TESTE: Fiat Strada Hard Working CS 1.4
A Fiat Strada é um dos carros que está há mais tempo no mercado brasileiro e comemorou no ano passado 20 anos de produção. A picape compacta derivada do Palio foi lançada em 1998, passou por reestilizações e foi ganhando novidades ao longo de sua existência. Para celebrar essa longevidade, AUTO&TÉCNICA avaliou a versão Hard Working cabine simples, que custa R$ 57.990.
Sempre produzida em Betim (MG), a Strada foi lançada em 1998 em três versões: Working 1.5 (76 cv), Trekking 1.6 8V (92 cv) e LX 1.6 16V (106 cv). Enquanto o carrinho que deu origem à série saiu de linha no final de 2017, a picape segue com bons números de venda no mercado. Está com os dias contados, pois está sendo preparada uma picape Mobi para ocupar seu espaço. Mesmo assim, a Strada em 2018 atingiu a marca de cerca de 50% de participação no segmento, com aproximadamente 67 mil picapes produzidas.
Último remanescente da linha Palio, a picape tem suas vendas concentradas nas versões de trabalho, destinadas aos consumidores interessados na sua função utilitária, e não em usá-la como carro de passeio. A versão Hard Working, como o nome diz, é destinada a pegar pesado no trabalho.
A Strada Hard Working traz o conhecido motor 1.4 Fire, hoje só utilizado nos utilitários leves da Fiat, pois além da picape equipa também o furgão Fiorino. Esse motor tem bloco em ferro fundido, cabeçote de alumínio, quatro cilindros em linha e oito válvulas com comando de válvulas único, movimentado por correia dentada. Tem 85 cv de potência maxima com gasolina e 88 cv com etanol, a 5.750 rpm, e 12,4 mkgf de torque torque máximo (12,5 mkgf com etanol), a 3.500 rpm. Pode-se até dizer que é um powertrain ultrapassado, mas é durável e tem boa reputação, alem de manutenção simples. O câmbio é manual de cinco velocidades.
Esse conjunto motor/câmbio é absolutamente suficiente para a Strada e garante boa agilidade, graças ao baixo peso de 1.113 kg, ao câmbio de relações bem escalonadas e ao bom torque disponível em baixas rotações. Em altas rotações, a relação curta de transmissão o deixa um pouco áspero; a 120 km/h em quinta marcha já está a 3.700 rpm. Não é ara ter desempenho esportivo, e está bem adequado ao compromisso a que se destina.
Entre os destaques, a agilidade e a direção, por conta da calibragem correta da assistência, leve em manobras e com peso correto em alta velocidade. A suspensão usa a correta combinação com sistemas McPherson na dianteira e eixo rígido com molas semi-elípticas na traseira, bastante eficiente nesse tipo de veículo. A sua altura livre em relação ao solo é de 170 mm, o que garante superar lombadas e valetas sem muitos problemas. A estabilidade é boa. Os freios trabalham no esquema de discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, que funcionam bem quando o veículo está vazio ou com seus 705 kg de capacidade de carga. Dois discos traseiros dariam mais segurança ao motorista.
E o consumo? A Hard Working tem marcas muito boas. Na cidade faz pouco mais de 10 km/litro com gasolina. Na estrada, porém, o câmbio curto atrapalha e ela marca 13 km/l, ainda com gasolina. Com tanque de combustível de 58 litros, roda cerca de 740 sem necessidade de reabastecer.
O painel é simples, porém funcional. O grupo de instrumentos é completo e traz marcador de temperatura do motor; o conta-giros podia ser maior para facilitar a leitura.
A Fiat Strada Hard Working é comercializada com carrocerias de cabine simples, estendida e dupla. Na primeira opção, a que avaliamos, o espaço interno é reduzido para o transporte de bagagens e o estepe vai posicionado atrás do banco do passageiro, que também prejudica a acomodação do acompanhante. Por outro lado, a caçamba é generosa e traz ganchos para amarração de cargas, protetor de caçamba e apoio para escada no teto.
Com cabine simples, a Fiat Strada Hard Working custatem preço de R$ 57.990. A lista de itens de série é inclui ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, airbags frontais e freios ABS. Entre os opcionais pré-disposição para rádio, que inclui 2 alto falantes e antena ou CD-Player com entrada USB e MP3/WMA com RDS. O “pacote” Pleasure combina o CD-Player com volante multifuncional revestido em couro, iluminação do porta-luvas, para-sois com espelho, porta-óculos e adesivo protetor de soleira nas portas. Travas e vidros elétricos incluem a abertura interna da tampa do tanque de combustível. Já o kit Convenience é composto de janela traseira corrediça, capota marítima, maçanetas e retrovisores na cor da carroceria, sensores de estacionamento na traseira, calotas plásticas, faróis de neblina e aplique na parte inferior do para-choque dianteiro.
CONCLUSÃO
Mesmo com os dias contados, a picape Strada é uma boa opção, em especial nas versões mais básicas, voltadas para o trabalho, como a Hard Working que avaliamos. É eficiente, ágil e confiável. Uma coisa temos que reconhecer: a Fiat sabe fazer e vender picapes. Prova disso é comportamento da Strada e a Toro no mercado. O fato da Strada ter três tipos de cabine e várias versões, para atender diversos públicos, deu resultado. Mas não dá pra negar que está quase ultrapassada, o que deve ser resolvido ainda este ano, com a chegada da picape derivada do Mobi.