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TEST DRIVE: ACELERAMOS O NOVO NISSAN SENTRA

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Esqueça tudo o que você sabe a respeito do Nissan Sentra. Lançado em 1982 e agora em sua sétima geração, o carro cresceu, ficou mais luxuoso e confortável, exibindo boa dose de tecnologia num visual mais moderno. Ficou mais ainda “carro de tiozão”, o que não é nada pejorativo.

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AUTO&TÉCNICA foi aos Estados Unidos conhecer o novo Sentra, que já está sendo vendido aqui no Brasil, na versão SL -top de linha- por R$ 71.990. O sedã médio da Nissan, com motor 2.0 e câmbio CVT, recebeu detalhes de estilo e acabamento que remetem ao Altima, sedã maior que também pode chegar ao Brasil, para enfrentar Honda Accord e Ford Fusion, entre outros. A marca já iniciou sua pré-venda no Brasil.

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Em termos de desenho, o Sentra VII seguiu uma linha mais conservadora, assumindo mesmo o papel de “carro de tiozão”, como o são Civic, Corolla e outros. Linha de cintura mais baixa, grade frontal trapezoidal (característica da marca) e lanternas traseiras com leds no formato de “bumerangue” fazem parte da assinatura de estilo.

Na parte aerodinâmica, a evolução é notável. O novo Sentra tem Cx de 0,29, contra 0,34 do anterior. Isso significa melhoras no desempenho e na economia. O peso também foi reduzido, e apesar de ter crescido cerca de 5 cm (agora tem 4,62 m de comprimento), o carro ficou 70 kg mais leve.

MAIS ESPAÇO

Além do acabamento mais cuidado, o maior espaço interno é outro destaque do novo Sentra, graças ao entre-eixos de 2,7 metros oferecido pela nova plataforma (1 cm a mais que o anterior). Em tudo o carro se aproxima do Toyota Corolla, a referência do mercado. O espaço na traseira é bom e o túnel central é baixo. O carro que avaliamos era vermelho metálico com revestimentos de couro bege e detalhes com imitação de madeira, mas que não serão disponíveis aqui. Para cá, interior com couro escuro e apliques prateados. Mania de brasileiro.

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O nível de equipamentos é bom, dentro do padrão que se espera de um importado. A versão para o mercado americano tem computador de bordo, tela touchscreen com GPS, cruise control, conexão Bluetooth, sistema de partida sem chave e controles do sistema de som pelo volante, além de condicionador de ar digital com ajustes independentes para motorista e passageiro, seis airbags (frontais, laterais e de cortina) e outros detalhes. Nos Estados Unidos o Sentra é equipado com o excelente sistema de som da Bose. Para o Brasil estão confirmados todos os itens descritos, menos o som Bose e a tela touchscreen.

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A partida do motor é feita por meio de botão, em todas as versões, e o carro tem funcionamento geral agradável e suave. Se o porte e estilo evoluíram, o acabamento seguiu a mesma receita: é realmente muito bom e os revestimentos são macios, agradáveis ao toque. Rodamos com o novo Sentra por estradas e ruas do sul da Califórnia (o que é uma covardia se comparado com o piso que encontramos no Brasil), e isso ajudou o sedã a desfilar tranquilo e silencioso sempre. Produzido no México, será preciso esperar para andar com ele por aqui, para termos certeza de que a boa impressão inicial não é apenas resultado do “way of life” americano, que agrupa suspensões macias e piso sempre excelente.

BEM AJUSTADO

Na avaliação californiana, dirigimos o versão SL, equipada com rodas aro 17, o que melhora a dirigibilidade e estabilidade, mas conforme a versão, o Sentra pode ser equipado com rodas de aro 16. Lá tudo funcionou de maneira impecável, com boa calibragem das suspensões (que não inventam muito, com McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira). É claro que o carro para o mercado brasileiro terá outros ajustes de suspensão.

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O modelo que será vendido aqui estará equipado com o motor 2.0 de 140 cv máximos (flex, exclusivo dentro da marca para o nosso mercado), mas neste primeiro contato com o sedã, ele estava equipado com motor 1.8 de 130 cv (124 cv no caso da Califórnia, por conta das leis de emissões mais rígidas daquele Estado). A questão é que, mesmo com 140 cv, o Sentra não vai superar seus principais concorrentes, já que o Honda Civic tem 155 cv e o Corolla, 153 cv.

O câmbio CVT foi otimizado, e além de 13% mais leve, agora tem novas relação de transmissão (7,3:1) e polias, e como sempre acontece com os CVT, aproveita bem a potência e torque do motor, por não ter intervalos nas trocas de marchas. Segundo a Nissan, cerca de 60% dos componentes da caixa são novos. Isso se reflete ainda nas marcas de consumo.

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A transmissão CVT do Sentra não oferece a possibilidade de trocas manuais, com o acontece em modelos que simulam engates manuais das marchas, por “borboletas” no volante ou na alavanca. A marca deixou isso de lado, já que o câmbio é automático e não necessita da participação do motorista na busca da marcha correta para o momento.

SEM TANQUINHO

Outra novidade no caso do Brasil: não há mais o tanquinho de gasolina para partida a frio, sendo adotado no lugar o sistema de aquecimento de etanol batizado de Flex Start. Durante os testes que fizemos, o motor 1.8 sempre mostrou boa disponibilidade de torque nas acelerações. Nos Estados Unidos não dá para abusar muito, pois a vigilância é grande, não só da parte da polícia, como dos demais motoristas.

É possível escolher entre três modos de direção, normal, econômico ou  esportivo, acionando teclas no painel, do lado esquerdo (melhor se estivessem próximas da alavanca). Na função “econômica”, as respostas ao acelerador são mais lentas, para otimizar o consumo, e na “”esporte” as trocas de marcha são feitas em rotações mais elevadas, para beneficiar o desempenho. As caixas CVT são interessantes, pois no anda-e-pára do trânsito urbano quase não se nota sua atuação, mas quem gosta de acelerar vai estranhar um pouco, pois a rotação do motor chega a pouco mais de 6.000 giros e fica por lá. O nível de ruído do motor fica elevado nessa condição, mas as reações do carro são mais rápidas.

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A Nissan ainda não definiu ainda quais são as outras versões do Sentra de sétima geração que serão importadas, mas é quase certo que a de entrada deverá vir com câmbio manual de seis marchas; todas as demais usam a caixa CVT. Inicialmente, a Nissan oferece o sedã apenas nas cores azul, prata, branco e preto.

CONCLUSÃO

A marca não divulgou nenhuma previsão de números de comercialização para o modelo, mas estima-se que o Sentra deverá vender entre 1.000 e 1.500 unidades/mês, brigando forte pelo quarto lugar do mercado com VW Jetta, Renault Fluence e o também novo Citroën C4 Lounge.

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Da mesma forma não há informações sobre os preços das versões mais baratas. A idéia da marca é de que o novo Sentra não custe muito mais do que os da geração que está se despedindo (cerca de R$ 50 mil), e com certeza será mais barato do que os equivalentes da Honda e Toyota.

Resumindo, o novo Sentra tem tudo para agradar. Está desembarcando aqui maior, mais bonito e mais bem equipado que o anterior. Não é um carro barato, mas tem público fiel -“tiozão” ou não.


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