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TESTE: VW Nivus Highline 200

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O Volkswagen Nivus chegou causando no mercado brasileiro, e isso mesmo em tempos de pandemia. O modelo foi rotulado de início como um SUV pequeno, posicionado logo abaixo do T-Cross, mas quando chegou a Volkswagen o apresentou como um modelo que chegou para inaugurar um novo segmento.

E com razão. E;le não se enquadrou em nenhuma das categorias existentes. Não é um simples hatch aventureiro, por conta de seu porte, e nem um SUV cupê. O VW Nivus tem seu próprio estilo e seu próprio segmento. Desenho muito atual, que segue o estilo do BMW X6, com carroceria muito bem desenhada, bom nível de tecnologia e conteúdo, mais o tradicional eficiente conjunto mecânico da marca. Por dentro, espaço suficiente para quatro ocupantes com conforto, excelente porta-malas e acabamento muito bom, sem ser luxuoso. AUTO&TÉCNICA avaliou o Nivus na versão top de linha, a Highline 200 e, adiantamos, o carro surpreendeu e muito.

O Nivus é construído sobre a plataforma MQB, a mesma do Polo, Virtus e T-Cross. A sua base é a mesma do Polo, mas tem diferenças nas medidas externas. A largura (1,75 metros) e a distância entre-eixos (2,56 m) e a largura (1,75m) são as mesmas do Polo. Mas para ganhar a nova roupagem, o comprimento foi de 4.05 para 4,26m e a altura de 1,46 m para 1,49 m. Para ser quase um SUV compacto, o Nivus ganhou mais 2,7cm na altura em relação ao solo.

Os vincos da carroceria estão presentes também no capô e nas laterais. E o que garante a aparência de SUV -ou pelo menos de aventureiro- está realçada nas molduras das caixas de rodas e no rack de alumíno do teto. As maçanetas são pintadas na cor da carroceria e com sensor de abertura por conta da prática chave presencial.

O resultado final agradou bastante. Ninguém fica indiferente a ele, e os elogios são constantes. O Nivus é realmente um carro bonito. A carroceria tem linhas que transmitem robustez, frente imponente e, na versão avaliada traz faróis e luzes diurnas por LED. Os faróis auxiliares também usam LED e contam com o sistema “cornering light” (a popular “luz de esquina”), que acende em curvas mais fechadas. Na parte inferior do para-choque há uma generosa tomada de ar, que traz visual mais esportivo ao modelo.

Visto de lado, chama atenção o teto cupê. O Nivus tem bom espaço para o porta-malas, comm 415 litros de volume, todo revestido de carpete e com iluminação. O estepe, do tipo de emergência- fica na parte interna, no assoalho do porta-malas. A tampa traseira tem o vidro bem inclinado e as lanternas são horizontais, em conjunto com um aplique em “black piano” que atravessa toda a tampa.

O interior do Nivus lembra em espaço o do Polo. Na dianteira, motorista e carona frente vão bem acomodados em bancos confortáveis. O do motorista tem ajuste de altura. O banco traseiro acomoda bem duas pessoas; um eventual passageiro no centro vai se enroscar com o console e o tunel. Mas no meio, o console e o túnel do assoalho. Ali, os cintos são retráteis de três pontos, há apoios de cabeça e sistemas de fixação de cadeirinhas infantis Isofix e Top Tether. Quem senta atrás conta ainda com saídas de ar-condicionado, uma tomada USB e iluminação no teto.


No painel e nas portas, muito plástico, mas nada que comprometa. É uma forma de economoizar peso e da montadora segurar um pouco o preço final. A versão Highline traz uma faixa em “black piano” no painel. Os bancos são revestidos em courvin em dois tons de cinza, mesmo material presente no volante (de desenho esportivo, com a base plana e ajustes), que tem comandos de acesso ao som, celular, controlador de velocidade, computador de bordo, viva-voz e o Front Assist.

Uma novidade que chega junto com o Nivus é o sistema multimídia VW Play, que tem tela touchscreen de 10,1 polegadas, semelhante à de um tablet, e que permite conexão e acesso a streaming e outros serviços. O sistema permite conexão com Apple CarPlay e Android Auto sem cabo, traz o manual do proprietário digital e o aplicativo “Meu VW”, que permite agendar revisões e outros serviços. Pelo VW Play apps é possível baixar aplicativos, como os de navegação, já que o carro não traz GPS e nem Wi-Fi.

O sistema é fácil de operar, mas fica dependendo da disponibilidade da internet por onde passar. No console só há uma entrada USB para quem vai na frente, sendo dois o número ideal. Isso é fácil da VW corrigir. O VW Play forma conjunto com o painel de instrumentos Active Info Display, com tela de 10,25 polegadas, digital, com várias configurações, trazendo velocímetro numérico ou de ponteiro (sempre digital), de fácil leitura.

O que não falta ao Nivus é um bom volume de recursos e equipamentos. Já desde a versão de entrada, a Comfortline, o VW traz direção com assistência elétrica, seis airbags (dois frontais, dois laterais e dois de cortina), auxiliar de partida em rampa (hill hold control), controle eletrônico de estabilidade (ESC) e de tração (ASR), faróis de LED com DRL em LED integrado, lanternas traseiras de LED, câmera de ré, volante multifuncional, fixações Isofix e Top Tether, sensor de estacionamento traseiro (park pilot), freios a disco nas quatro rodas e retrovisores externos eletricamente ajustáveis e com recolhimento.

A versão top de linha Highline dá verdadeiro show. Adiciona cruise control adaptativo (ACC, adaptive cruise control), sistemas de frenagem autônoma de emergência AEB (city emergency brake), Front Assist, post collision brake, ar-condicionado com controle eletrônico de temperatura Climatronic, faróis de neblina por LED com função cornering light, revestimento dos bancos que imita couro, rodas de liga leve aro 17 diamantadas, sensores de chuva e crepuscular, sensores de estacionamento traseiros e dianteiros (park pilot), detector de fadiga, acesso ao veículo sem o uso da chave, botão para partida do motor e volante multifuncional revestido e com paddle shifts.

Só há dois “pacotes” de opcionais. Para o Comfortline há o conjunto VW Play & Tech, por R$ 3.520, que traz o multimídia VW Play, controle automático de velocidade de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência e volante multifuncional revestido de couro e com borboletas para troca de marchas.

Para o Highline é disponível o “pacote” Launching Edition, que por R$ 1.700 traz teto preto; retrovisores, emblemas e rodas escurecidas; apliques externos em cores diferenciadas, e pintura em cor especial, vermelho Sunset ou cinza Moonstone.

As duas versões do Nivus são equipadas com o motor 200 TSI, 1.0 turbo total flex, que traz injeção direta de combustível. Com 128 cv de potência máxima e torque de 20,4 mkgf quando abastecido com etanol, o motor impressiona pelas respostas sempre rápidas. O torque já está disponível a 2.000rpm, o que significa agilidade em qualquer situação. As acelerações e retomadas de velocidade são rápidas e seguras.

A transmissão automática tem seis marchas e é muito bem escalonada, com mudanças suaves, sem trancos e de funcionamento silencioso, e permite trocas manuais no seletor de marchas ou nas borboletas que ficam atrás do volante. Tem ainda o modo “S”, para trocas em rotações mais elevadas. Não há câmbo manual para o Nivus.


Se o motorista dosar bem o acelerador, o consumo é muito baixo. Registramos a média cidade/estrada de 11,5 km/litro de etanol, com picos em estrada de 15 km/l. A direção com assistência elétrica é precisa e de peso correto, o que facilita as manobras e mantém a segurança em velocidades elevadas. As suspensões tem calibragem mais firme, e não há nada que desabone o conforto e a segurança, apesar de que em pisos muito irregulares acaba transferindo um pouco as imperfeições para o interior. O sistema de freios é mais do que adequado e garante frenagens sempre seguras.

Como destaque, sublinhamos o visual, a dirigibilidade e o equilíbrio do conjunto mecânico. É um carro mais sedutor que o Polo e mais racional que o T-Cross. O Nivus é um carro que oferece praticamente tudo que o Polo entrega, mas agrega o apelo de SUV, mesmo não sendo propriamente um utilitário esportivo, e traz um visual arrojado, que enche os olhos. O Nivus é um carro prazeroso de dirigir. 

Não é um carro barato, mas não decepciona. A Volkswagen sugere os preços de R$ 85.890 para o Comfortline e R$ 98.290,00 para o Highline, fora opcionais. Valores alinhados com os concorrentes do segmento, onde encontramos Chevrolet Tracker, Citron C4 Cactus, Honda HR-V, Jeep Renegade, Nissan Kicks, Peugeot 2008, Renault Captur e o próprio T-Cross de entrada, que oscilam na casa dos R$ 100 mil.


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