com abertura contrária (as portas “suicidas”), operadas eletricamente ao se pressionar do logotipo Renault presente nas mesmas. Com isso, a marca francesa ressalta o fácil acesso e saída do carro, graças à inexistência de colunas B (centrais).
Para quem for bom observador, a “assinatura” da luz frontal, nas extremidades do pára-choque, é metade do logotipo da Renault. “E isso o torna muito reconhecível, mas também relevante para a marca. Ele estará no carro de que estamos falando, e será usado em toda a linha, de muitas maneiras diferentes”, explicou Vidal.
Quem acredita que tudo isto só é possível num concept, é o próprio executivo da marca que responde: embora podendo ainda ser evoluído, o atual desenho exterior do Scénic Vision será aplicado, em cerca de 90%, na versão de produção a ser lançada em 2024.
Passando para o interior, a Renault destaca também o fato do Scénic Vision ser fabricado com cerca de 70% de materiais reciclados, dos quais, 95% são também recicláveis. Incluindo as baterias.
Entre as prioridades está a maximização do espaço, o que fez, por exemplo, os trilhos externos dos bancos serem ficados nos painéis das portas, como forma de facilitar a entrada. O próprio painel da porta do motorista pode mover-se, como forma de ajustar o posicionamento do banco.
Por fim, interessante é a presença de microfones e alto-falantes em cada banco, para “criar um ambiente sonoro único” para cada ocupante, assim como de uma tela no volante que mostra os lugares traseiros, e telas giratórias, que se posicionam conforme a visão do motorista. Ou ainda de uma tela grande, em toda a largura do painel, que recorre a câmeras na frente para melhorar a visibilidade em até 24%.
Ainda entre as tecnologias, um sistema “Safety Coach” que analisa o comportamento do motorista, sugerindo formas de melhorar a sua condução; várias telas com informações configuráveis, e sistema de reconhecimento facial, que faz com que o interior do carro se adapte aos gostos de cada motorista.
Sobre o trem de força deste Scénic Vision, a Renault adiantou que se trata de um só motor elétrico, de 215 cv, e que surge montado na frente, acompanhado de uma bateria de capacidade menor (40 kWh). Como maior novidade, temos a aplicação de um sistema de célula de combustível (Fuel Cell) a hidrogênio de 15 kW, capaz de recarregar a bateria quando em movimento.
Para justificar isso, a Renault acredita que, a partir de 2030, a rede de abastecimento de hidrogênio terá abrangência muito ampla, o que permitirá conduzir por mais de 800 km sem necessidade de abastecer. Sendo que, quando isso for preciso, serão necessários apenas cinco minutos para repor a totalidade da autonomia. Ainda sobre esta solução, os jornalistas especializados europeus lembram que os engenheiros da marca já estão desenvolvendo uma arquitetura totalmente nova para veículos elétricos a hidrogênio, que ainda está em fase de testes e protótipos.
Quanto à esta plataforma, Vidal revelou que, embora a solução CMF-B EV -que dará forma ao futuro Renault 5- tenha sido pensada, a solução para o Scénic Vision de produção deverá passar pela mesma arquitetura do Mégane E-Tech Electric. Afinal, uma plataforma com tanques de hidrogênio só deverá estar pronta para ser usada num veículo de produção na década de 2030.