TESTE: Ford Ranger Storm 3.2 4×4
A nova picape Ford Ranger Storm começou a nascer lá em 2018, como um veículo conceitual, apresentado no Salão do Automóvel. Mesmo com boa aceitação do público, a Ford esperou até sua picape média receber a segunda reestilização, no final do ano passado, para então colocar nas ruas a versão aventureira no final de março deste ano. Por conta das atribulações causadas pela pandemia, demorou um pouco para AUTO&TÉCNICA receber a picape para avaliação, mas finalmente isso aconteceu.
Esta versão combina o nível de equipamentos pacote da versão XLS, que é a intermediária, com o motor 3.2 a diesel das versões mais completas; a ideia é conquistar mercado oferecendo uma boa relação custo/benefício.
Debaixo do capô, a Ranger Storm exibe o motor Duratorq 3.2 a diesel, com 200 cv de potência máxima e 47,9 mkgf de torque máximo, acoplado ao câmbio automático de seis marchas (6R80). Boa parte desse torque está disponível já em baixas rotações. Isso torna a picape muito agradável de ser dirigida nas vias urbanas, e também em rodovias, com muita disposição para ultrapassagens e retomadas. O motor tem baixo nível de ruído.
De imedito, chama atenção a grade exclusiva da versão, que traz em destaque o nome “Storm” da versão. Como a grade, outros detalhes são pintados de preto, incluindo as rodas aro 17, coberturs dos retrovisores, bordas dos para-lamas, “santantônio”, para-choque traseiro e estribos. Os cromados foram deixados de lado para garantir o aspecto despojado e aventureiro.
Outros detalhes deixam a picape com mais agressivo, como o “santantônio” que, além da pintura preta, se estende pela borda da caçamba, estribos mais parrudos, pneus indicados para uso misto e adesivos decorativos. A versão também é equipada com protetores do tanque de combustível e do cárter.
Para garantir a boa desenvoltura nos percursos fora de estrada, a Storm tem tração 4×4 e reduzida. Os pneus de uso misto garantem bom rendimento no off-road, sem sacrificar além do aceitável o conforto e ruído de rodagem. As suspensões tem o comportamento que se espera das picapes, pois são projetadas para trabalhar com peso. A direção tem assistência elétrica.
Trata-se de uma picape média de cabine dupla, com bom conforto para os ocupantes e caçamba 1,49 metros de comprimento por 1,56 m de largura. O compartimento de carga conta com “santantônio” e ganchos para fixar os volumes, mas não tem protetor de caçamba ou capota marítima de série, itens vendidos como acessórios pelas concessionárias.
O estepe fica sob a caçamba, e, devido a seu valor, sempre atrai a atenção dos ladrões. Na verdade, essa configuração de carroceria é mais usada como veículo “de passeio”. A tampa da caçamba tem fecho com chave (acredite, tampas de caçamba de todo tipo de picape são alvo constante de amigos do alheio) e ainda tem a operação bastante leve.
O interior é simples, mas bem acabado, com bancos revestidos por tecido e tapetes emborrachados, para facilitar a limpeza, de acordo com a proposta da picape. É grande o uso de plástico, o que dá o visual muito simples ao interior de um veículo naturalmente caro. É o que se paga (sem trocadilho) para obter preço competitivo…
Quanto ao nível de equipamentos, ela não oferece recursos de veículos luxuosos, como partida sem chave, sistemas de auxílio autônomos, revestimentos sofisticados ou ajustes elétricos nos bancos, mas traz o necessário condiconador de ar bizone e bons recursos de segurança.
Para o motorista e ppassageiro, os bancos tem ajustes manuais, enquanto o banco traseiro leva até três ocupantes, mas garante conforto para apenas dois; o túnel do assoalho sacrifica um pouco o passageiro central. O acionamento elétrico dos vidros traz “one touch” apenas para o motorista.
Além do visual diferenciado, a Ranger Storm tem o nível de equipamentos da versão XLS 2.2 Diesel 4×4 AT6. Seu principal argumento de vendas é mesmo o motor, pois o preço é apenas cerca de R$ 1 mil mais barato que a versão XLS (R$ 186.890), mas traz motor maior e bem mais potente. Custa hoje R$ 185.790.
Com proposta aventureira garantida pelo 4×4 e posicionamento intermediário na escala de versões, a Ranger Storm está equipada ainda com o sistema multimídia Sync 3, com tela touchscreen de 8 polegadas. Nesta versão, não inclui GPS nativo, mas permite “espelhar” o smartphone (Apple CarPlay ou Android Auto). Isso permite utilisar aplicativos como o Waze, enquanto o uso de mídias inclui CD Player, rádio, Bluetooth e entradas USB. Também há função de telefonia.
O volante tem diversos botões, e as principais funções podem ser acionadas também por comando de voz. O Sync 3 traz ainda um assistente de emergência, que liga automaticamente para o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) caso os airbags sejam acionados ou aconteça corte do combustível (colisões traseiras ou capotamento).
CONCLUSÃO
Visual robusto e ao mesmo tempo esportivo, e equipada com conjunto motor/câmbio da versão Limited, a top de linha, a Ranger Storm garante eficiência, aventura e diversão, com bom nível de conforto e segurança. Para quem gosta de diversão no fora-de-estrada, é uma opção que deve ser considerada. Afinal, é uma legítima picape Ford, no melhor estilo americano. E de picapes a Ford entende…